A Paixão do Duque - Capítulo 86

86: Parabéns, minha noiva. 86: Parabéns, minha noiva. Minha mandíbula caiu. Literalmente caiu.

Então, uma terra que era pior do que entrar em território inimigo era a terra do culto dele? Eu sempre me vi em situações de conflito. Esta era uma das situações mais difíceis em que não sabia o que sentir.

“Eles devem ter lançado um grande feitiço para você desmaiar. Esses bastardos fazem o que querem.” Sam resmungou, estalando os dedos como se estivesse pronto para matar.

“Um feitiço? Hein?”

“No começo, pensei que tinha bebido demais do seu sangue e por isso você desmaiou. Bem, no fundo eu sei que não é o caso. Avançando, temos que fazer uma parada aqui esta noite.” Sam explicou, mas sua irritação era clara para mim.

“Isso — não é tão ruim, certo?” Limpei a garganta enquanto me aproximava dele.

Ou não…

Sam franziu a testa ao me encarar. Para alguns, a popularidade era um elogio e as pessoas adorariam se entregar a isso. No entanto, conhecendo Sam, ter essa fama… é um saco.

É verdade. Ele não era apenas um vampiro comum que se entregava a essas coisas.

“Você sabe por que quero evitar esta cidade?” Sam perguntou enquanto fechava a janela para calar a animação lá fora.

Eu não falei porque minha expressão confusa era suficiente para ele perceber minha curiosidade.

“Eles são irritantes.”

Essa resposta era bastante previsível, conhecendo ele.

“Além disso, eles fariam de tudo para eu ficar.” Novamente, Sam massageou as têmporas em aflição.

Eu nunca o vi tão aflito quando chegamos a Whistlebird. Mas agora, parecia que ele queria fugir.

Que homem estranho por não gostar das coisas que a maioria das pessoas gostaria. E achar algumas situações em que uma pessoa não gostaria de estar interessantes.

Era Sam um homem estranho ou interessante? Talvez ambos.

De repente, a carruagem parou. E Sam imediatamente fechou os olhos e esfregou as palmas no rosto.

Depois disso, uma batida veio do lado de fora da janela da carruagem. Como Sam não estava respondendo, estendi meu braço e abri.

Fabian estava do lado de fora e me ofereceu um leve sorriso. “Estou aliviado em ver que você está acordada, minha senhora.”

Assenti desajeitadamente e lancei um olhar para o homem aflito ao meu lado.

“Meu senhor, Senhor Cameron o recebeu pessoalmente.”

E isso só piorou as coisas para Sam. Pensei internamente enquanto encarava a figura imóvel de Sam.

Que pobre coitado. Nunca pensei que algum dia teria pena de Sam desta forma.

“Você pode dizer ao Senhor Cameron que o Duque de Grimsbanne não se sente bem?” Como ele não estava respondendo, desloquei minha atenção para Fabian.

Fabian pressionou os lábios e suspirou também. Estamos no mesmo barco; solidários a Sam.

Mas bem, poderíamos ter evitado este lugar se eu fosse forte o suficiente. Mas espere… se o motivo de eu desmaiar foi por causa de um feitiço, isso significava que aquela mulher cantando também era ação deles?

Franzi as sobrancelhas enquanto inconscientemente mordia a unha do polegar. Aquela melodia quase me levou a um sono eterno… ou não? Não consegui dizer.

Pensar nisso ainda trazia um medo ao meu coração. É uma intuição — uma forte, mas vaga intuição que eu ainda não consegui localizar.

“Senhor Cameron nos convida para seu castelo esta noite, minha senhora.” Como Sam não estava se mexendo, Fabian voltou e me informou.

“Será rude recusar?”

“Sim, minha senhora.” Fabian respondeu instantaneamente com um aceno.

“Então, recuse.”

Minha resposta fez as sobrancelhas de Fabian se juntarem levemente. Ele não esperava isso, esperava? Bem, eu não diria tais palavras ousadas… em dias normais.

