A Paixão do Duque - Capítulo 695
Capítulo 695: Ingênua
Assim como Tilly e Fabian prometeram, eles levaram Lilou para onde Rufus estava treinando. Assim que Lilou perguntou a Rufus sobre seu pedido, sua expressão ficou pálida ao som da espada sendo desembainhada.
“Por favor, não me mate,” ela murmurou imediatamente, ao ver a grande espada nas mãos de Rufus. “Apenas diga não se você não gostar… ei..!”
Lilou cambaleou para trás e olhou na direção de Fabian e Tilly, apenas para seu coração afundar ao ver a expressão impassível deles. Fabian estava sorrindo enquanto Tilly simplesmente a observava sem emoção.
Ela cometeu um erro ao seguir a sugestão deles? Foi então que Lilou se lembrou do que Stefan lhe disse. Os hóspedes estavam… entediados para caramba! Era essa a maneira deles de se divertir? Assistir ela se matar?!
Seus pensamentos ficaram mais negativos à medida que Rufus se aproximava e quando ele pairou sobre ela, sua mente entrou em estado de branco. Lilou lentamente levantou a cabeça para encontrar os olhos perigosos de Rufus. Em sua perspectiva, Rufus parecia um gigante enquanto ela era uma formiga que ele esmagaria facilmente.
Seria esse o fim para ela?
Lilou fechou os olhos quando Rufus moveu sua espada em sua direção. Mas a dor de ser cortada ao meio não veio. Ela lentamente abriu um dos olhos, apenas para franzir a testa. Quando abriu ambos os olhos, olhou para Rufus com confusão enquanto ele lhe oferecia sua espada.
“Minha senhora, se eu a ofendi, aceitarei qualquer punição.” Seu nariz se enrugou diante das observações sérias dele. “Você não precisa dar voltas.”
“O quê?” ela quase engasgou assim que percebeu o que Rufus quis dizer. Assim como Fabian disse, seu pedido era a tradução literal de pedir para eles morrerem.
Rufus manteve sua postura solene enquanto segurava sua espada para se render a ela. Lilou limpou a garganta e balançou a cabeça levemente, empurrando a mão dele um pouco.
“Não é isso. Meu Deus… por que vocês são todos tão extremos?” ela murmurou com um suspiro profundo, olhando para Tilly e Fabian antes de voltar a atenção para Rufus. “Estou simplesmente pedindo para ser beijada para saber se o que senti ao ter meu primeiro beijo roubado é que…”
“Mágico?”
“Sim —” Lilou mordeu a língua e o encarou com cautela. Fabian e Tilly tinham uma visão diferente da intimidade humana, mas Rufus surpreendentemente a descreveu perfeitamente.
“Minha senhora, não será o mesmo com os outros.” Rufus suspirou silenciosamente ao recuperar sua espada e colocá-la de volta na bainha. “Mesmo que você beije todos aqui, sempre será diferente com aquela pessoa especial.”
“Como vou saber isso se não beijei mais ninguém?” ela soltou, cobrindo a boca quando Rufus arqueou uma sobrancelha.
“Isso –” Rufus deu de ombros enquanto coçava o maxilar. “Isso não é problema meu. Estou apenas dizendo o que sei pela minha experiência.”
Lilou estudou a expressão dele antes de balançar a cabeça em compreensão. Não parecia que ele estava tentando enganá-la.
“Minha senhora, se não se importar de me perguntar, posso saber por que você está tão determinada a provar que não é nada especial?” perguntou Rufus por pura curiosidade, pois queria ajudar a compensar seu primeiro encontro.
“Bem…” Lilou mordeu o lábio inferior por hábito, pois também tinha que se perguntar a mesma coisa. Todas as perguntas jogadas a ela eram: “por que ela estava fazendo isso?” mas apenas Rufus fez essa pergunta em particular.
Por que ela estava tão determinada a provar que o beijo de Samael não foi especial?
‘Eu não sei,’ ela respondeu em sua cabeça enquanto baixava a cabeça. Ela realmente não sabia a razão. Lilou estava simplesmente fazendo isso por pura diversão porque Samael a irritou. Era mais como um ato de vingança — um vingança mesquinha.
“Samael roubou seu primeiro beijo.” Tilly levantou a mão para chamar a atenção deles enquanto quebrava o silêncio que caiu sobre eles. “Embora eles costumassem se beijar em cada canto da mansão, ela estava aflita por esse primeiro beijo.”
“Lady Tilly, a Madama não conseguiria se lembrar disso agora.” Fabian riu ao perceber o rosto vermelho beterraba de Lilou.
“E então Samael se desculpou por isso,” Tilly continuou e piscou inocentemente. “Samael estava sob muito estresse e perdeu células cerebrais. Vou vestir preto amanhã para o funeral.”
“Então foi mais como um ato de vingança?” Rufus franziu a testa enquanto olhava para Lilou. Ela desviou o olhar para evitar seu olhar.
“Por que todo mundo tem um preço quando o meu foi roubado?” ela resmungou ainda ressentida com esse fato. Mas Rufus a ouviu alto e claro e juntou tudo para ter uma visão mais clara do que aconteceu.
Se Lilou tivesse vindo até ele, isso significava que ela já havia perguntado a outros. Conhecendo Tilly e Fabian, eles provavelmente pediram o impossível em troca.
“Minha senhora, por que você não cobra a dívida de Sua Graça?” Lilou franziu as sobrancelhas enquanto olhava para ele confusa. “Ao invés de se lamentar por ter seu primeiro beijo roubado e não ter ninguém aqui que concorde em beijá-la, por que você não simplesmente tira proveito disso?”
“Há um benefício?”
“Sua Graça é rico e tem amplas conexões,” Rufus explicou em um tom conhecedor. “Ele certamente pagará pelos danos por roubar seu primeiro beijo.”
Tilly bateu com a parte inferior do punho contra a palma. “Ah. Você pode pedir cem anos de sua vida e me pagar depois.”
“Ele certamente me permitirá adicionar ou tirar outro órgão dele.” Fabian assentiu em concordância, enquanto Rufus e Lilou olhavam para os dois em descrença.
Agora, Rufus finalmente entendeu seu preço só por um simples beijo. Eles achavam que seus lábios eram feitos de ouro?!
“De qualquer forma, ele certamente lhe dará qualquer coisa que você queira para compensar.” Rufus limpou a garganta e ignorou os dois. Ele observou Lilou ponderar sobre isso em silêncio antes que o lado de seus lábios se curvasse.
“Eu devo fazer isso.” Ela deu uma risadinha maldosa antes de olhar para eles, toda sorridente. “Eu tenho que ir e cobrar dívidas!”
Lilou nem esperou pela resposta deles enquanto corria para encontrar Samael e cobrar a dívida que ele lhe devia. Só de pensar em ganhar já era o suficiente para excitá-la. Mal sabia ela, enquanto pulava alegrinho, o rosto de Rufus se contorcia após ouvir os comentários de Tilly e Fabian.
“Eu não sabia que Lilou era tão ingênua assim,” comentou Tilly enquanto a via pular.
“Ah, bons velhos tempos.” Fabian sorriu e encarou Rufus. “Você é muito astuto, Sir Cavaleiro.”
“Isso mesmo. Rufus é muito astuto.”
“Eu não —” Rufus parou enquanto os dois já começavam a se afastar. Ele suspirou profundamente. “Eu fiz com pura intenção, mas bem… Acho que dei o conselho errado. Ela vai me odiar desta vez, com certeza.”