- Home
- A Paixão do Duque
- Capítulo 386 - Capítulo 386: O que você fará sem o grande eu?
Capítulo 386: O que você fará sem o grande eu?
Enquanto isso, na propriedade privada nos arredores da Capital. Samael saiu da propriedade, vendo que Noah estava apenas parado do lado de fora.
“Noah,” ele chamou, fazendo Noah olhar para ele. Este último fez uma reverência para mostrar respeito até Samael ficar ao seu lado.
“Você acha que ele acreditou?” ele perguntou, olhando para os enormes portões da propriedade ao longe.
Noah fixou seu olhar em frente, balançando a cabeça levemente. “Bem, ele pareceu ter feito um bom trabalho, Vossa Graça.”
“Ele deve estar feliz. Eu coloquei todo o meu esforço na atuação, afinal.”
“Você é verdadeiramente um artista, meu senhor.” Noah riu, avaliando o sorriso orgulhoso nos lábios de Samael.
Noah não pôde deixar de suspirar aliviado enquanto o observava. Samael não era o tipo de pessoa que tramava, mas quando o fazia, era com paixão.
“Você é realmente assustador, meu senhor,” ele murmurou impotente. “Estou feliz por não ter escolhido ser seu inimigo.”
“Antes de você elogiar meus planos estratégicos divinos, a noite ainda é longa. Lilou ainda está lá fora e eu ainda não consigo chegar ao consciente dela.” A voz de Samael diminuiu à medida que sua respiração ficava mais lenta. Seus par de olhos carmesins brilharam enquanto seu maxilar se apertava.
“Lilove… apenas ouça minha voz ou terei que ir lá eu mesmo.” Ele cerrava a mão em um punho, suprimindo a vontade de correr até o palácio ele mesmo.
Ele havia prometido ficar fora disso e confiar nela, mas mal conseguia se conter. Se Lilou não respondesse a ele logo, isso apenas significaria que esse plano seria um sucesso a meia-boca.
“Dez minutos, Noah.” Samael exalou pesadamente. “É melhor você se preparar para me conter de estragar esse maldito plano.”
Ele então correu em direção às escadas enquanto Noah o seguia apressado. “Temos dez minutos para matar. Vamos matar Alphonse. Vamos?”
******
De volta à Capital, Silvia e Yul corriam para longe do palácio. Yul olhou para trás para a sombra que envolvia o lugar, cerrando a mão em um punho.
“Mana…” ele sussurrou preocupado, tentando se conter para não voltar.
“Yul.” Ele franziu a testa quando Silvia bateu em seu peito com as costas da mão. Ele olhou para baixo para ver um pequeno cilindro de vidro preso entre os dedos dela.
“O que é isso?” ele perguntou ao aceitar, olhando para cima para ela. “Sangue?”
“Sangue dos mortos.”
Sua expressão se distorceu em desgosto. “Sangue de quem?”
“Cassara.” Silvia lançou-lhe um olhar de soslaio, testemunhando como os olhos dele se dilataram de choque.
“Ela não…?”
“Sim, ela está morta, e conseguimos cada gota do sangue dela.” Ela rangeu os dentes enquanto respirava fundo. Seus ombros relaxaram após soltar seu terceiro suspiro intenso.
“Você… matou ela?”
“Juro que não fui eu nem qualquer um de nós.” Sua resposta foi rápida para esclarecer qualquer mal-entendido que ele tivesse. “Apenas beba, Yul. Não é hora de hesitar.”
Yul esfregou o polegar no pequeno recipiente de vidro. Além do desgosto, era desonroso para Cassara. Não que Cassara tivesse algo de que se orgulhar, mas isso ainda parecia estranho.
“Ela ainda é minha gêmea, mesmo que não sejamos tão próximos ou compartilhemos o mesmo sangue,” ele murmurou, rangendo os dentes e abrindo a garrafa para beber.
Beber o sangue de Cassara desbloqueou as memórias perdidas em suas cabeças, que Samael apagou.
Sim, memórias.
As memórias que todos concordaram em apagar.
******
Três meses antes do presente. Como de costume, eles se reuniram no esconderijo do terceiro esquadrão, pensando em como lidar com seus inimigos.
“Eu discordo.” Samael levantou a mão, captando a atenção de todos.
