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364: Retribuição Cármica 364: Retribuição Cármica — Passamos a notícia para o Alfa Darach em Trovão — disse Nicole assim que entramos no escritório do Blaise.
Eu mal tinha fechado a porta quando ela falou, e Damon rapidamente tomou assento na poltrona, cruzando uma perna sobre a outra como se fosse o dono do lugar — e para ser justo, ele era.
— Ele está absolutamente eufórico com isso, claro — disse Nicole. — E ele nos trouxe uma… informação interessante.
— Que é? — Damon provocou, erguendo uma sobrancelha. — Acho difícil acreditar que esse ratinho de biblioteca tenha algo interessante para compartilhar além dos seus estranhos polegares verdes. — Damon bufou. — Ele nem é de Hornstead.
— Ah, você vai achar esta bem interessante com certeza — disse Blaise com um sorriso maldoso. Seus olhos pareciam brilhar com intriga enquanto sorria para nós como o Gato de Cheshire, recusando-se a dizer mais alguma coisa. Ele fez um gesto para que Nicole continuasse, e ela pigarreou, revirando os olhos.
— Parece que Thorton Elrod encontrou a retribuição cármica — disse Nicole.
Meus olhos se arregalaram enquanto eu trocava um olhar com Blaise. Meu companheiro simplesmente assentiu, mantendo seu sorriso aberto.
— Sem chance — disse Damon, ajeitando-se um pouco mais na cadeira. Eu não via esse olhar de descrença em seus olhos fazia muito tempo. — Ele perdeu o seu lobo?
— Hilário, não é? — disse Blaise, segurando o riso. — Nesse ritmo de lobisomens perdendo seus lobos, os Dentesnascidos poderiam até patentear esse novo soro e vendê-lo como nossa próxima máquina de fazer dinheiro — ele brincou.
— Mas… como? — eu gaguejei. — Ele estava bem na última vez que estivemos em Trovão. Um pouco recluso, mas de resto tão irritante quanto sempre, pelo que ouvimos.
— Ele soube do que aconteceu com Dahlia Elrod — disse Blaise e Nicole fez uma careta.
— Na verdade, todos em Trovão receberam a notícia. O Alfa Darach foi quem compartilhou — disse Nicole. — Thorton Elrod ficou tão atônito com a notícia da morte de Dahlia que entrou em choque e tentou deixar Trovão.
— Por que Darach simplesmente não o deixou ir? — perguntei, franzindo a testa. — Ele seria declarado um renegado e não haveria mais dúvidas sobre o domínio de Darach como alfa de Trovão.
— Exceto que Thorton Elrod não tentou ir embora quietamente — disse Blaise. — Ele juntou os rebeldes e tentou fazer um golpe de estado. No entanto, com a morte de Dahlia Elrod, aqueles a favor de Dahlia e Thorton se reduziram em número.
— O ataque deles foi mal-sucedido — explicou Nicole. — E a equipe do Alfa Darach tem feito experimentos e ajudado na pesquisa. A parte dele no desenvolvimento do soro foi descobrir o que havia na mistura com que Kyle foi injetado… e bem…
— Foi usada em Thorton também quando ele se recusou a ceder — concluí, chegando à realização por mim mesma.
Nicole confirmou minha declaração com um aceno de cabeça.
— Foi totalmente em legítima defesa — Nicole esclareceu. — Mas Thorton Elrod e aqueles que o apoiavam estão trancados na instalação de detenção de Trovão, aguardando julgamento.
— Eles poderiam ser os cobaias perfeitos para seus experimentos, Nicole — disse Damon com um sorriso divertido. — Você não precisaria furar o braço do Kyle com eles por perto.
— Com todo o respeito, Damon, eles não são prisioneiros de guerra — disse Nicole com um suspiro de desaprovação. — E mesmo que fossem, eles são problema de Trovão, não dos Dentesnascidos.
— Oh, tenho certeza que Darach Elrod estaria bastante disposto a isso — disse Damon, sem perder o sorriso maroto. Ele trocou um olhar com o irmão, que surpreendentemente usava o mesmo sorriso. Eles nunca pareceram tão semelhantes, com sorrisos malvados combinando e uma luz sinistra brilhando em seus olhos.
— Vocês dois… — Nicole começou, soltando um resmungo e soprando uma mecha rebelde de cabelo. — Bem, seja lá o que for, você — ela gesticulou para Damon — terá que ir para Trovão comigo. Harper, você também pode vir.
— Nós partiremos na alvorada de amanhã — disse Blaise, batendo palmas em excitação.
— Sim, vamos — disse Nicole. — Mas ‘nós’ não te inclui.
O sorriso de Blaise imediatamente caiu enquanto ele encarava Nicole, incrédulo.
— Não há necessidade de você estar lá — disse Nicole, com uma expressão fria, como uma mãe repreendendo seu filho. — Você tem uma matilha para cuidar, Alfa Blaise. Não pode estar descendo para outras matilhas constantemente quando não tem negócios lá.
— Eu tenho negócios lá se minha luna, irmão e principal curandeiro estão indo! Até mesmo Kyle! — Blaise argumentou. — Além disso, quem mais vai proteger vocês?
Damon revirou os olhos, mas rapidamente lançou um sorriso sacana para o irmão. Ele se levantou e caminhou até mim, triunfantermente me puxando para seus braços, segurando-me pela cintura.
— Eu consigo nos proteger muito bem — disse ele, balançando os dedos. Geada se juntou nas pontas dos seus dedos e parecia que a temperatura do ambiente caía alguns graus. Damon não fez muito, mas suas ações disseram mais do que palavras poderiam dizer.
Um lobo não era necessário para nos proteger.
— Além do mais — falei, revirando os olhos brincalhona para as ações infantis de Damon —, eu posso me transformar agora. Nicole também não é nenhum lobinho indefeso.
— Até você, Harper? — Blaise gritou, seus olhos de cachorrinho quase brilhando com lágrimas.
— Nós só vamos ficar fora alguns dias, duas semanas no máximo! — disse Nicole. — Eu não posso ficar longe de Trovão por muito tempo, e com a ajuda de Trovão, talvez consigamos fazer uma descoberta mais rápida do que se tivéssemos ficado nos Dentesnascidos.
— Os vampiros ainda estão soltos — lembrei. — É improvável que ataquem tão cedo, mas não podemos deixar os Dentesnascidos desprotegidos.
Blaise só pôde suspirar alto em derrota, desabando na cadeira.
— Ponto justo — ele disse. Ele encarou o irmão mais velho, praticamente atirando dardos pelo olhar. — Recupere seu lobo o mais rápido possível — disse. — Estou cansado de ser alfa.
Damon apenas riu, os olhos brilhando. Desta vez, parecia haver esperança de verdade em seus olhos, algo que tanto eu quanto Blaise percebemos. A mão de Damon se apertou na minha cintura, apertando de leve enquanto eu olhava para ele. Quando nossos olhos se encontraram, um vislumbre de um sorriso dançou em seus lábios.
— Se a Deusa permitir — ele disse —, eu obedecerei com prazer.