A Paixão do Duque - Capítulo 648
Capítulo 648: O que estava acontecendo?
Rufus correu para a masmorra subterrânea onde o caixão de Samael estava guardado. Ele correu como um louco, ignorando todos que lhe perguntavam o que estava errado. Não havia dúvida de que o lugar e o próprio corredor por onde ele corria era a mansão do duque.
Mas por quê? Ele estava dentro de uma ilusão? Todos os tipos de pensamentos negativos pairavam sobre sua cabeça até que finalmente chegou à masmorra subterrânea.
“Meu senhor, você está bem? Por que está agindo de maneira estranha de repente?” Fabian, que o seguia atrás, perguntou assim que Rufus parou. Este não respondeu, com os olhos fixos no caixão fechado no meio dessa masmorra vazia.
“O que está acontecendo…?” ele se perguntou.
Desta vez, Rufus deu passos cuidadosos enquanto se aproximava do caixão. Sua mão tremeu assim que sentiu a tampa de concreto.
“Meu senhor? O que você está…”
RANGIDO
Rufus rangeu os dentes enquanto deslizava a tampa do caixão. Seu coração afundou quase instantaneamente ao deparar-se com o rosto pálido de Samael dentro do caixão.
“Não…” ele cambaleou para trás, passando a mão pelos cabelos. “Esta ilusão é muito vívida.”
Como alguém que já havia experimentado todos os tipos de habilidades de vampiro, Rufus podia discernir uma ilusão da realidade. Portanto, essas habilidades não funcionavam para ele. Mesmo assim, ele não podia acreditar que havia voltado no tempo. Simplesmente não fazia sentido.
Mas justo quando Rufus estava quebrando a cabeça sobre que tipo de situação era essa, ele parou. Algo de repente pairou sobre sua cabeça.
A carta de Stefan.
“Encontre Lena…” ele murmurou, lembrando-se das palavras escritas naquela carta. “Não é meu inimigo… o tempo era… espere pelo pior… deixe nosso destino em minhas mãos…?” Seu coração parou de bater por um segundo enquanto seus olhos se dilatavam.
Rufus ainda tinha muitas dúvidas sobre a maioria das coisas, mas seu instinto dizia-lhe que era isso. Este era o último jogo que Stefan tinha reservado para eles. Como isso aconteceu? Rufus não sabia, mas isso não era importante para ele agora.
O que era importante para ele era… Samael não acordaria nos próximos cinco anos. Então Lilou…
“Fabian, diga a todos os cavaleiros que procurem uma mulher chamada Lilou na cidade de Banse,” Rufus ordenou com os olhos fixos no caixão.
“Mas meu senhor, hoje é o encontro anual do duque. Os nobres virão aqui hoje e…”
Fabian interrompeu quando Rufus se virou. Sua expressão era sombria, seus olhos obscurecidos enquanto brilhavam.
“Eu não me importo com eles. Encontre uma camponesa chamada Lilou!” A voz de Rufus ecoou pela masmorra, fazendo Fabian estremecer. “Vou me juntar à busca.”
Com isso dito, Rufus saiu apressado para encontrar Lilou. Se ele realmente voltou no tempo, Rufus tinha que encontrar Lilou a todo custo. Isso foi cinco anos antes do primeiro encontro de Samael e Lilou. Se ele se lembrava corretamente, essa também era a época em que Lilou e Stefan eram conhecidos.
Ele não sabia se eles já se conheciam ou não. Mas isso não importava. O que o alarmava era que… Stefan pode ter voltado com memórias do futuro. Seria mais fácil se Stefan fosse como Fabian, inconsciente do que estava acontecendo.
Mas se esse não fosse o caso, então as coisas realmente foram de mal a pior.
‘Espero sinceramente que esse não seja o caso,’ Rufus rezou profundamente em seu coração, tentando ser otimista sobre a situação. Mas em vão. Ele não conseguia. Seu instinto dizia-lhe… Stefan sempre soube que isso aconteceria.
Porque… ele viu o futuro.
*****
[ No mesmo tempo em Monarey ]
Claude estava embalando o corpo de uma mulher em seus braços. Ajoelhado na grama do jardim do castelo, seu aperto no corpo da mulher se intensificou.
“Tia Lilove,” ele sussurrou entre dentes cerrados, balançando seu corpo enquanto a segurava nos braços. “Você ficará bem… você ficará bem… está tudo bem. O Tio chegará em breve… ele deveria estar aqui.”
