Capítulo 379: Um, dois, três…
Eu assobiei suavemente, de pé no topo da torre do terceiro príncipe. Do meu ponto de vista, eu podia ver o Palácio Avolire e o palácio principal.
“Vossa Graça!” A voz de Silvia de repente soou do outro lado do telhado, aparecendo do nada. “O que está acontecendo? Por que você…?”
Ela parou enquanto olhava para o céu escuro que cobria todo o palácio imperial. Silvia sabia que meu campo escuro tinha sua própria desvantagem, mas parecia que Sam me ajudou. O campo escuro parecia mais robusto, como uma jaula, prendendo todos dentro.
“Você encontrou Yul?” Eu perguntei em um tom calmo.
“Klaus ainda está procurando por ele. Mas Lilou, eu estava com ele horas atrás.”
“E eu estava com ele logo antes de dar a ordem.” Desviei meus olhos dela e fixei-os no palácio principal. “Sua habilidade é copiar a aparência e o cheiro de uma pessoa. Ele sabia uma coisa ou outra… Acho que ele afundou seus dentes em Yul.”
“O quê…!”
Meus olhos se ampliaram e estreitaram, mirando no palácio principal. “Concentre-se em encontrar Yul, Silvia. Não aceitarei notícias sobre sua morte.”
Eu balancei a cabeça levemente. Até agora, eu não podia sentir a presença de Yul nem conseguir compartilhar um vínculo mental com ele. Ele provavelmente estava inconsciente.
“Sim, Vossa Graça.” Houve uma leve hesitação em sua voz, mas ela ainda seguiu minha vontade. “Sobre o rei, ouvi que ele mobilizou todos os cavaleiros reais. Alguns deles estão vindo para cá.”
“Não se importe com eles, Silvia.”
“Lilou, nós —”
“Shh…” Eu lentamente voltei meus olhos para ela. Ela pressionou os lábios em uma linha fina, inclinando a cabeça para baixo.
“Tem certeza de que sou Lilou?” Perguntei sem emoção. “Confie em seus instintos, Silvia, assim como eu confio nos meus. Stefan não é tolo ao ver este campo escuro como uma oportunidade.”
Eu pausei enquanto olhava para o campo escuro. “Mobilizar os cavaleiros reais é exatamente o que preciso para encontrar Yul ainda mais rápido.”
“Eu sei que você se importa com Yul, mas isso é realmente necessário?”
“Se isso acontecesse com você, eu faria o mesmo, Silvia.” Lançei-lhe um olhar indiferente. “Minha sinceridade pelo meu povo é igual. Mesmo se eu tivesse que elaborar outro plano ou me colocar em uma situação mais complicada, eu o faria.”
Sam havia aprovado e respeitado minha decisão. Eu não precisava ouvir isso de seus lábios. Sua ajuda na estabilização do campo escuro foi prova.
“Vou manter isso em mente.” Silvia se curvou, e eu a olhei. Seus olhos brilharam em carmesim enquanto suas presas cresciam.
Eu só vi Silvia mostrar suas presas uma ou duas vezes, então fazer isso agora me dizia que ela havia entendido meu ponto.
“Cuide-se,” Eu a lembrei antes que ela desaparecesse da minha vista.
Eu não me preocupei com onde Silvia foi enquanto olhava em uma certa direção. Respirei fundo, pulando de onde estava, e saltei em direção à pessoa que queria ver.
Assim que meus pés pousaram na grama do vasto pátio interno próximo ao palácio principal, levantei minha cabeça e sorri.
“Você está indo a algum lugar? Lexx?” Eu perguntei, prendendo meus olhos nele.
Stefan arqueou a sombrancelha e me lançou um olhar antes de enfrentar Alistair, dando suas ordens. Minhas sobrancelhas se elevaram e esperei que eles terminassem.
“E…” Ele levantou o dedo e virou a cabeça para mim. “O que você precisa?”
“Yul.”
“Ele está desaparecido?” ele perguntou sem o menor interesse na voz.
Eu assenti. “Eu quero que você o encontre.”
“Isso não é meu problema nem meu dever.” Stefan afastou seus olhos de mim e os fixou de volta em Alistair. “Isso é tudo. Você está dispensado.”
