A Paixão do Duque - Capítulo 630
Capítulo 630: Só se for para se divertir
“… é meu Senhor, garota.”
Aquelas palavras soaram como uma trombeta soando bem nos ouvidos de Penny. Ela estava confusa e chocada com a reviravolta dos acontecimentos, incapaz de pensar direito ou mesmo levantar questões em sua cabeça.
Ela apenas olhou fixamente para Claude enquanto a expressão dele era fria. Não era a expressão usual que se via em seu rosto. Mas, em seus olhos, parecia que esse olhar distante em seus olhos sempre esteve lá.
“Terceiro! O que você está fazendo — o que está acontecendo aqui?” Gai gritou através dos dentes cerrados.
“Ele não é esse Terceiro.” Rowan, o líder dos Caminhantes Noturnos, arqueou uma sobrancelha enquanto se levantava em sua postura. Seus comentários aumentaram ainda mais a confusão do que estava acontecendo.
O que ele queria dizer com ele não ser o Terceiro que ele procurava? E o que Klaus queria dizer com ‘meu Senhor?’
Coisas que eram muito fáceis de juntar pareciam ser tão difíceis de entender agora. Nessas circunstâncias, onde todos os criminosos apontavam suas armas para Klaus e Claude, e os membros do guild estavam todos derrotados, respostas não eram o que importava.
“Penny.” O segundo que Claude falou, todos os vampiros ao redor sentiram sua aura opressora. “O que diabos você está fazendo, Pai? Se você se colocou em perigo, por que arrastaria seus filhos com você?”
Sua boca abriu e fechou, mas nenhuma palavra saiu. Antes que pudesse reunir coragem suficiente para dominar sua culpa, Rowan já falou.
“Por mais que eu odeie interromper sua pequena reunião, estou confuso.” Ele cantarolou com os olhos semicerrados. “Você não é a pessoa que nos roubou isso.”
“Uh… droga. Achei que eu já era o burro nessa história, mas cara… você realmente precisa roubar esse título?” Klaus estalou a língua de irritação, analisando o homem de cima a baixo. “Ei, olhe para mim. Esse Terceiro ao qual você se refere tem esse sorriso que é simplesmente irritante de se olhar?”
“…” O silêncio de Rowan foi o suficiente para Klaus confirmar quem abalou essas pessoas.
Os membros do guild no pub explicaram a eles o que aconteceu. Eles não podiam simplesmente atacar sem uma única peça de informação — mesmo que não precisassem. Lá, eles resumiram o que aconteceu e até o anúncio de Penny naquela manhã.
Klaus não sabia por que Claude estava fingindo não saber e parecia que queria culpar Penny. Não que isso fosse parte de seu trabalho. O verdadeiro problema era a ajuda inesperada de Fabian!
“Coitado de você,” ele continuou após alguns segundos de silêncio. “Seja lá o que essa pessoa roubou de você, você nunca recuperará. Não que eu vá lhe dar a chance de ir atrás dessa pessoa porque prometi que um dia o matarei. Enfim, Caminhantes Noturnos, se vocês se renderem agora, o Conde de Monarey lhes dará um julgamento adequado.”
“Conde de Monarey…” Penny sussurrou em descrença, os olhos em Claude.
Com os olhos segurando o olhar dela, Claude falou friamente. “Tomem a propriedade. Se os Caminhantes Noturnos se renderem, apreendam-nos. Matem-nos se resistirem. Eu vou usá-los como exemplo para aqueles que planejam trazer desarmonia à minha terra.”
“Sim, senhor!” Klaus saudou enquanto seus olhos percorriam os criminosos vigilantes. “Devo dar-lhes uma chance de lutar?”
“Não viemos aqui para nos divertir, Sir Klaus,” veio uma resposta pouco amigável, descolando os olhos de Penny para Rowan. “Essa pessoa é minha.”
BAM!
Justo então, a porta da mansão se abriu. Um homem pálido estava junto à porta, ofegante. Ele veio reportar a emboscada, mas ao ver a situação no fundo da mansão, ele já sabia que estava atrasado.
“Senhor… a Cavalaria do Conde está lá fora…” o mordomo ainda anunciou, quase em um sussurro, mas Rowan já estava olhando para Claude.
“Eu sei. O Conde já está aqui.” O canto de seus lábios se esticou em um sorriso zombeteiro. “Ouvi muito sobre você, meu Senhor. Mesmo de volta ao nosso Reino de Espadas arruinado, nosso falecido mestre mencionou o jovem La Crox algumas vezes.”
“Então eu devo ser popular,” Claude sorriu, inclinando a cabeça para o lado preguiçosamente. “Você é como Quentin, que gosta de viver em segredo como um rato. Devo elogiá-lo por me dar um trabalho duro para encontrar seu esconderijo; havia muitos deles. Mas… não tenho tempo de sobra.”
Ele pausou enquanto abria os dedos. “Auron.”
*****
Enquanto isso, longe do esconderijo principal dos Andarilhos Noturnos, Lilou e Samael estavam no topo de um castelo. Mesmo à distância, eles podiam ver o que estava acontecendo no covil do criminoso.
“Uhm… eles estão… tentando?” O rosto de Samael se distorceu, vendo que a luta era unilateral. Se Klaus e Claude fossem ainda mais sérios, isso teria terminado em um piscar de olhos. Era isso que ele queria dizer quando afirmou estar confiante de que seu irmão e sobrinho poderiam lidar com aquilo, mesmo de olhos fechados.
“Nem todos são tão fortes, Sam.” Lilou lançou a seu marido um olhar sério. “Pare de ser infantil. Penny e todos quase morreram.”
“Não estou sendo infantil, você que está.” Samael fez bico, apontando para o estilingue na mão dela. “Você roubou isso de uma criança aleatória. Já posso imaginar o choro dela.”
Lilou ergueu o estilingue. Foi ela quem quebrou aquele machado para dar a Klaus e Claude apenas alguns segundos.
“Eu disse que peguei emprestado.” Ela revirou os olhos, franzindo a testa enquanto observava Claude imobilizar Rowan. Ela olhou por cima do ombro quando Samael se aproximou mais dela, puxando sua cintura.
“Você quer ajudar?” ele provocou, abraçando-a por trás. “Devemos?”
“Você ouviu como Klaus estava bravo.”
“Meu amor, eu sei que é difícil para nós nos afastarmos completamente da ação em nossas vidas. Às vezes, meu corpo também busca a adrenalina.” Samael repousou o queixo sobre o ombro dela, os olhos ao lado dela. “Mas não somos mais o mesmo Sam e Lilou.”
Lilou soltou um suspiro profundo e assentiu. “Você está certo. Sobrevivemos até aqui. Devemos nos concentrar em encontrar a solução para nossos filhos.” Seus olhos estavam fixos em Claude, estreitando-os quando Rowan injetou algo na perna do sobrinho dela.
“Claude foi esfaqueado,” ela sussurrou, fazendo Samael redirecionar sua atenção para onde o Conde estava.
“Ele parece bem,” ele respondeu casualmente. “Apenas uma droga para enfraquecê-lo.”
“É mesmo?”
“Não tenho certeza, mas é o que parece. Claude parece bem, entretanto. De qualquer forma, devemos ir à capital buscar Fabian. Não é um desvio ruim.”
Lilou pressionou os lábios e balançou a cabeça levemente. “Claro. Também quero ver como a minha nora é.”
