Capítulo 664: 664. Minha Senhora

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Malva não sabia como reagir às palavras duras de Jael e não percebeu que estava chorando até que ele a puxou para perto de si. Ele não falava com ela tão duramente havia muito tempo, e ela não achava que tinha feito algo errado para ele gritar com ela dessa forma. No entanto, no instante em que ele envolveu os braços ao seu redor e pediu desculpas, ela imediatamente se sentiu melhor. Além disso, ela podia ouvir em sua voz o quão mal ele se sentia, e não queria que ele se sentisse tão mal assim, já que ela realmente o havia interrompido.

Pelo tom de voz dele quando ela abriu a porta, ela conseguiu perceber que ele estava falando sobre algo que significava muito para ele. Ela se perguntava o que era. Malva mal conseguiu entender alguma palavra, exceto “regular” enquanto corria até ali e empurrava a porta com a mesma pressa.

“Bem,” disse Malva, olhando para Jael e animando-se muito rapidamente. Seu rosto ainda estava coberto de lágrimas enquanto olhava para ele. “Mil continua me chamando de ‘Minha senhora’. É tão estranho, e eu acho que Louis está por trás disso.”

Malva ouviu uma risada abafada e colocou a cabeça para fora debaixo do braço de Jael para ver Louis parado perto do assento de Jael. “Eu sabia!” ela exclamou. “Foi você que colocou isso na cabeça dela, não foi?” ela acusou.

“Se eu dissesse que não fiz nada disso, você acreditaria em mim?” perguntou Louis com um sorriso de canto.

Jael a puxou para fora debaixo do braço para poder ver seu rosto novamente. “E o que há de tão errado com ela te chamar de ‘Minha senhora’?” Jael perguntou com uma expressão séria, usando os polegares para limpar as lágrimas do rosto dela.

“Eu fico bem com Malva,” exclamou Malva. “Louis me chama de Malva, e ela também me chamava, mas agora, de repente, ela me chama de ‘Minha senhora’. Eu aposto minha vida que Louis colocou isso na cabeça dela.”

“Eu não coloquei,” a voz de Louis alcançou seus ouvidos. “E não aposte sua vida assim tão facilmente.”

Ela colocou a cabeça para fora debaixo do braço de Jael para olhar para Louis. “Por quê? Está preocupado que o raio possa te atingir?” ela perguntou, colocando a língua para fora.

“Tenho certeza de que não, ‘Minha senhora.'” disse Louis rindo.

Malva ficou sem ar e estava prestes a falar novamente, mas Jael a interrompeu, puxando sua cabeça para fora debaixo do braço e segurando-a enquanto ela tentava lutar para voltar ali. “Está vendo,” ela disse, olhando para Jael. “Essa foi ideia de Louis. Estou certa.”

“Não há nada de errado com Mil te chamar assim,” Jael disse, segurando seu rosto enquanto sua outra mão movia o cabelo dela para fora da face.

“Eu não vou responder,” ela murmurou.

Jael riu, “Sim, você vai.”

“Eu não gosto disso.”

“Você tem que se acostumar,” Jael disse.

Malva olhou para Jael com um horror estampado no rosto. “Por quê? Ela me chamava de Malva ont—há alguns dias atrás.”

“Bom, as coisas mudaram.”

Ela o olhou sem muito entusiasmo. “Do que você está falando? As coisas não mudam tão rápido assim.”

“Aqui mudam,” ele sorriu de lado.

“Jael, seja sério!” ela gritou. Ele parecia estar de melhor humor enquanto ela ficava cada vez mais irritada. Todo mundo parecia muito divertido; ocasionalmente ela ouvia Louis rir do que ela dizia.

“Estou sendo muito sério,” ele disse e acariciou o rosto dela. De repente, ele ficou paralisado e seus olhos se direcionaram para a porta. “O que eles estão fazendo aqui?” ele perguntou para ninguém em particular.

Malva puxou o rosto para fora das mãos de Jael. “Quem?” ela perguntou, virando-se para ver Mil se afastando. A porta ainda estava bem aberta e, quase imediatamente, o trio apareceu.

“O que está acontecendo? Não é todo dia que vocês três se reúnem no meu estudo.”

“Danag, Damon,” ela exclamou, propositadamente deixando de fora o nome de Erick.

Os três a encararam, e Malva poderia jurar que eles tinham visto um fantasma. Danag e Erick deram um passo à frente, atônitos, enquanto Damon permaneceu atrás, com a expressão normal. Malva imediatamente olhou para trás, imaginando se tinha algo que estava perdendo.

“Qual o significado disso?” Jael perguntou enquanto Danag e Erick pareciam se recompor.

“Peço desculpas, Senhor,” disse Danag com um reverência. Ele se endireitou e lançou um olhar na direção de Malva como se não pudesse acreditar no que via.

“Mil, leve Malva para o quarto dela, por favor. Não a deixe sair. Vou estar lá em breve.”

“O que você quer dizer com não a deixar sair?” Malva disse, cuspindo as palavras.

“Pode contar comigo,” Mil disse, puxando Malva.

Malva lutou, mas conseguia perceber que era uma batalha perdida. Era fácil esquecer o quão forte Mil era comparada a ela, mas às vezes ela se lembrava, e agora era um desses momentos.

“Não lute, minha senhora. Você vai se machucar.”

“De novo com o ‘minha senhora,'” exclamou Malva, mas ela parou de lutar e deixou Mil guiá-la para fora do estudo. Ela conseguia perceber que Jael estava prestes a discutir algo importante, já que não apenas Danag, mas também Damon e Erick estavam lá. Essa era a única razão pela qual ela seguiu Mil calmamente até seu quarto.

“Deve haver uma razão para você estar me chamando de ‘minha senhora’ agora,” Malva disse enquanto sentava na cama.

No início, ela não queria pensar sobre isso, mas estava quase certa de que algo deve ter acontecido enquanto ela estava dormindo profundamente. É por isso que Jael havia reagido de maneira tão estranha quando ela empurrou a porta? Era isso que eles estavam falando?

“Uma razão,” Mil franziu ligeiramente as sobrancelhas e balançou a cabeça. “Eu só acho que combina mais com você.”

“Eu não acho que combina,” disse Malva, rolando na cama. “Ninguém está me levando a sério.”

“Eu estou sendo muito séria. Peço desculpas se parece que não estou.”

“Eu não quero sua desculpa. Quero alguma explicação. Jael aceitou isso como se eu estivesse fazendo barulho por nada. Mil, eu sei que você não começaria a me chamar disso de repente sem um motivo.”

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