A Paixão do Duque - Capítulo 672

Capítulo 672: Ela tinha visto demais

Fabian era um jovem camponês normal, mal sobrevivendo em uma idade jovem. Quando sua mãe faleceu e o abominável pai deles, que só pensava em si mesmo, tudo o que Fabian tinha era seu irmão mais velho, Rufus. Seu irmão mais velho se comportou como seus pais, trabalhando em trabalhos manuais desde jovem para criar seu irmão mais novo.

Mas a vida não era justa.

Para esses meninos, não importava o quanto eles tentassem viver moralmente, nunca era o suficiente. Assim, Rufus, que pensava que trabalhar duro era o caminho na vida, teve que recorrer ao roubo para alimentar duas bocas, arriscando sua jovem vida dia após dia apenas para que os dois sobrevivessem.

As coisas não eram particularmente boas, mas eles estavam sobrevivendo. Até que os anos se passaram e Fabian se tornou alvo de bullying. Quando a vida era difícil, as pessoas tendiam a descarregar sua raiva naqueles mais fracos que eles. Infelizmente, Fabian não era tão forte, corajoso e capaz quanto Rufus, e era vítima de espancamentos constantes sem motivo.

A razão pela qual Rufus teve que intensificar seu jogo. Rufus, um adolescente que pensava que roubar era o maior pecado que cometeria, usou seus punhos para proteger sua única família. Ele se tornou um valentão, constantemente envolvido em brigas somente com o único motivo de ensinar uma lição a todos que tocassem seu irmãozinho.

A vida deles era um ciclo de bater ou apanhar. Era uma vida viciosa. Assim, quando Rufus foi espancado a ponto de quase morrer, Fabian jurou que não deixaria mais seu irmão se preocupar com ele. Que ele não seria a principal razão para aqueles hematomas e cicatrizes.

Mas Fabian, que acreditava que a vida de Rufus seria um pouco mais pacífica se ele fosse embora, estava errado.

Rufus já havia caído no abismo e a vida deles era algo que não seria revertido facilmente. Assim como Fabian encontrou beleza no sangue e na morte, a única maneira de Rufus sobreviver era manter-se firme.

Inconscientemente, os Irmãos Barrett criaram um ao outro.

Rufus se tornou um valentão que dominava a Vila Zombeteira, agora chamada Grimsbanne, mesmo quando a única pessoa pelo qual ele se tornou um bandido foi embora. Enquanto isso, Fabian se tornou um lunático, banhando-se com sangue de vampiro para pesquisa, mesmo que seu motivo inicial para partir fosse para que Rufus levasse uma vida melhor.

Ambos não mencionaram isso um ao outro, mesmo no tempo presente, mas constantemente se perguntavam; o que aconteceu?

Quando Fabian retornou à Vila Zombeteira, Rufus não era mais o líder da gangue na dita terra. Em vez disso, tudo havia mudado porque havia um vampiro particular que reivindicou a terra. No momento em que conheceu o infame príncipe banido, Fabian imediatamente sabia que aquele homem era alguém a quem ele serviria.

No entanto, o termo “servir” não era algo que Fabian apreciava. Ele havia massacrado vampiros e humanos por sua própria razão. Nunca antes havia Fabian abaixado a cabeça para ninguém quando deixou seu irmão. Não havia como fazer isso, mas o que a vida reservava para ele era diferente.

Samael, o mestre de Rufus, era um homem notável. Não porque ele estava entediado o suficiente para reconstruir a cidade negligenciada, nem porque ele era um nobre. Samael era diferente e tinha seu jeito com as pessoas. Este vampiro, que era forte o suficiente para lutar contra o rei atual, aceitou Fabian.

Não importava o quão sombrio e distorcido Fabian fosse, nem Samael hesitou quando soube que Fabian não conseguia controlar seus impulsos violentos. Pelo contrário, Samael aceitou e o ajudou.

“Se você perder o controle, então vou espancar você até que recupere os sentidos.”

Essas foram as palavras que Samael proferiu com um sorriso brilhante, despreocupado com os hematomas em seu rosto e o sangue escorrendo de seu corpo que Fabian infligiu nele. Não seria exagero considerar Samael como a luz dos Irmãos Barrett.

Portanto, para se acalmar, Fabian concordou com um contrato de sangue que vinculava sua vida a Samael. Um contrato onde as palavras de Samael eram absolutas e tinham mais valor que as suas próprias. Samael também selou o coração corrompido de Fabian, que foi causado pela criação de Maleficent.

Maleficent. Uma lança negra que aprisionava e devorava almas. Embora fosse um objeto, era mais ou menos viva. Algo que apenas aqueles que eram fortes o suficiente para controlá-la poderiam manejar, caso contrário, ela devoraria seu portador. Era uma espada de dois gumes.

Como foi criada? Apenas alguns indivíduos sabiam.

Fabian não criou Maleficent sozinho. Na verdade, ele simplesmente participou de sua criação e a manejou, banhando-a com incontável sangue e vida. A própria pessoa que ajudou Fabian a criá-la foi… uma bruxa.

Avançando até a época em que Fabian se tornou o mordomo-chefe na mansão de Samael, que de alguma forma ganhou o título de duque com a restauração da Vila Zombeteira. Como Samael ocasionalmente visitava a capital, Fabian percebeu a inclinação de Rufus para uma certa realeza.

Silvia.

Todos sabiam do passado de Rufus e Silvia e de sua história. Não era segredo que o amor deles um pelo outro era forte, mas não era forte o suficiente para durar com todos os problemas que surgiram. No entanto, havia mais por trás da história de Silvia e Rufus, e tudo o que tinha acontecido que ninguém mais sabia além de Fabian… e agora Cassara.

“Você!” A respiração de Cassara se engasgou enquanto ela abruptamente retirava sua mão da têmpora dele, recuando assustada com as memórias que havia visto. No entanto, ela não foi rápida o suficiente, já que Fabian de repente agarrou seu queixo para silenciá-la.

“Que divertido,” ele comentou com um sorriso astuto, olhando para os olhos dilatados de Cassara.

“Fabian, solte-a.” Samael desviou o olhar para Fabian e Cassara indiferentemente. “Você se lembra de tudo agora?”

Fabian sorriu educadamente, lançando um olhar de soslaio a Samael. “Sim, Meu Senhor. Foi um pouco… estranho.”

“Fabian, eu sei que é estranho, mas solte-a,” Rufus interveio com sua clássica voz sem emoção.

“Ele não pode.” Antes que alguém pudesse responder, a voz de Tilly acariciou seus ouvidos. Samael arqueou uma sobrancelha enquanto olhava para Tilly, enquanto Rufus franziu a testa. Enquanto isso, Fabian mantinha Cassara sob seu domínio com um sorriso sutil no rosto.

“Ela viu muitas das minhas memórias, Meu Senhor. Como posso deixar alguém assim ir?” Fabian inclinou a cabeça para o lado, levantando a mão até que os pés de Cassara deixassem o chão. Seus protestos eram abafados, segurando o pulso dele e cravando as unhas na pele.

‘Me solte!’ eram seus repetidos gritos abafados.

“Solte-a.” Desta vez, a voz de Samael ficou mais fria. “Não é assim que você agradece a pessoa que recuperou suas memórias.”

Os olhos de Fabian reluziram, mantendo-os em Cassara. Ele a segurou por vários segundos antes de finalmente soltá-la, e ela caiu no chão com um baque. Enquanto ela tossia e recuperava o fôlego, os olhos de Fabian se fecharam até ficarem semicerrados.

“Uma palavra e eu cortaria sua garganta, Sua Alteza Real. Nem pense em abrir a boca.”