Alistair se curvou e, em seguida, olhou em minha direção com um sorriso zombeteiro. Quando ele se virou para sair, parou enquanto eu falava.
“Eu quero Yul vivo, apenas por precaução.”
“Essas não são as ordens que eu recebi, Vossa Graça.” Alistair zombou, reprimindo-se de me ridicularizar abertamente. “Minhas desculpas.”
“Agora fazem parte da sua missão.” O canto dos meus lábios se esticou em um sorriso enquanto meus olhos se voltavam para Stefan. “Não pretendo recorrer a assassinatos desnecessários, Vossa Majestade. Ajude-me a encontrar Yul e trazer ele de volta vivo.”
“A ousadia.” Alistair sibilou, enquanto seus olhos brilhavam com intenção assassina.
Eu dei de ombros indiferentemente, já que não tinha energia para agitar ainda mais. Em vez disso, pisquei para Stefan, já que ele dava as ordens.
“Você fez tudo isso…” ele parou e olhou para cima. “… por causa de Yul?”
“Você tem algum problema com isso?”
“Ele deve ser muito importante para você.” Stefan piscou os olhos, olhando de volta para mim. Seu rosto estava desprovido de emoção, mas seus olhos brilhavam ameaçadoramente.
“Ele é, Vossa Majestade.” Dei vários passos à frente até ficar a um passo de distância dele. “Yul é uma das pessoas mais importantes da minha vida e se algo acontecer com ele? Eu não sei o que vou fazer. Encontre-o para mim e eu o ajudarei.”
Stefan se inclinou para o meu lado. Eu podia sentir sua aura intimidadora pesando sobre meus ombros, mas ignorei.
“Não, obrigado,” ele sussurrou, e ele puxou sua cabeça de volta, olhos em mim. “Alistair, se você ver Yul, mate ele no ato.”
“Ah! Sim, Vossa Majestade.”
“Há um limite para minha paciência, querida.” Stefan levantou a mão e colocou a palma no meu queixo. Seu polegar acariciou minha bochecha enquanto o canto de seus lábios se curvava sutilmente.
“Eu não sou bondoso o suficiente para salvar o amante da minha amante.” Ele enfatizou suas palavras através de dentes cerrados. “Uma vez que eu colocar minhas mãos em Yul, pendurarei sua cabeça nos portões do palácio como uma lição para aqueles que tocam no que é meu.”
Eu franzi a testa enquanto olhava para ele apaticamente. “Eu sou para sempre de Sam, Lexx, e se você não quiser procurar por Yul, então que seja. Eu vou procurá-lo eu mesma.”
“Boa sorte.” Ele retirou sua mão e virou suas costas contra mim.
Meus lábios se pressionaram, olhando para suas costas, e acenei.
“Só para você saber, alguém morrerá a cada dez segundos sem Yul e se ele morrer, todos morrerão também.” Minha voz se elevou antes de me virar, caminhando na direção oposta.
“Um, dois, três…” Eu contei enquanto entrava no palácio principal, segurando minha mão atrás. “…oito, nove…”
Lakresha tomou forma em minha mão enquanto eu parava de caminhar, olhando para o cavaleiro de guarda perto de mim.
“Dez.” Sangue escuro jorrou em mim enquanto eu puxava minha foice de sua garganta. Após esta ação, seu corpo colapsou instantaneamente, e eu olhei para baixo.
“Eles têm o sangue escuro, como eu pensei.” Eu assenti em entendimento. “Você deveria ter fugido quando teve a chance. Por que ficar perto de mim?”
Eu coloquei meu pé em suas costas, estalando a língua. Por razões desconhecidas, eu percebi a diferença entre auras neste palácio. Provavelmente por causa do campo escuro. Foi por isso que eu percebi que eles não eram do Povo de Stefan, mas ele ‘provavelmente’ não sabia disso.
“Mas, bem, isso será um ganho para mim.” Matar os espiões inimigos que poluíram o palácio atuaria como minha frente para ‘minha loucura’. Isso pode ajudar indiretamente Stefan, mas não é como se sua presença não me incomodasse.
“Tsk. Tanto faz.” Eu estalei a língua, descansando minha foice sobre meu ombro. “Um, dois, três…”