A Paixão do Duque - Capítulo 61

61: Como se sente o amor 61: Como se sente o amor Franzi os lábios, apertando minha mão sobre o colo. Sam estava me olhando do outro lado da mesa, apoiando o rosto nas mãos.

Eu nunca me lembrava de ter estado nesta sala de estudos com Sam, sozinha. A sala onde eu passava a maior parte do meu tempo com Fabian.

Era estranho estar aqui sem fazer nada ou apenas estar com o duque, discutindo nada. Movi meu olhar ao redor.

Quando meu olhar pousou nas pinturas ao redor, eu limpei a garganta. Fabian disse que eram as preciosas coleções do duque. Eu ficava maravilhada pela arte e beleza das pinturas, mas por causa dos meus estudos, não tive a chance de perguntar mais a Fabian sobre elas.

“Meu senhor?” Eu chamei suavemente.

Sam levantou as sobrancelhas e fez um som de aprovação. Ele piscou os olhos lentamente, mas nunca desviou o olhar de mim.

“As pinturas… são bonitas, não são?”

“São?”

O que era essa resposta curta e desinteressada?

“Por que…” Eu deliberadamente pausei enquanto limpava minha garganta novamente. “Por que algumas delas não estão penduradas na parede?”

Péssimo.

Que maneira péssima de nos distrair com uma discussão péssima? Eu mordi minha língua secretamente, sabendo que o tópico não seria envolvente o suficiente.

Sam permaneceu em silêncio. Eu sabia. Ele provavelmente achou minha pergunta tola.

Eu não sabia o motivo, mas desde ontem, eu tinha essa urgência dentro de mim de agradá-lo. Eu não queria entediá-lo e parte de mim não queria que ele ficasse… cansado de mim.

O medo pela minha vida se foi. No entanto, novos medos surgiram em meu coração. Especialmente neste silêncio entre nós, aqueles medos cresceram profundos e distintos, gritando em meus ouvidos.

Eu estou nas nuvens por ter meus sentimentos correspondidos. Ainda assim, quanto mais profundos eram os sentimentos, mais intensos eram esses medos.

Eu nunca tinha pensado nisso na noite passada ou mesmo nesta manhã. Mas agora tive a chance de pensar, eu meio que odeio essa ansiedade rastejando em meu coração.

Estou com medo.

“De que?” Eu me recuperei dos meus pensamentos após sua pergunta.

“Hã?”

“Você está com medo de quê?” Sam piscou os olhos, inclinando a cabeça para o lado.

Certo. Ele ainda podia ouvir meus pensamentos.

Eu mordi levemente o lábio inferior interno. Hesitante em expressar meus pensamentos, mas bem…

“Que… tudo isso seja um sonho.” Eu engoli em seco, sorrindo amargamente. “Que depois de tudo isso, eu vou acordar para a triste realidade de que você não é real. Que nada disso é real. Tenho medo da ideia de que, uma vez que eu acorde, eu — eu vou te perder.”

Meu aperto no colo se apertou enquanto eu olhava para baixo. Antes, eu não tinha nada a perder. Mas agora, eu tinha tantas coisas a perder, incluindo ele.

Eu não me importava em voltar a ser uma camponesa e continuar minha vida como uma. No entanto, a ideia de me apaixonar por um personagem que criei com minha imaginação me aterrorizava.

Por quê? Porque eu nunca estaria com ele. Não importa o quanto eu me imaginasse em seus braços, simplesmente não seria o mesmo.

Isso me assustava.

Após um tempo, senti ele sentado ao meu lado.

“Olhe para mim.” Sam instruiu. Eu lentamente ergui a cabeça e virei meu olhar para o lado, para onde ele estava sentado.

Assim que o fiz, Sam deu um leve peteleco na minha testa.

“Ai…” Instantaneamente, eu esfreguei a testa, franzindo o rosto com a testa franzida.

