A Reivindicação Virgem da Fera - Capítulo 178

178: Minha Escolha – Parte【5】 178: Minha Escolha – Parte【5】 “Um que podemos separar em termos mutuamente acordados. Você e eu podemos viver nossas próprias vidas, mas permanecer juntos sob esta cabana pelo bem da nossa matilha e nossas obrigações. Ou podemos resolver nossas diferenças, podemos aprender a comunicar melhor e entender um ao outro. Podemos forjar um novo laço duradouro, um que Tadeas seja parte desta vez. Podemos voltar a ser apenas Phobos e Theia e não Alfa Fobos ou Luna Theia. Seja qual for a sua escolha, saiba que estou preparado para ambas.” Com essas duras palavras de despedida, viro-me para pegar meu casaco e saio sem mais um olhar ou uma palavra, fechando a porta atrás de mim.

Eu lhe dei uma escolha, tudo o que ele precisa fazer é pavimentar o caminho para o nosso futuro. Aqui é o fim do jogo.

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Caminhando em direção ao coração dos nossos terrenos, pego Moira segurando uma pequena cesta de palha com ração de galinha, mas ela não faz um bom trabalho alimentando as aves, pois seus olhos interessados estão cravados no seu macho, que está do outro lado, de costas para sua fêmea e conversando silenciosamente com Elriam.

Moira o examina meticulosamente, mas sem pressa, desde as pontas de seus cabelos desgrenhados e negros, até suas costas largas e musculosas e coxas robustas, vestidas por uma calça que deveria ser folgada, mas se adere a ele como uma segunda pele. Ragon não é como os machos de nossa matilha, ele é mais refinado, menos rústico, e talvez isso atraia sua fêmea, pois ela nunca viu um macho assim antes.

Percebo como as costas de Ragon se tensionam enquanto suas palmas se cerram em punhos apertados que tremem e seu maxilar se contrai enquanto ele range os dentes. Ele está se esforçando para manter a compostura, pois sente o calor dos olhos de sua fêmea em sua pele e está achando árduo resistir à chama de seu olhar indecoroso. As bochechas de Moira adquirem um tom de vermelho vivo e ela rapidamente desvia o olhar, fitando sua cesta enquanto aqueles olhos curiosos se transformam em um olhar repleto de tristeza.

Eu deveria estar feliz. Deveria estar satisfeita com a punição que ela recebeu por seus pecados, mas eu não sou um lobo regular que pode se contentar com a queda dela. Eu sou a Luna dela, sou a Rainha dela e é minha responsabilidade garantir que todos os meus lobos sejam perdoados e salvos.

“Moira,”
“Rainha.” Seus olhos se arregalam com minha súbita aparição e ela se curva profundamente em saudação.

“Você gostaria que eu assumisse por você? Você pode ter uma conversa com seu macho, pois vejo que é algo que deseja.”

Ela sorri um sorriso despedaçado, um que fere meu coração. “Eu não mereço tal coisa dele. Não acho que ele queira falar comigo, ele nem sequer olhou para mim por um segundo.”

“Ragon é um bom macho, eu o conheço bem. Ele não lhe fará mal.”

“Não é disso que tenho medo. Eu… Eu não quero me arrepender de nada do meu passado ou das minhas escolhas, pois tinha certeza delas. Mas estou tão assustada que meu companheiro me faça—” Ela se interrompe e volta a olhar para seu presente da lua.

“Por que? Por que você foi contra a lua quando escolheu ficar com Ondra?” Minha pergunta a deixa engolir em nervosismo e ela leva alguns minutos para preparar sua mente para me contar a verdade dela.

“Meus pais morreram quando eu tinha treze anos, eles se envenenaram e até hoje não sei o motivo do que fizeram. Estávamos sob o domínio do Alfa Ares naquela época, mas ele quase nunca estava presente em nossas terras. O suicídio é considerado uma desonra aqui e o peso dos pecados dos meus pais caiu sobre mim. Eu não tinha um lobo para cuidar de mim e fui levada ao ponto de passar fome, pois em nossas terras você luta por si próprio. Eu era jovem e uma fêmea tímida, não sabia caçar e meu lobo ainda dormia dentro de mim. Eu era fraca e uma causa perdida abandonada pela minha família, deixada para morrer, mas Ondra, ele estava lá para mim. Ele foi meu salvador, meu protetor e meu melhor amigo. Ele tinha a minha idade e cuidava bem de mim, embora não precisasse fazer isso. Passamos nossos anos de juventude juntos, ele me ensinou a sobreviver, a sorrir e rir até doer a barriga. A morte dos meus pais que uma vez me destruiu, ele erradicou esse mesmo sentimento e dentro de mim plantou uma semente de esperança e amor que floresceu a cada estação que nascia. Nossa amizade inocente se transformou em algo mais. Algo que eu não podia e não queria abrir mão. Os lobos aqui têm uma escolha, podem ficar e esperar que seus companheiros os encontrem ou podem partir em busca de sua outra metade. Naquela época, eu não queria nem um nem outro. Eu só queria Ondra, pois ele era tudo o que tinha. Eu o amava mais do que minha própria vida e ele me amava em troca. Nós renunciamos aos nossos companheiros.”

“Vocês sabiam o que a matilha faria com vocês dois, então mantiveram seu laço em segredo,” eu digo.

“Sim. Desejávamos proteger um ao outro.”

“E Argus foi o fruto do amor de vocês.”

“Argus não foi planejado. Nunca quisemos ter filhotes, pois era um risco que não estávamos dispostos a correr. Mas quando engravidei, não conseguimos entregá-lo, não encontramos em nós mesmos a capacidade de matar o filhote em meu ventre.” Seus olhos se embaçam com lágrimas contidas enquanto ela olha para seus pés, suas emoções estão em guerra, ela não sabe como se sentir ou o que sentir.

“Mas sua conexão com Ondra não conseguiu preencher esse vazio em sua alma, sim? Deve ter havido uma parte de você que sempre se sentiu vazia e seu anseio por algo mais poderoso e íntimo deve ter te afogado.”