Capítulo 389: Sua meta
“Está aqui, meu senhor,” Noah anunciou assim que invadiu o quarto na propriedade que eles infiltraram. Ele virou a cabeça para a direita e entrou quando Samael caminhou em direção a ele.
Os olhos de Noah instantaneamente pousaram no caixão deitado no meio do quarto vazio.
“Meu senhor, isso…” ele olhou de volta para Samael, que estava perto da porta com as sobrancelhas franzidas.
Samael o observou com uma expressão complicada antes de fixar os olhos no caixão atrás de Noah.
“Isso parece errado,” Samael murmurou, alarmando Noah.
“Há algo errado, Vossa Graça?”
“Eu ainda não sei.”
Samael não perdeu um segundo e marchou em direção ao caixão, chutando-o com toda sua força. O caixão não voou apesar do impacto, mas deixou rachaduras nele até que se despedaçasse completamente.
“Alphonse,” ele sussurrou, olhando para a pessoa dentro do caixão agora despedaçado. Ele levou apenas alguns segundos para parar enquanto se agachava e suas unhas cresciam mais longas e afiadas.
Embora ele tivesse certeza de que era Alphonse, ele não conseguia se livrar da inquietude em seu coração.
“Vossa Graça, não deveríamos —”
O resto das palavras de Noah voltou para sua garganta porque Samael de repente mergulhou sua mão no peito de Alphonse.
Noah antecipou boas notícias em meio ao silêncio deles, mas uma grande parte de seu cérebro lhe disse que não deveria comemorar ainda.
“Vossa Graça?” ele chamou quando não conseguia mais aguentar o silêncio. “Você descobriu o problema?”
“Sim.” Samael finalmente retirou sua mão, revelando um coração pulsante em sua mão. Ele se levantou lentamente e soltou o coração, que rolou pelo chão.
“Revistem toda esta propriedade e o encontrem. Eu preciso ir ao palácio.” Seus olhos escureceram quando ele girou nos calcanhares para se afastar. “Preciso tirá-la de lá.”
“O quê…?” Confuso, Noah franziu as sobrancelhas enquanto movia os olhos de Samael para o corpo sem coração. Sua confusão cresceu ainda mais, no segundo em que seus olhos pousaram nele.
“Quem… é esse?” ele perguntou, pois Alphonse se foi e foi substituído por alguém que ele não havia visto antes. Ele virou a cabeça para Samael, mas este continuou a caminhar até passar por Noah.
“Meu senhor.” A respiração de Noah prendeu, tentando organizar seus pensamentos. Se Samael soubesse quem era aquela pessoa disfarçada de Alphonse, ele não precisaria correr para o palácio.
Isso era um problema.
De repente, Samael parou quando estava perto da porta e se virou. Seus olhos se estreitaram enquanto estudava o quarto.
“Vossa Graça?” chamou Noah, mas Samael o ignorou enquanto voltava a entrar.
“Noah, revistem este quarto e vejam se há alguma passagem secreta,” Samael ordenou enquanto já tateava as paredes. “Acho que há algo mais aqui.”
Era um mistério o fato de Samael sentir uma presença tênue de Alphonse neste lugar. Ele ainda podia senti-la mesmo agora, então tinha que se certificar de que aquela pessoa no caixão não era apenas uma distração.
“Si — sim, Vossa Graça.” Noah clareou a garganta e balançou a cabeça para clarear seus pensamentos. Ele não perdeu um segundo e procurou nas paredes, batendo e chutando e não deixando nenhuma área sem verificar.
TUM!
Noah virou a cabeça para onde estava a fonte do ruído repentino seguido por um longo ranger sinistro. Lá, uma porta secreta surgiu enquanto Samael estava na frente dela.
“Isso não parece bom,” ele murmurou, seguindo os passos de Samael indo para a passagem secreta.
Assim como ele previu, o que havia dentro lhe causou um arrepio na espinha.
Os dois pararam perto da entrada enquanto olhavam ao redor. Havia caixões de pedra alinhados de cada lado, formando um caminho para quem entrasse.
“Um, dois, três…” Noah contou os caixões enquanto apontava com o dedo. “… dezoito, dezenove, vinte.”
Suas sobrancelhas franziram ao ver que o número de caixões correspondia ao número dos irmãos La Crox. Era apenas uma coincidência? Mas não parecia ser apenas uma coincidência.
Para alimentar sua curiosidade, Samael se aproximou do caixão mais próximo. Ele colocou o pé na tampa e a chutou. O som de pedra raspando uma na outra preencheu o ar silencioso por um tempo até que parou.
“Meu senhor, o que é isso?” perguntou Noah enquanto corria até o lado de Samael e olhava para baixo. Assim que fez isso, seus olhos se dilataram em descrença.
“Não…” Ele cambaleou para trás em choque. “Como pode o príncipe herdeiro estar aqui?”
Samael cerrou a mão em um punho apertado enquanto encarava Dyrroth. Fazia tempo desde que ele havia visto seu irmão mais velho, então esse evento inesperado lhe trouxe emoções misturadas.
“Verifiquem o resto dos caixões,” ele ordenou entre dentes, despertando Noah para a realidade.
“Si — sim.”
Noah não ficou parado enquanto tirava todas as tampas de cada caixão de pedra com toda sua força. Cada vez que abria um caixão, não podia deixar de se sentir chocado, especialmente quando havia um para Samael.
“Vossa Graça…” ele murmurou enquanto olhava para Samael desamparado. “O que você acha disso? Todos estão aqui.”
Samael olhou para os caixões, vendo seus irmãos e irmãs mortos e ainda vivos. O que ele pensava sobre isso?
“É o plano dele.” Sua voz saiu como um sussurro enquanto sentia essa pesadez em seu coração. “Acho que finalmente entendo o objetivo dele.”
“Objetivo?” As sobrancelhas de Noah se franziram. Para ele, só podia supor que Alphonse não ficaria satisfeito em matar seus irmãos uma vez. Então, ele planejava ressuscitá-los para matá-los novamente.
Mas… a expressão de Samael lhe dizia o contrário. No momento, Samael parecia extremamente desolado, o que Noah não conseguia entender.
“Então é isso que ele queria dizer na época…” Samael murmurou antes de respirar profundamente enquanto cerrava o punho até suas unhas cravarem profundamente na palma da mão. Quando ele abriu os olhos, seu aperto afrouxou enquanto seus ombros relaxavam.
“Queime este lugar, Noah,” ele ordenou, girando nos calcanhares ao se afastar. “Aquele Alphonse ali é o verdadeiro.”
Ele não olhou para trás para os caixões, apesar de querer. Seus passos pareciam pesados, mas Samael tinha que se afastar.
‘Alphonse, meu irmão… me perdoe, pois pisarei neste belo sonho que você planeja realizar.’