Capítulo 391: Acabe com isso de uma vez por todas

“Parabéns pela sua gravidez. Mas, infelizmente…”

Beatriz e eu falhamos em reagir a tempo, pois Alphonse já a havia lançado longe enquanto minhas costas batiam na parede. Eu estremeci com a dor nas costas, agarrando o braço de Alphonse por instinto.

Eu olhei para baixo, apenas para perceber que metade do dedo dele estava mergulhado no meu peito. Ainda não estava tão profundo, então reuni minha energia restante para parar sua mão.

‘Sam, acho que estou morto…’ Eu murmurei internamente enquanto rangia os dentes e encarava o homem à minha frente.

“Duquesa, eu não quero te matar, mas esta criança…” Os olhos de Alphonse se abaixaram enquanto o sorriso sinistro em seus lábios me causava um arrepio na espinha. “… não pode viver.”

Enquanto ele dizia isso, meus pés gradualmente deixaram o chão enquanto ele me ergueu. Eu agarrei seu braço ainda mais forte enquanto tentava respirar. A ideia de estar grávida mal permanecia na minha cabeça com a situação atual. Eu nem tinha certeza se ele estava me dizendo a verdade.

“Mate-o.”

A voz na minha cabeça repetia incessantemente. Por uma vez, concordei com eles, pois precisava matar Alphonse, mas como? As vozes estavam me turvando a cabeça, e elas estavam me causando dor até agora. Meu desespero aumentava a cada segundo que passava.

“Mate-o…”

“Mate… a criança…”

Eu estava congelada no lugar enquanto as vozes se tornavam distintas. O que eles disseram? Matar quem? Meu filho?

“Não,” eu sussurrei por entre os dentes cerrados. “Não é meu filho.”

“Vossa Graça, estamos salvando a criança poupando-a de sofrimento ao matá-la. Você não quer que ele carregue esse fardo que você está carregando, certo?” Alphonse cantarolou com um sorriso nos lábios. “Estou triste que chegamos a este ponto, mas vim tão longe. Não posso virar as costas para a minha família agora.”

Eu senti seus dedos avançando ainda mais dentro do meu peito, lentamente. Se isso continuasse, eu logo veria meu coração em suas mãos.

‘Ajude-me,’ eu sussurrei em meu coração, ainda segurando seu braço. ‘Por favor… alguém… Ajude-me…’

“Criança… venha conosco…”

“Nós somos sua família… cuidaremos de você e de sua criança.”

“Nós vamos te proteger, criança…”

“Alphonse.” Eu expirei pesadamente e minha visão ficou turva. As vozes na minha cabeça ficaram mais altas do que antes, mas desta vez, eu não as parei até que fossem tudo o que eu poderia ouvir.

“Você será o primeiro La Crox que eu vou matar.”

Sua sobrancelha se ergueu e viu sua boca se movendo, mas eu não conseguia entender o que ele estava tentando dizer. Eu nem sabia o que eu lhe disse. O que eu sabia era que as vozes na minha cabeça me deram um calor impossível e o frio penetrava profundamente em meus ossos.

BOOGSH!

De repente, um barulho alto penetrou as vozes. Alphonse e eu instintivamente olhamos para cima. Tudo o que tínhamos visto era uma figura caindo junto com os escombros do telhado de telha. Eu naturalmente senti alívio em meu coração antes mesmo de meus olhos reconhecerem a pessoa.

“Ah!” eu gritei assim que Alphonse retirou sua mão. Eu caí no chão, tentando recuperar a respiração enquanto o zumbido no meu ouvido diminuía.

“Amor! Amor! Lilou!”

Eu levantei minha cabeça, apenas para ver o par de olhos preocupados olhando de volta para mim. Eu estendi a mão, agarrando seu peito para ver se ele era realmente meu marido.

‘Estou salvo…’ eu suspirei mentalmente de alívio enquanto um sorriso surgia em meus lábios.

“Sam,” saiu um sussurro de alívio antes de eu instintivamente olhar para baixo.

Sangue gotejava no chão enquanto o buraco no meu peito vertia sangue. Meus pés estavam frios enquanto eu segurava meu peito para parar o sangramento.

“Lilou, sinto muito por ter chegado tarde.” A voz preocupada de Sam me fez olhar para ele.

Não foi culpa de Sam. Nós tínhamos planejado isso, não tínhamos? Eu fui quem teimosamente quis que dividíssemos a missão. Aconteceu que Alphonse também havia se preparado como nós.

“Estou be…” Meu coração de repente pulsou fortemente enquanto eu congelava. A próxima coisa que soube foi que a visão da sala do trono inclinou, e sua voz desaparecendo.

‘Sim, estamos salvos, criança.’ essas palavras foram a última coisa que ouvi antes de sucumbir à escuridão pacífica.

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“Estou be…m.”

Samael instintivamente a segurou em seus braços enquanto ela perdia a consciência. Suas pupilas se contraindo e dilatando com a visão lamentável de sua esposa. Marcada por feridas, contusões e sangue, Lilou era forte o suficiente para evitar isso.

O que diabos aconteceu neste lugar?

“Antes de me culpar, eu não fiz isso com ela. O único ferimento que lhe causei foi o que estava no peito,” Alphonse explicou enquanto Samael examinava a condição de sua esposa. “Culpe-a por recusar as vozes.”

Ele olhou para sua mão, espalhando os dedos uniformemente. Se ele tivesse chegado um segundo depois, já teria perdido um membro.

“Além disso, bem-vindo de volta do inferno! Você nunca para de me surpreender com suas travessuras, meu irmão!”

“Alphonse…” Samael segurou levemente o ombro de Lilou antes de soltá-lo. Ele cuidadosamente a deitou e então plantou sua palma em seu peito. Com um breve empurrão, o sangue parou de escorrer de sua ferida.

“Eu vi Dyrroth,” Ele murmurou enquanto lentamente se levantava e enfrentava seu irmão.

Alphonse ergueu as sobrancelhas enquanto o canto de seus lábios se curvava em um sorriso. “Bem, não é de se estranhar que você pareça um pouco sentimental.”

“Isso… é o que você quer?” Samael ignorou os comentários provocativos de seu irmão com a mão fechada em um punho. “Você quer que ela nos mate só para que possamos todos começar de novo?”

“Inferno, não é isso que você também esperava? Que todos possamos começar de novo fora da responsabilidade de ser um La Crox?” Alphonse inclinou a cabeça com uma inocência deslocada nos olhos. “Eu te disse, Cecílio. Se você quiser salvar as crianças, tem que eliminar a raiz do problema.”

“E essa raiz não é apenas nosso pai, o rei, mas nosso sangue,” Alphonse continuou solenemente. “Estou salvando meus irmãos de uma maneira que sei e isso é dar-lhes salvação.”