Como de costume, Samael estava com os pés apoiados na mesa com sua cadeira inclinada enquanto a balançava. Lilou, que estava no final da mesa com a palma descansando na borda, arqueou a sobrancelha.
“Você discorda? Por quê?” ela perguntou, inclinando a cabeça para o lado.
“Bem, é um plano ruim.”
“Senhor, se você discorda desse plano, nos dê alguma explicação para que possamos entender.” Ela revirou os olhos enquanto balançava a cabeça levemente. “Você não está mais trabalhando sozinho. Somos uma equipe, lembra?”
Fabian e Rufus se contiveram de aplaudir e vibrar, ‘Muito bem colocado, Vossa Graça.’ Mas reprimiram a vontade de fazer isso.
“Bem.” Samael deu de ombros. Era óbvio que ele não estava acostumado a incluir todos em seus planos.
Ele limpou a garganta e bateu levemente na mesa. “Faz quase um ano desde que você foi para a Capital. Com todos aqueles ingratos andando livremente no palácio, será mais estranho se Stefan estiver vivo ou ainda são.”
“Stefan ficou vivo por séculos, Sam. Eu também confirmei isso com o Príncipe Heliot.” Lilou argumentou, jogando fatos na mesa.
“Você realmente acredita em tudo o que vê naquele lugar?” ele perguntou enquanto suas sobrancelhas se erguiam.
Desta vez, Lilou abriu a boca, mas nenhuma palavra saiu. No final, ela fechou os lábios em uma linha fina, pois não conseguia argumentar contra isso.
“Vocês jovens são tão sem esperança.” Samael suspirou pesadamente enquanto balançava a cabeça. “Não estou dizendo que esse plano não funcionaria, mas precisamos ajustá-lo um pouco.”
Lilou e todos os outros inclinaram a cabeça para o lado, olhos fixos nele. Samael estava apenas ouvindo todos eles até agora, mas só agora ele expressou seus pensamentos.
“Se você se concentrar em um único assunto, perderá de vista alguns detalhes menores. Tome isso como olhar para uma pintura. Nós naturalmente olhamos para o sujeito, mas raramente notamos os detalhes menores que completam o todo.” Samael fez uma pausa enquanto examinava seus rostos atentos.
“No momento, seu foco é Quentin, Stefan e Alphonse. Os maiores detalhes são as pessoas que trabalham sob eles; seus aliados.” Ele contou os assuntos com os dedos e então lançou-lhes um olhar sábio. “E sobre os menores que os tornaram o assunto desta discussão?”
Lilou e todos os outros não puderam deixar de franzir a testa. Pequenos detalhes sobre por que eles eram o assunto dessa discussão? Isso não era óbvio? Porque eles eram seus inimigos?
“Céus… o que vocês fariam sem o grande eu?” Samael suspirou enquanto olhava para eles com dó. Eles não sabiam se aceitavam seu olhar agravante ou ficavam bravos com isso. Afinal, ele esteve em silêncio esse tempo todo.
“Quentin não seria rei se fosse tão estúpido. Aposto que ele descobriu que eu estava vivo mesmo antes de eu acordar. Stefan não manteria sua posição se fosse facilmente derrotado.” Samael respirou fundo antes de continuar. “E eu não estaria atento a Alphonse se ele não fosse um bastardo astuto.”
O silêncio se instalou quando Samael expôs todos aqueles fatos. Ele tinha um ponto, forte até, do qual já estavam cientes, mas inconscientemente desconsideraram.
“Que grupo sem esperança. O plano da minha esposa é perfeito, se ela planeja morrer, nisso. Mas como somos uma equipe,” Ele enfatizou a palavra com sarcasmo, sobrancelha erguida. “Precisamos fazer funcionar sem sacrificar ninguém que esteja sentado ao redor desta mesa.”
“Irmão, isso é possível?” perguntou Klaus em choque, encarando Samael intensamente.
“Bem, vai ser difícil e complicado.”
“Inferno, você tem um plano em mente?” Desta vez, Silvia perguntou com o mesmo interesse de todos na sala.
“Hmm.” Samael pressionou os lábios juntos em uma linha fina, olhando para cada um deles. Após um momento, o canto de seus lábios se curvou em um sorriso até seus olhos se estreitarem.
“Vocês permitem que este grande apague suas memórias?”