A Reivindicação Virgem da Fera - Capítulo 200

Capítulo 200: Profecia do Vůdce – Parte【6】

“Nada. Eu simplesmente quero que você faça isso por mim.”

“Você vai me dar tempo? Isso não é uma questão simples, eu gostaria de refletir um pouco sobre isso primeiro e depois conversar com nossos lobos.” Ele declara enquanto se levanta para ficar de pé e me coloca no chão diante dele, me firmando pela cintura.

“Pode levar todo o tempo de que precisar, meu bárbaro,” digo entre sorrisos crescentes enquanto salto nas pontas dos pés para lhe dar um beijo carinhoso na bochecha, o que me vale um beijo na bochecha também do meu macho.

“Vou discutir isso com nossos guerreiros mais tarde hoje à noite, primeiro precisamos buscar sua pequena fera, ele provavelmente está dando muita dor de cabeça para Drakho e Awan. Você sabe como ele ficou rápido engatinhando.”

“Sei, por isso você teve que construir a cerca circular ao redor da nossa casa. Quão rápido você acha que ele será quando começar a andar de fato?” Tadeas está aprendendo a andar esses dias, Phobos e eu passamos muito tempo treinando-o para isso, e nosso macho aprende rápido.

“Muito em breve. Sua velocidade certamente vai nos causar palpitações.” Ele brinca com uma risada e eu dou uma gargalhada alta, pois isso é completamente verdade. Phobos e eu tememos que em algum momento Tadeas definitivamente se rebele e escape pelas cercas para explorar por conta própria, apesar de nossos constantes avisos. Se ele não presta atenção em nenhum de nós agora mesmo, com certeza não vai escutar quando amadurecer. Prefere fazer as coisas do seu jeito em tudo e não tem medo da ira de seu pai, pelo contrário, o desafia abertamente o tempo todo. Um macho verdadeiramente peculiar ele é.

“Talvez devêssemos amarrá-lo.” Eu dou uma risada.

“Isso não vai funcionar, ele só vai roer a corda. Ele é mais forte que outros filhotes, será fácil para ele fazer isso.”

“Você acha que ele… nos deixaria? Quando estiver em idade? Preferiria viver na natureza a ficar conosco em família?”

“Não tenho certeza disso, Drahá. Depende do chamado interior dele. Eu pude ficar naquele castelo por dezenove anos, apesar do meu desejo de buscar a natureza. Mas eu tenho observado ele, estudando ele e sinto que ele vai nos deixar mais cedo.”

“Quando?”

“Talvez quando ele completar quatorze.” Dou-lhe um balançar de cabeça em objeção, minha consternação com isso aparecendo em meu rosto e o braço de Phobos em volta de mim se aperta, enquanto ele me puxa para mais perto ao seu lado, confortando-me. Ele sente, a dor do meu coração, embora não possa lê-la em meu rosto.

“Eu não vou deixar ele ir tão cedo. Ele não pode! Ele não deve!”

“Ele ainda estará aqui, Theia. Ele não deixará nossas terras, apenas talvez escolha fazer sua própria casa em outro lugar. Um local onde ele esteja em paz. Além disso, você terá muitas mais pequenas feras correndo por aí pelas quais você precisará cuidar, e eles com certeza consumirão todo o seu tempo.”

“Mas ele é nosso primogênito. C-Como eu poderia-” Meu nervosismo o faz esfregar minhas costas numa tentativa de acalmar minha agitação.

“Já chega. Ele ainda é sua pequena fera que nem pode andar ainda e não vai a lugar nenhum tão cedo, então não se preocupe tanto. Ele ficará ao seu lado por muitos anos ainda.”

“Tadeas!” A voz estrondosa de Drakho faz com que nós dois imediatamente voltemos nossa atenção para ele. Tadeas está gritando e gorgolejando, engatinhando de mãos e joelhos a toda velocidade, percorrendo entre vários lobos que abrem caminho para ele, com um sonolento Drakho correndo atrás dele pelo terreno numa tentativa de pegá-lo. Nosso filhote é menor que o beta imponente, então ele acha fácil entrar em lugares estreitos e esconder-se da visão, fazendo Drakho procurá-lo incessantemente. Tadeas acha divertido o jogo de esconde-esconde, é seu jogo favorito e, claro, irritar Drakho.

“Você o faz!” Tanto Phobos quanto eu falamos as palavras juntos, observando como nosso pequeno está completamente coberto de neve da cabeça aos pés.

“Phobos, eu o banhei ontem,” eu reclamo com um cansaço que subitamente me engolfa. Tadeas é extremamente difícil de banhar, ele ama água como seu pai, mas detesta ser lavado por nós. Ele quer fazer isso por conta própria, embora não saiba como se limpar.

“E eu o banhei esta manhã.”

“Eu farei uzené para o jantar se você der banho nele,” proponho com um encolher de ombros casual que o faz me olhar com os olhos um pouco arregalados. Afinal, é sua refeição favorita, eu não cozinho muito pois leva tempo, e só faço em ocasiões especiais.

(Carne defumada)

“Sério?”

“Sim,” respondo com um aceno, as pontas dos meus lábios tremendo enquanto tento conter minha risada. Esse meu macho realmente venera minha cozinha.

“Com Česnečka?” Ele pergunta ansioso.

(Sopa de alho)

“Você quer um pouco?”

“Muito. Você a faz muito deliciosa.”

“Então você dará um banho quente no Tadeas, alimentará ele com o jantar e o colocará para dormir.”

“É muito trabalho, minha luz do luar.”

“Essas são suas únicas opções, Alfa Phobos. Aceite ou deixe.”

“Feito. Eu farei.” Ele cede a mim e eu me dou um tapinha nas costas como sinal de vitória. Posso descansar hoje, realmente preciso. Meus pés estão me matando. “Você ficou bastante boa em negociações, tenho que admitir que não consigo mais dizer não a você.”

“Você é o culpado disso, você me treinou desde que eu tinha cinco anos, Phobos,” digo com um sorriso maroto ganhando um rosnado brincalhão do meu macho que me faz entrar numa crise de riso.

“Alfa, Luna.” A voz doentia de Vůdce me faz virar meu olhar para ela instantaneamente e Phobos também, seus olhos se suavizam enquanto ele observa sua forma trêmula. Ela mal consegue andar direito nos últimos dias.

Vůdce tem perdido gradualmente suas forças com cada dia que passa, ao longo dos anos sua idade tem pesado sobre ela.