A Paixão do Duque - Capítulo 89

89: Dejavu 89: Dejavu Eu não sou uma pessoa inteligente, nem fui sábia. Meus instintos não eram aguçados também. Mas desde que Sam entrou na minha vida, eu sabia que algo mudou profundamente.

Quando partimos para a Capital, aprendi coisas novas a cada momento. De Grimsbanne, para Whistlebird, e agora, aqui em Cunningham.

Por menores que fossem, esse conhecimento mudou minha perspectiva sobre certas coisas. O que mais? A principal informação passada para mim. Até agora, não poderia dizer com confiança que eram presentes ou uma maldição saber demais.

Após meu breve passeio com o Senhor Cameron, Fabian veio até mim para me dizer para comer. Sam não estava lá; Fabian me disse que ele apenas tinha que fazer algo importante.

Mesmo depois do nosso jantar tardio, nem a sombra de Sam foi vista. Eu me pergunto o que é tão importante que até agora, que terminei de tomar banho e estou pronta para ir para a cama, ele ainda não veio.

Um suspiro escapou dos meus lábios enquanto eu olhava pela janela. Os aposentos de hóspedes onde me acomodaram estavam quase no topo do castelo. Isso é exagero, obviamente.

Mas dessa altura, olhei para cima e sorri. Eu me sentia mais próxima da lua. Essa lua que só aparecia à noite nunca deixava de me confortar.

“O rei…” eu sussurrei e suspirei. “Me pergunto como ele realmente é?”

Do que eu ouvi até agora, minha impressão dele não era muito agradável. No entanto, se eu analisar suas palavras, parecia que ele é o menos hipócrita entre todos.

Eu sei. Posso receber ódio e olhares estranhos por pensar assim. No entanto, em Whistlebird, percebi que as pessoas costumam decidir pelos outros.

Embora a razão fosse aceitável, parte de mim se sentia… triste.

Noah Remington teve que ferir seu amigo apenas porque queria Teddy vivo. Mesmo que humilhar Teddy e sua esposa fosse cruel, ele fez isso para mantê-los vivos.

Mas o Senhor Noah pediu consentimento a Teddy? Aquele olhar traído e de ódio nos olhos de Teddy me dizia que ele não sabia de nada. Eu me perguntava se o Senhor Noah tivesse perguntado a Teddy, este último concordaria com os métodos do primeiro?

Sam fez o mesmo, e isso me desapontou. Quando ele apagou uma parte da minha memória que ainda me incomoda profundamente até agora, minha decepção foi genuína.

Agora, aqui em Cunningham, as coisas só ficaram mais estranhas. Um clã de sangue puro que devotou suas vidas a alguém que não conheciam. Agora me veem como uma espécie de Deus, mas eu sou apenas humana.

Eu não salvaria suas vidas, mesmo que eles rezassem pelo meu nome. Simplesmente não sou talhada para isso. Eu conheço meus limites e minhas capacidades.

Mas o mais decepcionante foi que eles devotavam suas vidas a alguém por razões desconhecidas. O Rei os abandonou? Mas eles ainda vivem em silêncio?

Eu acreditaria neles se Cunningham fosse como Whistlebird. Eu não acredito que haja um lado neutro neste reino.

Ou você se opõe ao rei ou o deixa em paz. O Crawford não se opôs ao rei, mas suas ações não pareciam que o deixavam em paz também.

Eles distorcem suas palavras apenas para se sentirem bem. Se isso não fosse hipocrisia, eu não sabia o que era.

Bem, quem sou eu para julgar? Eu também sou uma hipócrita. É por isso que eu disse que o rei pode ser o menos hipócrita entre todos.

O rei parecia ser a pessoa que sabia o que queria. Do que ouvi até agora, ele parecia muito com Sam… e não ao mesmo tempo.

Ele sabia o que queria e era muito claro sobre isso. Eles não escondem suas intenções, independentemente se pareceriam vilões.

Talvez seja porque são irmãos? Por que estou pensando no Rei que ainda não conheci?

Será porque eu o encontraria em alguns dias? Estou… incerta da resposta.

“Eu me pergunto o que Sam estava fazendo? Estou tendo tantos pensamentos estranhos sem ele por perto.” Eu murmurei e soltei um suspiro.

Assim que meu suspiro escapou dos meus lábios, eu pulei para trás ao ouvir um súbito sopro de ar vindo da janela. Meus olhos se arregalaram, piscando em choque enquanto minha visão trêmula se fixava na figura na janela.

Sa — Sam?

Eu ofeguei, olhando para Sam ajoelhado em um joelho no parapeito da janela. Sua outra palma no lintel. Seu cabelo um pouco despenteado como se ele tivesse saído de um tornado.

Ele pulou de baixo?

“Nossa. Que gente persistente.” Sam arfou enquanto estalava a língua. Ele então espiou fora da janela antes de imediatamente pular para dentro para se esconder.

Ele não me notou? Meus olhos piscaram incontáveis vezes enquanto eu observava Sam espiar pela janela com suas mãos no parapeito.

Ele estava sendo perseguido? Pulou aqui não porque sabia que eu estava aqui, mas porque estava aberta?

“Ah…” Eu não consegui articular minhas palavras no momento.

Quando Sam suspirou o que parecia ser um suspiro de alívio, ele falou enquanto se virava lentamente.

“Oh. Desculpe. Eu estava sendo perseguido. Não quis…” Sam hesitou ao encontrar meu olhar.

“Lilove?”

Isso… parecia tão romântico como um primeiro encontro em uma história de ficção. No entanto, e se Sam se esgueirasse em outro aposento de mulher?

Obviamente, eu não ficaria contente. Estou pensando demais nas coisas para me fazer ciumenta? Estou tendo uma cena estranha passando pela minha cabeça que me faz querer chorar.

Deus do céu… estou enlouquecendo com todo esse excesso de pensamento? Meu cérebro nunca foi feito para pensar, afinal.

Agora sinto falta dos dias em que não precisava pensar. Estranhamente sinto falta dos dias em que só conseguia pensar em trabalho braçal.

“Oh meu Deus, Lilove.” Sam sorriu enquanto caminhava em minha direção com os braços abertos. “Acho que realmente fomos feitos um para o outro. De todas as janelas, acabei pousando no seu quarto! É isso que chamam de destino?”

Antes que Sam pudesse me abraçar, levantei minha palma e a coloquei em seu peito para detê-lo. Com uma sobrancelha levantada, eu disse.

“Você fede, meu senhor.”

Oh… como eu senti que isso já havia acontecido antes?