Porém…

“Posso estar indo além dos meus limites. Mas, o Duque de Grimsbanne não queria estar aqui. Eles lançaram um feitiço perigoso que colocou minha vida em perigo. Como devemos confiar em pessoas que fariam coisas criminosas apenas para atingir seus objetivos?”

Minhas palavras saíram naturalmente, sem nem mesmo pensar. No entanto, essas palavras vieram do meu coração.

Além do fato de que suas ações quase me levaram à “morte (?)”, Sam estava numa situação desconfortável. Não estou na posição, mas o marquês não saberia que foi minha ordem, certo?

Se eu me colocasse na situação de Sam, ele provavelmente diria o mesmo. Ou melhor, ele seria mais brutal e selvagem que o habitual.

“Minha senhora…” Fabian chamou baixinho, piscando. Seus olhos escureceram de surpresa.

Por que ele estava me olhando assim?

De repente, Sam também se mexeu e levantou a cabeça em minha direção. Não havia muita emoção em seus olhos, mas ele segurou meu olhar por um longo tempo.

Após seu longo silêncio, ele perguntou. “Quem é você?”

Hein?

Sam, é… Eu sorri, mas esse sorriso se apagou imediatamente ao ver meu reflexo em seus olhos.

Por que estou sorrindo maliciosamente?

“Saia do corpo dela.” Sam inclinou a cabeça para o lado, seu tom especialmente baixo, como se estivesse falando com outra pessoa.

Sam! Sou eu! Mas minhas palavras ressoaram dentro da minha cabeça. Momentos atrás, eu estava falando com Fabian, mas agora… não conseguia controlar meu corpo?

Meu corpo se moveu sozinho enquanto minha mão pousou no peito e me curvou. “Meu senhor, por favor aceite nosso convite. Minhas desculpas se tive que fazer isso porque o Senhor Fabian não nos deixou falar com você.”

Era minha voz… mas essas não eram minhas palavras. O quê… não. Como ousam?

“Você realmente deseja morrer tanto assim?” Sam perguntou friamente.

Mesmo sabendo que ele não estava falando comigo, não pude deixar de estremecer de medo. Estou assustada, pois seus olhos não eram os mesmos de quando ele normalmente me olhava.

“Nós vamos expiar nosso pecado, Vossa Alteza. Já se passaram centenas de anos, então estávamos desesperados por sua graça.” Eu respondi.

Parem de me usar… murmurei internamente. Logo quando pensei que havia encontrado raiva, estava enganada. Nunca estive tão furiosa na vida.

Sou imune a insultos, mas este era um nível de insulto que eu não poderia tolerar. Estão me usando porque sou fraca? Eles estavam me usando desta vez para falar com Sam porque não conseguiam passar por Fabian.

Se eles pudessem me usar, fariam algo muito pior que isso se eu não fizesse nada.

“Saia de mim agora ou eu te prenderei dentro de mim para sempre. Eu garanto que este corpo será seu túmulo. Não me teste.”

Só percebi que meu aviso saiu dos meus lábios quando terminei de falar. Saiu?

Eu me perguntei, piscando. Quando meu olhar capturou as expressões surpresas de Sam e Fabian, franzi os lábios numa linha fina.

“Não quis dizer isso… hehe.” Expliquei desajeitadamente, pois só tentava assustar aquela pessoa. “Não sabia que funcionaria.”

“Parabéns, minha noiva.” Sam de repente aplaudiu devagar. Franzi as sobrancelhas em confusão.

“Você me salvou desta vez.”

“Te salvei? De quê?”

“Mhm.” Sam murmurou e assentiu. Ele então apontou para fora enquanto Fabian saía do caminho.

“Ouça o que eles estão dizendo.”

Ainda com as sobrancelhas franzidas, fiz o que me foi instruído. Logo, seus murmúrios indistintos se transformaram em gritos e aplausos.

“Lilou! Lilou! Lilou! Lilou!”