“Você sabia? Se eu continuar dando petelecos na sua testa, vai esmagar seu crânio e você vai morrer?” Com uma expressão impassível, Sam proferiu seu fato curioso.

Eu arregalei os olhos, meu queixo caiu lentamente, enquanto eu piscava os olhos inúmeras vezes.

O quê?

“Você quer tentar —”
Ao vê-lo tentar dar outro peteleco na minha testa, instantaneamente recuei em pânico.

“Meu senhor, você está tentando me matar?!” Eu exclamei em angústia, incrédula com o que ele estava tentando fazer.

“Pfft—!” Finalmente, o canto dos seus lábios se alargou em um sorriso. “Você está acordada agora?”

“…”
“Não te disse? Eu estou aqui, sou real e estou apaixonado por você? Eu seria a primeira pessoa a incendiar este mundo se alguém me acordar deste sonho.” Seu sorriso gradualmente se transformou em um sorriso reconfortante.

Sam ergueu uma das mãos, afastando o cabelo solto do meu lado.

“Eu nunca estive aterrorizado, nunca tive razão para estar.” Ele refletiu, girando a ponta do meu cabelo entre o polegar e o indicador.

“Mas agora, tenho.”

Minha respiração falhou. A voz de Sam era baixa e pesada. Era como se ele estivesse tirando a máscara que usava há muito tempo.

“Tenho medo de que um dia você acorde e não me queira mais. Que um dia, você me odeie. Que… você me deixe algum dia. E a longa lista continua. Estou aterrorizado.”

Eu mordi meu lábio enquanto meu coração derretia instantaneamente. Como fui egoísta em pensar apenas em mim mesma?

Obviamente, Sam tinha sido transparente com seus sentimentos em relação a mim. Ele permaneceu consistente apesar de toda a suspeita e contenção que eu tinha antes.

Ele foi paciente e gentil comigo. Ele pode ter maneiras únicas com suas palavras e ações. Mas isso só o tornava ainda mais notavelmente único.

Eu alcancei sua mão, encostando minha bochecha para sentir o calor e o frio lutando em suas palmas. Mas esses sentimentos eram certamente reais; meu coração podia sentir sua legitimidade.

“Sou eu quem pensa que tudo isso é um sonho.” Ele murmurou. Um sorriso surgiu nos meus lábios.

“Estou aqui. Sou real. E eu passaria por fogo e enxofre só para estar com você por mais um segundo.” Eu murmurei com os olhos fechados e um sorriso sutil.

Quando abri os olhos, Sam estava me olhando amorosamente. Mesmo se isso fosse um sonho e eu acordasse, eu cortaria minha garganta se isso significasse voltar a esse lindo sonho.

Voltar para ele.

Eu posso não ser imortal, mas meu amor por ele seria atemporal. Isso, eu tenho certeza.

Eu não poderia imaginar viver a vida sem ele mais. Estou desesperadamente, desesperadamente apaixonada por este vampiro.

“Fabian, você não pode nos interromper? Não pode nos ouvir tendo um momento sentimental?” De repente, Sam falou.

Embora seus olhos ainda estivessem fixos nos meus, suas palavras não eram para mim. Olhei para a porta e Fabian estava sorrindo para nós.

Eu corei instantaneamente.

“Minhas desculpas, meu senhor. Mas a senhoria dela não comeu nada desde esta manhã, por isso eu corri até aqui. Nós voltaremos assim que terminarem.”

Fabian se preparou para sair. No entanto, assim que Fabian se virou, Sam o interrompeu.

“Não, está tudo bem. Minha senhora precisa de nutrientes, ela precisará disso para me acompanhar.” Sam sorriu. Eu olhei para o lado, corando ao tentar adivinhar o que ele queria dizer.

“Além disso, traga minhas ferramentas. Minhas mãos estão coçando para esboçar meu próximo trabalho.”

Eu franzi os olhos e olhei para Sam. Instintivamente, olhei para Fabian, que exibia uma expressão surpresa no rosto.