A Paixão do Duque - Capítulo 29

29: Não, Lilou. Nem pense nisso. 29: Não, Lilou. Nem pense nisso. Samael voltou com Fabian e alguns servos carregando toalhas e uma bacia de água. Após colocar tudo no lugar, Samael ordenou que eles saíssem.

Ele então começou a limpar meu tornozelo com um pano pequeno úmido e frio. Os toques leves me fizeram estremecer de dor, e eu instintivamente retirei meu pé, mas ele segurou firme.

“Fique parada. Vai doer um pouco, mas vai aliviar a dor, eventualmente.” Sem me olhar, Samael disse.

Eu pressionei os lábios em uma linha fina, observando-o umedecer meu tornozelo gentilmente. Desviei meu olhar de suas mãos no meu tornozelo para seu semblante solene.

“Desculpe por me empolgar e acabar nisso.”

Eu disse, acreditando que estava lhe dando preocupações e tarefas desnecessárias. Embora ele tenha se oferecido para cuidar do meu tornozelo torcido, ainda me sentia envergonhada.

Eu não podia verdadeiramente culpá-lo. Ele não me pediu para pular na cama, nem eu deveria ter feito isso, já que era apenas uma convidada.

Não me comportei adequadamente e me entusiasmei como uma criança.

Após fazer minhas desculpas, Samael não respondeu. Ele permaneceu em silêncio, então eu também calei a boca.

Ele estava bravo? Obviamente estaria. Será que ele estava arrependido de suas decisões agora?

Não que isso fosse mudar alguma coisa, caso mudasse de ideia. Ainda assim, uma parte de mim se sentia desapontada comigo mesma.

Eu tinha todos os motivos para temê-lo. Ele não é apenas um vampiro, mas um de sangue puro. Mas ele nunca realmente me fez mal desde o primeiro dia.

Agora que estava pensando cuidadosamente sobre isso, percebi que ele era mais indulgente do que Rufus. Samael nunca realmente me menosprezou, embora fosse muito direto.

Mordi meu lábio inferior novamente. Minhas mãos no colo apertaram meu vestido firmemente.

“Você está bravo, milorde?”

Perguntei, espiando-o, que ainda estava ocupado aliviando a dor no meu tornozelo. Ele foi bem-sucedido, pois a dor diminuiu e meu tornozelo ficou dormente.

Suas mãos cuidadosas e gentis fizeram mágica. Eu nunca pensei que ele pudesse aliviar a dor de um tornozelo torcido em um curto espaço de tempo.

“Sim,” Ainda com sua atenção no meu tornozelo, ele respondeu.

“Eu não farei isso de novo.” Respondi em voz baixa.

Eu estava acostumada a vê-lo fazer o que quisesse. E também testemunhei como ele se portava com dignidade diante de seu povo.

Mas nunca o vi tão bravo assim. Embora não fosse como eu esperava, seu silêncio era suficiente para eu refletir sobre minha ação.

“Não estou bravo porque você pulou na cama e torceu seu tornozelo. Conhecendo você, seria mais estranho se não fizesse o que fez.”

De repente, Samael falou novamente e esclareceu. Levantei meu olhar para ele, franzindo a testa.

Ele não está bravo por causa disso?

Samael levantou lentamente a cabeça, e seu olhar imediatamente se encontrou com o meu. Com o braço sobre o joelho, ele suspirou.

“Estou apenas preocupado com o que poderia ter acontecido se eu não tivesse vindo checar você.” Ele explicou com um suspiro.

Eu permaneci em silêncio, abaixando meu olhar para meus nós dos dedos.

“Além disso, você está no território de um vampiro, Lil. Se eu não tivesse te segurado e você sangrasse, isso é semelhante a atiçar a fome deles.”

Ele acrescentou, esclarecendo-me um fato que eu havia esquecido de considerar.

“Eles vão me matar?” Antes que eu percebesse, já havia perguntado enquanto levantava meu olhar novamente.

“Não?” Samael arqueou a sobrancelha direita. “Mas eu não gosto deles cobiçando você.”

“Hã?”

Ao ouvir suas últimas observações, pisquei meus olhos, como se isso ajudasse minha audição. Eu o ouvi corretamente ou meus ouvidos estavam me enganando?

“As pessoas aqui não bebem sangue humano. Mas, o aroma de algo espetacular é difícil de resistir.” Samael pronunciou, balançando levemente a cabeça.

“Você não sabe o quão refrescante e tentador seu sangue cheira, Lil.”

“Mas, você não…” Eu limpei a garganta enquanto pressionava os lábios. “Você experimentou, mas continua bem.”

Eu disse. Meus olhos percorreram seu semblante.

Não que eu não acreditasse em suas afirmações, por assim dizer. Apenas que causei inúmeras feridas pequenas no passado.

No entanto, nunca fui alvo de um vampiro. Eu frequentemente pensava o quão milagroso era sobreviver até essa idade sem encontrar esses monstros.

“Isso é porque escolhi você ao invés do sangue.” Samael deu de ombros. Ele estava me encarando diretamente nos olhos.

Escolheu-me ao invés do sangue…?

Após pronunciar suas últimas palavras, Samael balançou a cabeça novamente. Ele então continuou cuidando do meu tornozelo enquanto nenhum de nós falava mais.

Quando Samael terminou de enfaixar meu tornozelo, ele me mandou descansar, e saiu. Ao abrir a porta, duas criadas já estavam do lado de fora.

Eu o ouvi instrui-las a trocar minhas roupas antes de sair. Assim como lhes foi dito, as criadas me ajudaram a trocar para um confortável vestido de noite.

As criadas então disseram que, se eu precisasse de ajuda, elas estavam lá fora antes de me deixarem sozinha. Deitada na cama, encarei o teto com uma miríade de pensamentos em minha mente.

“Escolheu-me ao invés do sangue?” Eu sussurrei.

Era realmente difícil entender uma frase? Obviamente, não era.

Mas… Eu não queria ter uma percepção errada de tudo. Embora estivesse ciente do Plano de Samael, meu coração estava lentamente batendo em um ritmo errado.

Eu não queria levar tudo a sério. Estava fazendo um bom trabalho negando o que meu coração estava me dizendo.

No entanto, quanto mais ele me mostrava bondade… mais estava se tornando difícil manter a mente clara.

“Não, Lilou. Nem pense nisso.” Eu sussurrei, batendo levemente na bochecha para me recompor.

Eu fiz tudo o que pude para jogar todos os pensamentos no fundo da mente. Virando meu corpo de um lado para o outro até que finalmente adormeci.

*
Horas depois que Lilou adormeceu, Samael estava de volta ao quarto. Ele se acomodou na borda do colchão, sua palma na superfície macia da cama.

Observando o rosto adormecido de Lilou, Samael riu, pois ela dormia como uma pedra. Sua mão afastou a mecha de cabelo que caía em seu rosto, sorrindo sutilmente.

“Você me preocupa demais, boba.”