A Paixão do Duque - Capítulo 79

79: O rosto real por trás da máscara. 79: O rosto real por trás da máscara. Foi uma noite longa, de fato. Sam e eu discutimos. Fizemos as pazes. Depois fizemos amor.

Mas a noite ainda não havia terminado. Eu me mexi e deitei a lateral da minha cabeça em seu peito.

“Você não está cansada?” Ele perguntou, acariciando minha coluna com a ponta dos dedos.

Estremeci levemente, mas ignorei. “Não. Você me forçou a dormir horas antes do meu horário de dormir.”

Novamente, o silêncio se instalou. Não aquele tipo de silêncio sufocante. O silêncio sereno.

“Em que você está pensando?” Perguntei baixinho, olhando para ele.

Sam pressionou os lábios, estalando-os. “Você.”

“O que tem eu?” Pisquei, curiosa. Usando meu cotovelo para me ajudar a subir e olhar para ele em uma posição melhor.

Lentamente, Sam moveu seu olhar em minha direção. Sua mão colocou o cabelo solto atrás da minha orelha.

“Que eu te amo mais do que te amava um segundo atrás. Que eu te amo mais a cada segundo que passa, é perigoso.”

Seu tom era baixo, mas firme. Seus olhos estudavam minha estrutura facial, como se gravassem cada pequeno detalhe em sua mente.

Eu não pude evitar sorrir, lisonjeada por suas palavras. Quem não ficaria? Eu me sentia a mais bonita sempre que ele me olhava desse jeito.

“Por que é perigoso, no entanto?” Perguntei, levantando as sobrancelhas.

“Eu não sei.” Sam deu de ombros. Seus cílios piscavam lentamente.

Ele é deslumbrante mesmo sem tentar.

“Fabian está ocupando muito do seu tempo e te conta o que quer. Então, eu não sei o que você já sabe sobre mim.” Sam suspirou ao estalar a língua suavemente.

“Por que você não me conta o que quiser também?” Inclinei a cabeça para o lado antes de me levantar. “Estou toda ouvidos. Mesmo se você repetir tudo o que o Senhor Fabian disse, eu gosto mais da sua versão.”

Sam riu, beliscando suavemente minha bochecha. Ele então se moveu, metade de suas costas no encosto da cama.

Após um momento, Sam ponderou sobre como queria começar sua história. Quando começou, minha sobrancelha se contraiu involuntariamente.

“O rei quer me ver morto.”

Que maneira de começar. No entanto, embora Fabian nunca tenha dito dessa forma, parte de mim já tinha essa conclusão no fundo da mente.

“Sinto que não tivemos uma conversa decente sobre o que você pode esperar na Capital. Para ser honesto, eu não queria te trazer comigo.” Sam suspirou enquanto eu fiquei em silêncio, ouvindo.

“Mas eu prefiro te levar para um lugar perigoso onde estou para poder te proteger. Em vez de te deixar para trás, longe de mim.”

“Você acha que o rei causará problemas para Grimsbanne novamente?” Perguntei.

Sam arqueou a sobrancelha. “Novamente? Fabian te contou isso?”

Eu limpei a garganta. Certo. Fabian disse que foi obra dos Bloodfangs, não do rei. Que boba eu sou.

“Não.” Ri discretamente. “Mas você acha que ele causará problemas para Grimsbanne novamente?”

Sam ficou em silêncio por um tempo. Segurei a respiração enquanto meu coração batia forte.

“Talvez.” Ele deu de ombros. “Talvez não.”

“Hã?”

“Antes de ir dormir, fiz um acordo com ele.” Sam explicou, o que despertou ainda mais minha curiosidade.

“Um acordo? Com o rei?”

“Fabian te contou sobre o que aconteceu com Grimsbanne, presumo?” Sam levantou uma sobrancelha, e eu assenti como resposta. “Aquela guerra com os Bloodfangs…”
Sam parou enquanto pensava em qual detalhe me contar. Esperei pacientemente até que seus lábios se abriram novamente.

“Após o ex-príncipe herdeiro, meu irmão mais velho, eu estava na linha de sucessão.” Sam me lançou um olhar. “Se algo acontecesse com meu irmão mais velho, eu seria o responsável por assumir o trono. Eu não gostava da ideia, principalmente porque não gostava da ideia em si. Além disso, sentar no trono significava que o único irmão que respeitava estava morto.”

“Ah…” Assenti em compreensão, mas não surpresa. Sam era assim.

“Então, em vez de tomar o trono, como os Bloodfangs queriam, passei-o para o rei atual.”

Hã? Pisquei os olhos, surpresa. Eu ouvi o que acabei de ouvir?

“O rei já não era rei quando você voltou?” Eu soltei, pois foi assim que entendi as palavras de Fabian.

“Não.” Sam balançou a cabeça. “Ele estava apenas lá para proteger o trono até meu retorno.”

“O quê?”

“O protocolo real é mais complicado e complexo do que você pensa. É por isso que eu não gostava dele. Mas, para simplificar, quando voltei, recusei o título e passei irresponsavelmente para o segundo príncipe.” Sam explicou de uma vez só.

Esta era uma versão que apenas as pessoas envolvidas conheciam. Era a verdade, e não apenas o que parecia na superfície.

A verdadeira face por trás da máscara.

Fabian não sabia disso, e foi bastante surpreendente. Mas o que foi surpreendente não era o fato de que a verdade de Fabian estava longe da história real.

Era outra coisa.

“Se você é o terceiro príncipe, e o rei atual é o segundo príncipe, por que você é o segundo na linha de sucessão e não o terceiro?” Perguntei, inclinando a cabeça para o lado.

Pensei que era assim que funcionava. Mas era, de fato, mais complicado do que isso. Não sou especialista em política, mas fazia pouco sentido.

“Porque o rei atual é…” Sam pausou, escolhendo a palavra certa para falar. “Ele se destaca em tudo, mas carece em uma área.”

“Qual é?”

“Empatia.” Sam acariciou meu cabelo amorosamente. “Somos bastante parecidos, para ser honesto.”

“O Senhor Fabian me disse que os Bloodfangs não queriam que você assumisse o trono. Mas você está me dizendo que eles querem que você assuma o trono em vez do rei atual?”

Eu senti como se estivesse voltando ao início sobre isso. Estava ainda mais confuso agora.

“Fabian está certo. Não estou dizendo que o que Fabian te contou não é a verdade, mas era parte da verdade. O que ele sabia era como a máscara parecia, não a face por trás dela. Eles não gostam de mim, mas se tiverem que escolher entre mim e o rei atual, preferem ter que me servir.” Sam deu de ombros.

Normalmente, Sam diria isso de maneira arrogante. Mas agora seu tom era… indiferente.

“Mas por que você lutou contra os Bloodfangs na guerra?” Perguntei com a sobrancelha franzida.

“Os Bloodfangs me pediram para fazer isso.”

“Hã?”