Seus olhos se encheram de lágrimas, o coração apertou. Ele reuniu coragem para olhar para ela e verificar se sua tez estava melhor após reverter o tempo antes de tudo isso acontecer. Mas para sua surpresa, quando ele verificou a mulher em seus braços, não era Lilou.
“Penny…?” ele sussurrou, sentindo o coração afundar. Ele ergueu a mão trêmula, tocando sua bochecha fria.
“Penny, por que…”
Então ele percebeu.
A mulher que ele viu deitada em sua poça de sangue não era Lilou. Era Penny. A mente de Claude ficou momentaneamente em branco antes que a cena se revelasse diante de seus olhos.
Na noite anterior, Penny lhe disse para encontrá-la no jardim. Como ela teve acesso ao castelo era porque ela era uma das pessoas do conde. Claude não sabia o motivo pelo qual Penny pediu para se encontrarem, mas esse era o jeito de Penny. Então ele foi.
O que o recebeu assim que chegou ao local do encontro foi uma mulher deitada em sua poça de sangue. Com a dor de cabeça crescente de Claude e alucinações, quando ele se aproximou, os cabelos castanhos avermelhados dela o fizeram paralisar.
Naquele exato segundo, enquanto olhava para os cabelos castanhos, sua mente mostrou apenas uma imagem. Lilou. Mesmo quando ele verificou, era o rosto de Lilou que ele via e não de Penny.
Claude não teve o luxo de se perguntar o que aconteceu ou onde estava Samael porque estava ocupado demais gritando por ajuda. Mas, infelizmente, ela já estava morrendo. Não, ela já estava morta.
Desesperado, Claude estimou o tempo de sua morte. Ele nunca havia mexido com o tempo por tanto tempo, mas ele queria reverter o tempo por pelo menos uma hora. Por causa de sua determinação em trazê-la de volta à vida, ele o fez.
Alheio a isso, enquanto ele estava revertendo o tempo, o sangue de Grimsbanne desbloqueou em suas veias. Assim, revertendo-o por mais de uma década.
Ele ainda não sabia disso, entretanto. Tudo o que ele conseguia pensar era que… provavelmente exagerou e estendeu por um dia. Além disso, a mente de Claude estava em branco vendo que Penny ainda estava morta.
“Certo…” saiu um sussurro, lábios trêmulos. “… ela não é afetada pela minha habilidade.”
De repente, enquanto Claude tentava fazer sentido de tudo, cavaleiros o cercaram. No entanto, ele não desviou o olhar do rosto pálido de Penny.
“Como você entrou no castelo do conde?!” Os cavaleiros começaram a interrogá-lo, mas suas vozes soaram distantes nos ouvidos de Claude. Até que… ele ouviu uma voz familiar.
“Você, o que está fazendo aqui com um cadáver?”
Claude olhou para cima, e seu fôlego parou. Diante de Claude estava o antigo conde de Monarey, Alistair La Crox. Seu tio estava olhando para ele, sobrancelha arqueada.
“Como… você está… de volta, Tio?” ele sussurrou, fazendo Alistair franzir o cenho.
“Tio? Não me lembro de ter um homem adulto como sobrinho.” Sua voz era a mesma, e ele parecia estar realmente vivo. “No entanto, sinto algo estranho vindo de você. Capturem-no.”
Os cavaleiros instantaneamente executaram a ordem, aproximando-se de Claude e arrastando-o pelos ombros. O confuso Claude mal piscou enquanto tentava processar o que estava acontecendo. Quando seus olhos caíram sobre o cadáver de Penny, ele arregalou os olhos.
“Não!” ele rugiu, agitando os braços, o que lançou os cavaleiros para longe. Suas ações surpreenderam ligeiramente Alistair, mas seus olhos instantaneamente se escureceram.
“Quem é você?” Alistair indagou com uma voz sombria.
Claude cerrou os dentes ao ter uma conclusão em mente. Ele reverteu o tempo mais do que havia planejado. Em vez de responder Alistair, ele desapareceu do local, apenas para reaparecer e pegar o corpo de Penny.
“Meu senhor!” um cavaleiro gritou para Alistair quando Claude pegou um pouco de terra e a jogou nele. Quando a poeira baixou, Claude havia sumido.
“Procurem em Monarey e procurem por aquele intruso. Não gosto da aura que emana dele…” Alistair murmurou entre dentes, olhos fixos no local em que Claude desapareceu. “… posso sentir um La Crox. Ele veio do continente?”