A Paixão do Duque - Capítulo 734
Capítulo 734: Isso é seu
Quando Lilou deixou o quarto do filho, ela ficou parada do lado de fora. Ela encostou as costas na porta, suspirando profundamente.
‘Law me conhece bem demais,’ ela pensou, soltando outro suspiro. ‘Eu deveria manter a cabeça no lugar.’
Lilou soltou uma respiração forte, acenando para si mesma de forma encorajadora. Ela se afastou da porta, olhando para a porta fechada por um segundo. Seus olhos brilharam com emoções misturadas, arrastando os pés. Como Samael sabia que ela estava descansando, ela já planejava voltar para o quarto dele, que era o quarto mais próximo do de Law.
‘Será que ele vai ficar bravo?’ ela se perguntou no caminho. ‘Ele parecia determinado a me deixar descansar por hoje, mas acho que não passei muito tempo com Law hoje. Eu senti falta dele por algum motivo…’
Outro suspiro longo e sofrido escapou de seus lábios quanto mais ela se aproximava do quarto de Samael. Quando parou em frente à porta, Lilou pegou na maçaneta e cuidadosamente a empurrou para abrir. Assim que fez isso, prendeu a respiração e entrou na ponta dos pés. Mas assim que entrou, fazendo quase nenhum barulho, ela congelou ao ver a pessoa parada em frente à janela.
‘Uh oh,’ seu cérebro zombou dela, fazendo-a apertar os lábios.
Para sua surpresa, Samael permaneceu imóvel naquele lugar e em silêncio. Suas sobrancelhas franziram, inclinando o corpo para ter uma visão melhor do perfil dele.
‘O que ele está fazendo?’ ela se perguntou internamente, captando um vislumbre de sua expressão solene sob o calmante luar, que era da mesma cor que seu cabelo. ‘Ele está pensando nos inimigos?’
Lilou apertou os lábios e, em vez do que inicialmente planejou, de manter sua saída em segredo, ela se aproximou dele silenciosamente. Parou a um comprimento de braço, estudando-o com claro interesse nos olhos.
‘Ele parece estar imerso em pensamentos,’ ela pensou enquanto parecia que Samael não a tinha notado, apesar de estar a um comprimento de braço. ‘Bem, nosso problema é realmente algo. Eu nem sei como resolvê-lo.’
Seus olhos abaixaram ao pensar em ser protegida em vez de ser a protetora. Ela amava Law, mas no momento, Lilou não era tão estúpida a ponto de acreditar que tinha capacidades para protegê-lo. Ela nem conseguia se proteger, e portanto, a razão de estar nesse lugar há meses com Stefan.
“O continente caiu.” Lilou estremeceu quando Samael de repente falou após um longo silêncio. Sua voz estava baixa e ameaçadora, mas havia um toque de preocupação em seu tom. “Eu conhecia aquele homem. Eu até pintei seu retrato…”
“Ele era um rei sábio?” ela perguntou por pura curiosidade.
“Ele era um bom homem,” respondeu Samael sem tirar os olhos da direção que estava encarando. “Isso me lembrou de Stefan.”
“Seu irmão?”
“Mhm…” As pálpebras de Samael caíram. “Ele não era nem gentil nem era perverso, mas definitivamente era um bom homem. Pelo menos, ele fez o melhor para salvar a todos e ser justo com todos. Eu devo muito a ele e nenhuma quantia de riqueza pode pagar minha dívida com ele.”
“O que você devia a ele?” ela soltou sem querer, mordendo a língua, mas seus olhos ainda brilhavam com expectativa. Samael lentamente virou a cabeça para ela, mantendo-se quieto como se estivesse ponderando sobre a resposta.
“Nossa vida no continente,” saiu uma voz baixa e melancólica. “Éramos forasteiros, e eu costumava vender qualquer coisa nas ruas. Não tínhamos títulos ou bens que tivessem valor no continente. Mas Sua Majestade reconheceu meu trabalho e nos deu liberdade.”
Samael caminhou no mesmo lugar até que estava a postos diante dela. “Ele havia protegido minha família dos clãs que não acolhem minha família em suas terras, e eu quero devolver o favor. Não teremos outro lugar para ir se o continente não for restaurado.”
Lilou apertou os lábios em uma linha fina, mordendo o lábio inferior interno, olhos fixos nele. Ela sabia que não era que eles não tivessem um lugar para ir e se estabelecer, mas o continente já era um lugar que chamavam de lar. Pode haver muitas coisas que ela não conseguia entender, mas seu coração de alguma forma entendia algumas coisas que seu cérebro não conseguia lembrar.
“Como… posso lutar?” ela perguntou baixinho. “Quero ajudar, mas não sei como. Você precisa me ajudar a treinar ou algo assim.”
“Você… não precisa treinar.”
“O quê?” ela franziu a testa, insatisfeita com a resposta dele. “Eu não preciso lutar? Então o que vou fazer? Sentar e deixar meu marido, meu filho, e todos me protegerem?”
“Não entenda mal.” Samael balançou a cabeça suavemente e enfiou a mão no bolso. Quando ele tirou a mão, jogou algo para ela, que ela pegou por instinto.
Olhando para baixo, Lilou franziu as sobrancelhas enquanto abria a mão e via um colar. Ela olhou de volta para ele com confusão nos olhos, esperando que ele esclarecesse o que isso significava.
“Isso é seu.” Ele apontou o queixo para o colar. “O nome dela é Lakresha. Eu imaginei que já que seu coração e corpo se lembram das coisas… por exemplo, não ficar na cama após uma noite exaustiva de paixão. Pode ser que também lembre-se de como manejar Lakresha.”
Samael assentiu para ela de maneira encorajadora. No passado, Lilou sempre ficava paralisada na cama, especialmente durante a primeira noite juntos. No entanto, mesmo agora que ele havia tomado sua primeira vez, Lilou era capaz de correr por aí assim como fazia no continente. Não apenas isso, mas havia muitos sinais que comprovavam sua teoria após dias de observação.
A regressão afetou Lilou, mas apenas sua memória foi atingida. Seu coração, corpo, e alma lembravam quem e o que ela era.
“É tudo hipotético, mas Lakresha pode ajudar a trazer suas memórias de volta,” ele acrescentou. “Não vejo razão para não tentarmos.”
“Como…” Lilou olhou para baixo mais uma vez, acariciando o belo pingente. Como esse colar poderia ser chamado de arma? Havia uma infinidade de perguntas em sua cabeça, e uma delas era ‘estava ela pronta?’ Mas havia também uma parte dela que se sentia aliviada. O colar parecia familiar em sua mão, como se ela tivesse uma reunião com um amigo querido.
“La…” sua língua se enrolou, respirando fundo, maravilhada com a sensação enquanto olhava para o colar na mão. “Lakresha.”