A Paixão do Duque - Capítulo 576
Capítulo 576: Rufus
“Seu nome é Roscoe?”
Rufus olhou para o céu azul claro enquanto a voz de um homem acariciava seus ouvidos. O tempo hoje estava ótimo, ele pensou. Ele não podia deixar de adorar o clima de hoje, apesar de estar coberto de hematomas após a briga com este estranho.
“Robert?” o homem, que estava deitado no mesmo chão que Rufus, inclinou a cabeça para se lembrar de seu nome. Ao contrário de Rufus, que estava ocupado admirando o tempo, essa pessoa não poderia se incomodar.
“Ri… Ricardo?”
Rufus respirou fundo e fechou os olhos. “Rufus.”
“Ahh… certo! Rufus! Que nome estranho, Rufus.” O homem franziu a testa enquanto pensava em seu nome. “Por que você foi chamado de Rufus?”
“Quem sabe… Eu não sou a pessoa que me deu o nome.”
“Você tem pais estranhos.”
Rufus riu fracamente. “E você?” ele perguntou, lembrando que não tinha perguntado o nome da pessoa mesmo antes de eles brigarem.
“Meu nome?”
“Mhm.”
“Eu… na verdade, eu não quero ter um nome.”
“Por quê?”
“Porque eu não quero ser lembrado?”
Rufus franziu a testa. Ele já sabia que essa pessoa era estranha — assim como seu irmãozinho desaparecido. Mas sua resposta era estranha. Quem não gostaria de ser lembrado? Quem não quer que seus nomes sejam tão renomados que cheguem até o céu?
“Você é um estranho,” ele comentou baixinho. “Até criminosos querem que seu nome seja conhecido por outros.”
“Você está certo. Mesmo assim, eu não gosto de ser lembrado. Odeio meu sobrenome e o nome pelo qual me chamam. Todos são bullies por me darem um apelido maldito,” o homem resmungou.
Depois que o homem soltou suas reclamações sobre sua família, o silêncio envolveu os dois. Eles apenas ficaram deitados ali no chão, ambos cobertos de hematomas e um pouco de sangue. Apesar de quão exaustos seus corpos estavam, eles não conseguiam passar despercebidos.
“Quantos dias lutamos?” perguntou o homem por pura curiosidade. Tudo o que ele sabia era que eles lutaram por algumas noites e dias sem fazer uma pausa.
“Quantos dias… eu perdi a conta no terceiro dia.”
“Cara… estou com fome.” O homem resmungou enquanto se levantava para se sentar. Rufus virou os olhos quando o homem virou a cabeça para ele. Cabelos prateados e olhos carmesins estavam semicerrados porque ele estava sorrindo.
“Eu perdi,” Rufus murmurou após alguns segundos de olhar para este estranho.
“Hã?”
“Você se levantou primeiro. Eu perdi.” Ele admitiu enquanto via a confusão no rosto do homem. Depois de lutar com esse homem por dias sem intervalo, Rufus mal conseguia levantar um dedo. Ele estava exausto e seus ossos pareciam trêmulos. Mas esse homem… embora ele tivesse desmoronado ao mesmo tempo que Rufus, ainda tinha energia para se levantar após horas deitado.
“Não é como se eu tivesse uma chance se você mostrar suas presas.” Rufus desviou os olhos dele para o céu. “Por que você não mostrou suas presas ou usou essa habilidade vampírica? Se você fizer isso, não levaria tanto tempo… ah.”
Rufus acenou com a cabeça em compreensão quando um pensamento repentino cruzou sua cabeça. “Então, é assim que você brinca com as pessoas, né? Você as faz lutarem por dias até o ponto de não conseguirem levantar um dedo antes de matá-las.”
“Ei… você está sendo demais. Você acha que eu sou alguém que tem uma casa para te levar para onde eu possa te torturar?”
“Quem sabe que tipo de maníaco você é?”
O homem estalou a língua com irritação. “Não tenho mais apetite.” Ele desabou de costas com uma carranca.
