A Paixão do Duque - Capítulo 669
Capítulo 669: Susto Repentino
Enquanto isso…
Yulis estava caminhando pelo corredor a caminho do palácio interno quando viu a sombra de uma criança virar em direção a uma das portas. Suas sobrancelhas se franziram enquanto inclinava a cabeça para o lado.
“Claude?” ele murmurou, sabendo que havia apenas uma criança naquele lugar, que era o filho adotivo de Stefan, Claude. O filho de Lucia e do falecido irmão mais velho deles, Dyrroth. Mas o que aquela criança estava fazendo no palácio interno? Ele não deveria estar no palácio do oeste?
Por pura curiosidade e sabendo quão perigoso o palácio interno poderia ser para uma criança como ele, Yulis seguiu os rastros do garoto. Embora Claude fosse uma criança capaz, ele ainda era uma criança.
“O que Klaus está fazendo?” ele se perguntou, captando a sombra do menino entrando na biblioteca real. “Ele não deveria estar cuidando da criança?”
Enquanto Yulis se perguntava o que Klaus estava fazendo para deixar o sobrinho fora de sua vista, ele cuidadosamente se dirigiu para a biblioteca e entrou nela com cautela. Por alguma razão, Yulis não tinha nem certeza do porquê estava sendo discreto, mas já estava andando nas pontas dos pés, olhando ao redor da imensa biblioteca real.
Ele não era muito próximo de Claude. Na verdade, a única pessoa que era próxima daquele garoto era Klaus. Este último tinha muito tempo para brincar com o príncipe herdeiro, enquanto o resto estava ocupado demais tentando sobreviver nesse inferno amaldiçoado. Ainda assim, Yulis, que sempre se mantinha reservado e à margem, estava preocupado com esse jovem príncipe herdeiro.
Claude perdeu os pais ainda jovem e teve que viver como filho do assassino dos seus pais. Deixá-lo enfrentar outro infortúnio enquanto ninguém mais estava olhando era algo que Yulis não podia ignorar.
Yulis olhou ao redor das prateleiras. Seus passos mal faziam barulho, olhando da esquerda para a direita.
“Para onde ele foi?” ele se perguntou enquanto sua testa se franzia, arqueando uma sobrancelha quando ouviu passos rápidos. Ele torceu o pescoço para onde veio o som, mas nada. Suas sobrancelhas apertadas franziram ainda mais enquanto ele prendia a respiração.
“Vossa Alteza?” ele chamou em voz alta quando não aguentava mais esse esconde-esconde.
“Hehe…”
Mais uma vez, Yulis se virou e olhou para onde os passos e o riso surgiram. Tudo o que ele viu foi uma sombra em uma das prateleiras.
“Vossa Alteza, não estou brincando. Você não deveria estar no palácio interno. É perigoso,” ele disse enquanto seguia de onde ouviu o riso e os passos, entrando na prateleira e indo até o final.
Quando ele virou a cabeça para a esquerda, não havia ninguém.
“Vossa Alteza?” ele chamou novamente, sentindo uma sensação de pavor subir por sua espinha. Yulis avançou, verificando a próxima prateleira, apenas para não ver nada. Não havia ninguém, e o silêncio logo envolveu toda a biblioteca real.
THUD!
Yulis se assustou quando um livro caiu da prateleira. Seus olhos caíram sobre o livro e depois na prateleira de onde ele veio. Ele prendeu a respiração ao perceber que não havia como ser o vento que fez aquele livro cair da prateleira. Tudo naquele lugar estava devidamente arrumado e alguém precisava puxá-lo.
‘Alguém está pregando uma peça em mim?’ ele especulou enquanto uma carranca ressurgia em seu rosto. Ele fechou os olhos para sentir se estava sob uma ilusão, e quando os reabriu, inclinou a cabeça para o lado.
“O que há de errado comigo?” ele murmurou, marchando em direção ao livro no chão e pegando-o. “Eu saberia se alguém está tentando brincar com minha cabeça. Não acho que Hanz teria a audácia de brincar comigo agora, de todos os momentos, já que Stefan não está por perto.”
Quando Yulis pegou o livro, ele endireitou as costas e leu a capa do livro. “Huh…” Ele balançou a cabeça, vendo que era um livro infantil que ele leu de passagem no passado, mas não se demorou nele. Seus olhos se deslocaram para o espaço vazio a apenas quatro níveis da seção mais baixa da prateleira. Então ele ainda precisava se agachar para colocá-lo de volta corretamente.
Yulis segurou as calças e as levantou antes de se agachar para colocar o livro de volta na prateleira. No entanto, no segundo em que levantou os olhos para o espaço vazio, um par de olhos esmeralda estava olhando para ele.
“Ah!” ele gritou surpreso, dando um passo para trás enquanto seu coração disparava. Seu sangue parecia ter subido para a cabeça, segurando a respiração enquanto o garoto o olhava do outro lado da prateleira, pegando-o de surpresa. Nem mencione a tensão crescente antes de ele aparecer.
Yulis já havia enfrentado diferentes situações no passado. No entanto, ele nunca pensou que ficaria tão assustado em sua vida.
“Meu Deus…” ele bateu no peito enquanto olhava para o par de olhos esmeralda que ainda o fitavam daquela pequena lacuna. “O que… você… quem é você?”
Ele estreitou os olhos enquanto estudava o garoto. Embora tudo o que pudesse ver fossem seus olhos, Yulis imediatamente soube que não era Claude. Ele não era próximo de Claude e mal interagia com ele, mas tinha certeza de que esse garoto era outra pessoa.
O garoto não respondeu e apenas fugiu, pegando-o de surpresa mais uma vez. Quando Yulis percebeu que um garoto perdido havia entrado no palácio, saltou para seus pés.
“Ei!” ele chamou, pensando que era apenas um garoto que algum oficial trouxe e se perdeu. Mas quem faria algo tão estúpido como trazer uma criança para este lugar? Yulis deu de ombros para qualquer pensamento desnecessário enquanto tentava pegar o garoto.
Assim que ele alcançou o fim da prateleira e entrou no espaço aberto da biblioteca, ele parou. Seus olhos caíram no garoto, que estava parado a vários metros dele. Cabelos prateados e olhos esmeralda… sua testa franziu. Exceto pela cor dos olhos, esse garoto tinha uma semelhança impressionante com alguém que Yulis conhecia.
Samael.
“Você…” ele sussurrou e inclinou a cabeça quando o garoto sorriu.
“É bom ver você de novo, Tio,” disse o garoto. “Eu só vim dizer oi.”
“Huh?” Yulis estava perplexo, mas antes que pudesse levantar a questão de quem era aquele garoto e por que ele o chamava de Tio, ele já havia fugido. “Espere—!” mas de nada adiantou.
O garoto era rápido e persegui-lo depois de um segundo já foi o suficiente para Yulis saber que uma segunda hesitação foi suficiente para o garoto fugir. Olhando ao redor, não havia sinal de onde o garoto foi, como se ele fosse apenas uma miragem que desapareceu sem deixar rastro.
“O que diabos…?” Yulis então olhou para o livro que estava segurando. Em seguida, levantou a cabeça novamente e inclinou-a. “Tio? Não me lembro de ter tal sobrinho, no entanto. Que estranho… ele parecia quase exatamente como o Inferno.”