Capítulo 378: Noite de caça

“Hah…” Balancei minha cabeça enquanto mantinha as vozes em minha mente afastadas. Mas meus olhos permaneciam diferentes em cores. Eu não podia mudá-los de volta com essa fúria crescendo dentro de mim.

“Eles querem me testar?” o lado dos meus lábios se curvou em um sorriso enquanto eu colocava minha palma na janela de vidro. “Vamos mostrar a eles quem é o mais louco neste asilo, Catarse.”

Um véu circundou meu ombro, descendo lentamente até minha manga e depois até minha mão. Fechei minha mão quando senti o cabo dela enquanto Catarse se transformava em um haladie. Seu tamanho era suficiente para que meus dedos brincassem com ela para passar o tempo.

Meus olhos brilharam enquanto marchava para fora dos meus aposentos e me dirigia diretamente para o jardim. Olhei ao redor, parando quando enfrentei a direção do palácio principal.

“Te vejo mais tarde,” coloquei um leve beijo em Catarse antes de puxar meu braço para trás, transferindo todo meu poder para minha mão. Quando tive força suficiente, joguei-a no ar como um bumerangue.

Estiquei meu pescoço em um movimento circular com os olhos fechados.

‘Para encontrar Yul, eu tinha que mobilizar todo este lugar para procurá-lo.’ Quando abri meus olhos, eles se afiaram enquanto uma fogueira ardente queimava sob eles.

Quem quer que fosse aquele Yul em meu quarto momentos atrás, ele era forte. Eu não senti seu poder e quase pensei que fosse Yul. Se eu não conhecesse meu irmão tão bem, teria acreditado que era ele.

“Eles haviam entrado no palácio como esperado,” murmurei, olhando na direção onde joguei Catarse. “Eu tinha que fazer isso.”

Respirei fundo enquanto colocava minha mão sobre a outra; a parte de trás da minha mão na outra palma. Meus olhos permaneceram na pequena bola escura aparecendo na minha palma, franzindo com a dor e a gravidade pesando sobre meu corpo inteiro.

‘Eu tinha que fazer isso acontecer,’ lembrei-me enquanto a resolução cintilava em meus olhos. Logo, quando fiquei satisfeito com a energia da bola escura, joguei-a para cima.

A bola escura flutuou lentamente, mas seu único destino era para cima. Ela levou seu tempo para atravessar o telhado do palácio do terceiro príncipe e continuou a subir.

BOOM!

De longe, ouvi um estrondo alto quando Catarse finalmente atingiu algo. Um segundo depois, o círculo escuro acima explodiu. Como um véu cobrindo o palácio imperial inteiro, engolindo a luz; foi assim como naquela noite, há um ano.

Era como se a história estivesse se repetindo. Desta vez, porém, fui eu quem liberou um campo escuro, ainda que instável.

“Isso é o suficiente por agora,” sussurrei enquanto o lado dos meus lábios se curvava em um sorriso malicioso.

Nesse ritmo, essas pessoas parariam de brincar e direcionariam todos os seus ataques contra mim. Isso não era um jogo de azar, era o risco de alguém que lidera.

“É hora de caçar,” eu disse enquanto me afastava, retirando Lakresha enquanto a segurava à esquerda.

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Enquanto isso, não muito longe da saída do palácio imperial, Fabian e Samael viraram suas cabeças para trás. Eles olharam para cima enquanto algo escuro lentamente se estendia, cobrindo todo o palácio com escuridão.

“Minha senhora,” Fabian sussurrou enquanto franzia a testa e imediatamente voltava sua cabeça para o ombro de Samael. Ele não podia ver a expressão de Samael com o capuz de sua capa cobrindo sua cabeça.

“Não podemos voltar, Senhor.” Ele relembrou apenas para Samael saber disso.

Este último permaneceu em silêncio e simplesmente assistiu o campo escuro engolir todo o palácio. Samael estava calmo, apesar de conhecer a fonte do súbito aumento de poder dentro das instalações.

“Nada mal.” Ele acenou aprovativamente antes de dar um passo à frente quando o campo escuro estava ao seu alcance.

“Vossa Graça.”

“Eu não vou voltar, Fabian,” Samael assegurou, olhando por sobre os ombros. “Não se preocupe.”

Fabian juntou os lábios e inclinou a cabeça para baixo. Embora não visse a expressão de Samael, ele podia dizer pelo seu aura e tom que o duque estava totalmente irritado.

“Ela não havia aperfeiçoado isso, mas não é ruim,” um murmúrio escapou dos lábios de Samael enquanto ele tocava o campo escuro. “Esta noite, este lugar será um campo de caça, Fabian, e ninguém escapará da sua ira.”

Seus olhos se abriram lentamente enquanto o campo escuro que ele estava tocando tremia sob seu toque. Samael respirou fundo enquanto retirava a mão e casualmente virava as costas contra ele.

“Vamos, Fabian.” Ele olhou para Fabian, que estava parado ao lado.

“Você realmente não vai voltar?” perguntou Fabian, inclinando a cabeça para o lado. “Eu estava preparado para impedi-lo, Vossa Graça.”

“Não,” Samael respondeu enquanto balançava a cabeça levemente. “Lilou está mais forte do que há um ano. Ela vai conseguir.”

“Se você diz.” Fabian acenou enquanto seguia os passos de seu mestre.

“Ela provavelmente percebeu o que está acontecendo lá dentro.” Os orbes carmesins de Samael escureceram enquanto ele continuava a se afastar. “Vamos lidar com o quadro maior, não vamos?”

“Finalmente.”

Não havia o tradicional sorriso que aparecia no rosto de Samael. Em vez disso, ele permaneceu estoico, frio, com olhos revelando a porta da morte.

“Fabian,” ele chamou, e virou a cabeça para Fabian. “Deixe pra lá. Vou apenas perguntar a Rufus.”

“Meu senhor, você pode confiar em mim desta vez.” Fabian soltou um suspiro profundo, como se Samael não fosse confiar nele por algum tempo.

Este último ficou quieto por algum tempo antes de seus lábios se abrirem. “Entre sorrateiramente no palácio quando a caçada acabar. Lilou pode perder a cabeça mais tarde.”

“Eu não posso deixá-la se transformar completamente em Sangue agora,” Samael adicionou sob seu fôlego enquanto suas presas se mostravam.

*******

Enquanto isso, Stefan abriu os olhos languidamente enquanto olhava para baixo. Seus olhos caíram instantaneamente no Haladie que pousou no meio da longa mesa da reunião.

“Vossa Majestade, um campo escuro cobriu todo o palácio!” um cavaleiro veio correndo até ele, reportando notícias terríveis.

“Eu posso ver isso.” Stefan levantou seu olhar para a janela, apenas para ver escuridão. “Desloque todos os cavaleiros de elite, Dominique.”

Dominique, que estava de pé no canto, encostado na parede, afastou-se dela.

“Devo pedir aos outros cavaleiros para recuar, Vossa Majestade?” ele inquiriu calmamente.

“Aqueles que são fortes viverão e aqueles que não são estão destinados a morrer esta noite.” O tom de Stefan era tão calmo quanto o de Dominique. Seus olhos fixados no campo escuro lá fora.

“Por um segundo, pensei que o campo escuro fosse apenas para mostrar, mas pareceu estável… e forte.” Ele acenou aprovativamente, colocando sua palma contra o apoio de braço enquanto se levantava. “Ninguém escapará deste véu escuro. Então, é melhor caçarmos quem matou Cassara.”

“Sim, Vossa Majestade.”