“Disseram que você é o mais forte neste lugar. Então, é claro, estou curioso para ver quão forte um humano pode ser. Não poderei testar isso se usar minhas habilidades de vampiro,” ele explicou após um minuto de silêncio.
“Por que você precisa testar isso?” Rufus indagou por pura curiosidade.
O homem permaneceu em silêncio por mais um minuto antes de seus lábios se curvarem em um sorriso. “Porque… eu preciso de alguém forte para se sentar em algum lugar.”
“Hã?”
“Ei!” o homem rolou para o lado, apoiando sua têmpora em seus nós dos dedos, olhos em Rufus. Ele esperou Rufus olhar para ele com uma sobrancelha arqueada. Assim que seus olhos se encontraram, o lado dos lábios do homem se esticou em um largo sorriso até mostrar os dentes.
“Você pode me ajudar com algo?” As sobrancelhas de Rufus franziram com o pedido do homem. “Você pode ser o rei?”
Rufus pensou que já havia ouvido todas as coisas ridículas que uma pessoa poderia falar. Mas ele pensou errado. O pedido do homem foi o mais ridículo que ele havia ouvido. Mal sabia ele naquela época que ouviria isso novamente vários anos depois dos lábios de uma mulher. Nem Rufus pensou que um dia… teria que decidir dar uma resposta ao homem.
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Muitos, muitos anos depois, Rufus estava atrás daquele mesmo homem com quem havia trocado socos até que ambos caíram, muitos anos atrás. Sua mão segurando seu pulso em suas costas apertava-o firmemente enquanto seu maxilar travava. Agora, Samael estava realizando um funeral privado para seu irmão, Alphonse, e Alistair.
Ninguém estava ao redor da capela do palácio além dos dois. Ninguém… estava testemunhando o luto de Samael além de Rufus. Como sempre, Rufus era o único que testemunhava tudo. A única pessoa que tinha permissão para ver esse lado desse homem monstruoso.
“Ru, você se lembra da minha pergunta antes?” perguntou Samael enquanto olhava para o caixão, mãos em cima dele.
“Sim.”
Samael permaneceu em silêncio enquanto respirava lentamente. “Lilou te perguntou antes, mas, obviamente, nossa preparação não é suficiente. Mas… qual é a sua resposta?”
“…” Rufus abaixou a cabeça porque, até agora, não tinha uma resposta.
“Não se preocupe. Você tem tempo para responder porque, por enquanto…” Samael lentamente girou nos calcanhares para encarar Rufus com olhos mortos. “Por ora, eu vou preencher esse papel para colocar as pessoas em seus devidos lugares. Ru, enquanto eu assumir esse papel, terei que usá-lo à minha própria disposição. Você pode presumir que vou levá-lo à insanidade e criar uma besta maníaca que todos temerão.”
Samael fez uma pausa enquanto mantinha seu olhar. “Você pode perder a noção do que é certo e errado; do que é honrável e abusivo, e pode esquecer quem você é e pelo que está lutando. Se você partir agora, eu não vou procurar por você ou enviar pessoas para trazê-lo de volta. É melhor você tomar sua decisão agora, pois não vou parar por nada quando sair por essa porta e encontrar aqueles tolos na sala do trono.”
Rufus olhou para Samael por um bom tempo antes de marchar em sua direção. Ele então se ajoelhou sobre um dos joelhos, alcançando a mão de Samael e a guiando até que tocasse sua testa.
“Eu, Rufus Barrett, juro minha lealdade inquebrantável e vida a Samael La Crox. A pedido de Sua Majestade, seguirei seu decreto.”
“Então, a partir de agora, Rufus Barrett, espero que você faça o seu nome ser conhecido, que até o céu ouvirá seu nome e os demônios abaixo da terra temerão.” Samael respirou fundo enquanto seus olhos brilham.
“Seu desejo é meu comando.”
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FATO DO ROMANCE:
Você sabia? Alguns dos personagens são inspirados em músicas? Por exemplo, Fabian é realmente inspirado pela coleção musical Slenderman’s Lullaby – Robert Austin – coleção de caixas de música.