A Paixão do Duque - Capítulo 681
Capítulo 681: Dano Emocional
Lilou se sentiu impotente quando Rufus a arrastou com ele. Como ela poderia lutar com ele mesmo enquanto gritava enquanto ele a carregava no ombro como um saco? Nenhuma quantidade de socos nas costas dele e luta a ajudou.
E assim, ela se encontrou dentro de uma propriedade que ela não sabia onde no mundo estava. Sentada no saguão com os braços cruzados, seu cenho franzido ficou ainda pior.
“Eu não sou rica.” Ela quebrou o silêncio, lançando os olhos para as pessoas dentro do saguão daquela mansão. Lilou estava sentada no longo sofá. Seus olhos pousaram primeiro na mulher tomando chá na poltrona, e depois desviaram para o homem em pé perto da cadeira da mulher.
Ela podia dizer que ele era algum mordomo pelas roupas e postura. Ela estremeceu quando ele sorriu para ela com os olhos semicerrados. Lilou então olhou para a pessoa que entrava pela entrada principal e sua carranca ficou ainda mais feia. Era aquele homem que a havia sequestrado.
Sentindo o olhar severo do seu lado, Rufus arqueou uma sobrancelha enquanto olhava na direção de Lilou. Ele pressionou os lábios em uma linha fina, sentindo essa hostilidade familiar porque Lilou nunca gostou dele desde o começo também. Não era como se ele pudesse culpá-la em ambas as vidas.
Era apenas que seus primeiros encontros sempre começavam de maneira sombria. Ele não sabia por que, mas a situação sempre foi assim entre os dois. Rufus jogou esse breve pensamento para o fundo da mente enquanto marchava em direção à janela. Ele se encostou no batente, braços cruzados, olhando para fora para ver quaisquer movimentos estranhos.
“Você não ganhará nada de mim,” ela acrescentou quando tudo que recebeu foi silêncio.
“Você é tudo o que precisamos, minha senhora.” Lilou olhou para o mordomo com uma carranca feia. “Meu nome é Fabian, e estou feliz em vê-la novamente.”
“Novamente?” ela arqueou uma sobrancelha antes de franzir o cenho. “Você me conhece?”
“Nós costumávamos morar na mesma casa e você sempre fazia chá frio para mim.” Desta vez, Tilly também falou sem muita mudança em sua expressão. “Você era ruim nisso no começo.”
A expressão de Lilou se contorceu enquanto ela lançava os olhos entre Fabian e Tilly. Ela ignorou Rufus, já que ele não parecia interessado em se juntar à conversa. Se Stefan a mantivesse no escuro sobre a reversão do tempo, ela pensaria que essas pessoas estavam desequilibradas. Mas… ela já sabia sobre isso.
A única questão era: eles eram realmente amigos, como afirmavam? Ou inimigos? Como aquelas pessoas de quem Stefan lhe falou?
“Minha senhora, não se preocupe. Nós não queremos fazer mal.” Fabian tranquilizou ao notar a dúvida em seus olhos, rindo enquanto se divertia com o quão diferente Lilou era de antes. Ela costumava ser um pouco boba, mas mostrava progresso significativo à medida que aprendia mais coisas.
“Parece que Sua Majestade realmente mudou sua decisão desta vez,” ele acrescentou, suscitando uma pergunta dela.
“O que você quer dizer com isso?” ela perguntou quase inocentemente. “O que você quer dizer, Lexx mudou sua decisão desta vez?”
Fabian, embora um pouco surpreso com sua pergunta, manteve o sorriso. Ele simplesmente olhou para Rufus e depois para Tilly antes de fixar os olhos de volta em Lilou.
“Não é meu lugar falar mais, minha senhora. Minhas desculpas.” Ele inclinou ligeiramente a cabeça para baixo.
A resposta dele fez com que seus lábios se contraíssem em uma linha fina. Isso a incomodou. Aquela única frase levantou muitas perguntas em sua cabeça, desde que ela estava se perguntando sobre seu relacionamento com Stefan. No fundo do seu coração, ela sabia que seu relacionamento com Stefan era mais complicado do que ela pensava, mas quão complicado era? Era algo que ela ainda não havia medido.
“Se costumávamos viver juntos…” Lilou falou mais uma vez quando recuperou a voz, levantando os olhos para Fabian e Tilly. “… isso significa que eu também costumava viver com aquele homem?”
“Você quer dizer a pessoa que ordenou que Sir Cavaleiro a trouxesse para esta propriedade abandonada?” perguntou Fabian, ainda com seu sorriso nos lábios e olhos quase fechados. Lilou assentiu profusamente e o observou rir com os lábios fechados.
“Sim, minha senhora.” Ele assentiu, lançando um olhar para o lado de Tilly. “Todos nós costumávamos viver juntos em outra terra — não Grimsbanne. Todos nós vivíamos na casa de Lady Tilly.”
“Hã?” Lilou olhou para Tilly, mas como de costume, ela não teve uma mudança de reação.
“Minha senhora, eu sei que você é perspicaz e até agora, provavelmente adivinhou quem somos nós e quem é aquele homem sobre o qual você estava falando,” Fabian enfatizou, já que parecia para ele que Lilou negava suas próprias conclusões. Ela tinha esse mau hábito de negar as coisas quando elas eram confusas demais ou difíceis de aceitar.
“Não.” Assim como ele pensava, Lilou estava em negação. “Eu não tenho ideia de quem são vocês. O nome de vocês não me soa familiar.”
“Claro, já que sua memória foi apagada.” Tilly interveio, dando a ela um olhar sagaz. “Seria mais estranho e decepcionante se você simplesmente aceitasse as coisas, porque isso significaria que você é tola.”
Lilou franziu a testa enquanto Fabian ria porque Tilly certamente nunca filtrava suas palavras. Mas isso estava certo. Eles já esperavam o pior antes mesmo de partirem para o Reino Karo. A reação de Lilou ainda era um pouco mais amena do que todos esperavam, já que ela não estava fazendo uma grande cena.
“Aquele homem, Samael, é seu marido. Eu sou sua tia, ele é o mordomo-chefe da mansão e ele…” Tilly apontou para Rufus e então inclinou a cabeça para o lado. “… seu filho mais velho.”
“O quê?” Lilou ofegou. A parte do marido não a chocou, já que ela sabia que tinha um marido, mas um filho tão velho assim?! Lilou olhou para Rufus, de olhos arregalados até que ele não conseguiu ignorar seu olhar enquanto estalava a língua e lançou-lhe um olhar neutro.
“É uma longa história, mas esse é o seu relacionamento conosco.” Tilly acrescentou.
Lilou bufou enquanto prendia a respiração, olhando de volta para Tilly, que mantinha uma expressão séria, apesar de dizer tudo aquilo.
“Isso não pode ser,” ela riu fracamente, falhando em notar que a porta estava se abrindo do lado de fora. “Eu não acho que tenho um filho tão velho e um marido como ele!”
“Por quê?” Tilly inclinou a cabeça para o lado, curiosa sobre por que Lilou parecia tão convencida de sua afirmação.
“Porque —” Lilou respirou fundo ao lembrar-se do rosto de Samael. “Ele — ele não é meu tipo.”
“…”