A Pária Destinada do Alfa: Ascensão do Cantor da Lua - Capítulo 345

Capítulo 345: Provas dos ecos – vidas passadas III

Lyla

Depois disso, eu estava em uma biblioteca, e havia um homem. Pelo traje rico e aura que ele carregava, eu podia dizer que ele era rico.

“Alfa Lorian, seu Beta está aqui, perguntando por você. Devo deixá-lo entrar?” uma mulher veio sussurrar para ele.

Alfa Lorian levantou a cabeça e olhou para a mulher, sorrindo para ela enquanto suas bochechas com covinhas apareciam. “Sim, você pode deixá-lo entrar. Ele incendiaria esta biblioteca se pudesse.”

Ele era o Cantor da Lua antes de Raina. Ele estava mais interessado em história do que em governar como um Alpha. Ele foi quem descobriu textos ocultos—a verdade sobre quem éramos—e ele cantava para despertar mentes.

Mais vidas passaram diante de mim, cada uma mais vívida que a anterior. Um homem que descobriu seu poder quando sua companheira foi ameaçada. Um Beta cujo filho morreu em suas mãos após um ataque Feral, e desencadeou algo maior.

Cada Cantor da Lua enfrentou o Obscuro de maneira diferente, mas uma coisa era peculiar sobre eles. Nenhum deles parecia ter o poder de curar e transformar. Eles eram todos Cantores da Lua regulares que podiam enfraquecer Ferais com suas vozes.

Alguns lutaram contra o Obscuro com exércitos, alguns sozinhos. Alguns quase conseguiram mas falharam por vários motivos: hesitação, orgulho, falta de conhecimento e preparação inadequada.

***

Finalmente, eu estava na Floresta do Norte. Estava preenchida com pessoas, pessoas que eu já havia visto antes. Eles eram lobisomens, mas diferentes—mais graciosos, carregavam uma energia que podia intimidar um espectador inocente. Eles eram os Aurenses.

Entre eles caminhava uma mulher de beleza extraordinária, uma bela garota que acabara de florescer na adolescência. Era Neriah, a primeira Cantora da Lua.

Diferente dos outros, ela não descobriu seu poder através de trauma ou necessidade. Ela cantava antes de poder falar, suas canções de ninar curando os doentes, suas canções de batalha afastando inimigos.

“Ela é a filha da Deusa,” uma mulher idosa sussurrou a uma criança ao seu lado. “Observe e aprenda.”

Eu segui Neriah pelo acampamento, sentindo sua alegria nas coisas simples—ajudando um curandeiro a tratar feridas, ensinando crianças a cantar, rindo com amigos ao redor das fogueiras da noite.

Então o tempo mudou novamente. Desta vez, eu a vi encontrando-se com Rian. Ela tinha um sorriso no rosto e parecia feliz.

A cena mudou, e era Neriah novamente, com Tâmisa. Seus olhos continuavam a se mover para trás com urgência, como se temesse que fossem pegos.

“Não posso escolher entre vocês,” ela disse a Tâmisa. “Meu coração não permite.”

“Então não escolha,” Tâmisa respondeu. “Eu posso compartilhar, Neriah. Meu amor por você é maior que ciúmes. Eu quero estar com você. Por favor.”

A cena mudou para Neriah andando de um lado para o outro, ansiosa. Corvus estava atrás dela, sorrindo preguiçosamente.

“Estou grávida,” ela disse. Não sei de quem é o bebê, mas conheci Rian depois daquele dia.”

“O dia em que fizemos amor?” Corvus perguntou com um sorriso desafiante. “Você não precisa ter vergonha disso. Você sempre foi atraída por mim, Neriah, muito antes de conhecer Rian e se casar com ele. Por que você nega essa parte de você?”

“Foi um erro,” Neriah chorou. “Eu queria conforto naquela noite, e você se aproveitou de mim. Agora eu não sei o que fazer. Se Rian descobrir algum dia.”

“Ele não vai,” Corvus deu de ombros. “Você pode escolher vir comigo, Neriah. Una-se a mim; você tem poderes, então deixe-me ensiná-la a usá-los. Se você voltar para Rian, ele saberá quando os bebês nascerem.”

“O quê?” Neriah virou-se para ele com medo nos olhos. “Do que você está falando?”

Corvus balançou a cabeça. “Apenas venha até mim e faça como eu disse.”

“Não!” Neriah balançou a cabeça. “Eu te disse que foi um erro. Eu amo Rian; se eu contar para ele, ele entenderia.”

“Você conhece a punição para infidelidade entre os Lycans?” Corvus sorriu preguiçosamente. “Morte. Você será morta, mesmo se Rian…”

“Pare com isso!” Neriah gritou. “Nenhuma palavra sua novamente… para sempre. Acho que não devemos nos encontrar novamente. Todos estão ficando desconfiados; eu não posso te encontrar. Sinto muito, Corvus, você precisa me deixar ir. Eu mudei de ideia. Eu quero continuar casada com Rian. Ele é um bom homem, afinal.”

Um músculo se contraiu no maxilar de Corvus. “Um bom homem? Hã? Você estava pronta para jogar tudo fora…”

“Naquela época, eu não percebia o tipo de pessoa que ele seria para mim agora que o conheço…”

“Você não pode desistir do nosso acordo,” Corvus disse gentilmente, inclinando-se para longe da árvore enquanto caminhava até Neriah. “Você concordou em fazê-lo. Nós fizemos um juramento.”

“Eu sei disso,” Neriah assentiu vigorosamente, alcançando para segurar a mão dele. “Mas as coisas mudaram. Se eu soubesse que as coisas aconteceriam assim, eu não teria…” Ela interrompeu e rapidamente acrescentou. “Mas um juramento pode ser quebrado quando ambas as partes concordam em terminá-lo, certo?”

“Não nesta situação, Neriah. Eu te amo. Eu te amei desde o primeiro dia que pus meus olhos em você, muito antes de Tâmisa, e muito antes de Rian. Fique comigo. Pertencemos um ao outro. Eles não te amam de qualquer forma. Seu pai te vendeu para o Lycan…”

“Para tratar minha mãe,” Neriah o interrompeu. “Ele se importa e a ama muito, assim como eu. Esse é um pequeno sacrifício comparado ao valor da vida dela.”

“Os Lycans estão te usando. Eles estão mentindo para você, Neriah. Por favor…”

Neriah sorriu, mas havia tristeza em seus olhos. “Você sabe que eu não posso. A agitação dos Ferais está crescendo a cada dia. Eles são piores que renegados. Eu tenho meu dever tanto com o meu mundo quanto com o meu par.”

Seu dedo se enrolou ao redor dela. “Por que você sempre deve pensar no dever antes de si mesma? Antes… de nós?”

“N-não havia e não há nós…” Neriah disse, dando um passo para trás com força. “Você leu significados errados na minha intenção desde o primeiro dia que te resgatei. Eu não deveria ter feito. Se entregue…”

“A agitação dos Ferais crescerá a cada dia. Se você se unir a mim, eu posso te ajudar, posso ajudar seu povo. Me ajude, Neriah,” ele implorou. “Seu povo… seus dons. Eu posso te ajudar. Nós acabaremos com o reino dos Lycans e lutaremos contra os Ferais. Acabaremos com a guerra antes que comece.”

Mas os Cantores da Lua estavam destinados a algo maior. Nossos poderes não eram destinados à destruição, mas para harmonia, cura, orientação e proteção.

“Sobre isso,” Neriah suspirou. “Eu não posso. Você conhece o custo de interferir na ordem natural.”

O rosto de Corvus escureceu. “E o que será de mim?”