A Reivindicação Virgem da Fera - Capítulo 177

177: Minha Escolha – Parte【4】 177: Minha Escolha – Parte【4】 “Só porque eu não transo com você?” O modo como ele diz isso, com aquele tom de voz, me faz parar no caminho para a porta principal. Ele sabe. Ele sabe o que está fazendo de errado e mesmo assim continua fazendo.

Eu viro para encará-lo, minha insatisfação com sua atitude masculina aumentando a cada segundo. “Sim. Mas também por muitas outras razões.”

“E quais outras razões são essas que você de repente sentiu que eu não sou mais seu homem?”

“Você não me ama mais.” Meu coração se contrai dolorosamente ao dizer isso, jamais em minha vida pensei que seria levada a sentir e dizer algo assim.

Phobos dá uma risada de escárnio como se achasse minhas palavras ridículas e risíveis. “Eu não te amo? O amor não é sempre sobre sexo e paixão. Às vezes são as pequenas coisas que importam e você sabe disso. Eu te mostrei meu amor de inúmeras maneiras. Eu estava pronto para desistir da minha vida se isso significasse que eu poderia te encontrar e você poderia voltar para casa em segurança. Eu cuido e provo para Tadeas e você.”

“Para mim… amor é você me chamar por todos os apelidos carinhosos que você criou que me retratam para você. Para mim, amor é dormir comigo na nossa cama. Para mim, amor é cozinhar juntos e passar tempo um com o outro. Para mim, amor é uma cabana cheia de calor e risadas, um lugar onde eu quero que Tadeas cresça. Para mim, amor é ter você sempre perto de mim e, claro, fazer sexo com você. Para mim, amor é o que nós tínhamos mas que perdemos pelo caminho.”

A respiração de Phobos se prende diante da minha verdade e eu balanço a cabeça olhando para o teto com os olhos marejados, me esforçando para não derramar nem uma lágrima pelo homem insensível que é meu. “Tudo o que tínhamos, tudo o que nos tornamos… eu odeio compará-los, mas parece que não tenho escolha. Você não me deixa escolha. Estou cansada disso, Phobos. Eu só quero ser… feliz. Você não está cansado disso? Desse eterno vai e vem entre nós? Você não busca paz entre nós?”

“Eu estou em paz e sou feliz e serei enquanto tiver Tadeas e você. Vocês dois são a razão pela qual estou na sua frente neste momento. A razão pela qual estou vivo e bem.”

“Mas eu não estou! Eu não tenho nem você e você, como meu homem, está me negando isso.”

“O que você quer de mim?”

“Você! Eu não quero mais nada, só você.” Eu grito alto o suficiente para que ele não apenas me ouça, mas também me sinta.

“Você me tem, Theia. Você sempre me terá, pois eu sou seu. Minha vida é sua. Minha alma é sua, tudo que possuo pertence a você.” Ele segura meu rosto e seus olhos se suavizam, mas eu me afasto dele.

“Não. Você não sabe, mas eu te perdi. Desde que retornei você tem esse olhar nos olhos. Esse… olhar falso de desconfiança e isso me machuca.” Eu bato meu punho contra meu peito e deixo escorrer uma lágrima solitária. “Isso me mata, Phobos. Você me mata.”

“Drahá.” Eu suspiro olhando para ele com choque e ele sorri calorosamente dando outro passo em direção ao meu coração moribundo.

“O que é isso? Você está simulando seu afeto por mim? Por que você escolheria me chamar assim justamente quando estou me despedaçando? Para que você possa me fortalecer apenas para me arruinar novamente?”

“Não, claro que não. Você mais uma vez me interpretou mal e eu devo-” Esse homem é verdadeiramente malicioso. Desta vez eu não serei fraca, desta vez não vou me submeter aos seus encantos. Desta vez serei o que nasci para ser. Uma rainha.

“Sempre pensei que minha felicidade inteira era você, em ter você só para mim, mas eu estava enganada. O que eu falhei em ver era que precisava aprender a ser feliz sozinha. Eu precisava amar a mim mesma em primeiro lugar, colocar-me acima de tudo e, principalmente, acima daquele que tem minha alma. Acima de você. Você não me completa, você não me faz inteira, Phobos. Eu, Theia, sou inteira com ou sem você.”

“O que isso significa? O que você está dizendo? Eu não entendo. Eu nunca vou permitir que você me deixe novamente se é isso que você está insinuando. Você pertence a mim!” Ele ruge avançando em minha direção rapidamente e eu continuo parada observando seu medo de me perder mais uma vez surgir por trás de barreiras para o aprisionar.

“Não se preocupe, nunca mais fugirei desta terra, nunca abandonarei meus deveres ou meus lobos novamente, mas saiba disso quando se trata de você. Eu posso deixar você e nosso vínculo de parceiros mesmo estando na mesma cabana juntos. Eu não quero te machucar novamente, mas mais do que isso, eu não quero ser fraca e permitir que eu seja ferida por suas ações desumanas.”

“Theia.” Ele segura meu queixo me forçando a encontrar seus olhos aterrorizados enquanto ele tenta me ler. Ele está assustado, muito assustado e embora não se revele totalmente, eu testemunho claramente.

“Eu vou te dar uma escolha, Phobos, e enquanto eu passo meu tempo fora, você vai sentar aqui e escolher cuidadosamente uma. Eu posso te dar tempo, mas não desejo, pois já te dei bastante nos últimos meses.”

“Que escolha você deseja que eu faça?”