A Obsessão da Coroa - Capítulo 87
- Home
- A Obsessão da Coroa
- Capítulo 87 - 87 Eu vou cuidar de você - Parte 2 87 Eu vou cuidar de você -
87: Eu vou cuidar de você – Parte 2 87: Eu vou cuidar de você – Parte 2 James não era o único que continha sua raiva, mas havia outra pessoa absolutamente furiosa. Se Calhoun não estivesse ali no cômodo, a vampiresa teria arrancado a cabeça de Madeline ela mesma sem esperar por ajuda. E Sophie mal podia esperar para fazer isso.
Calhoun havia declarado abertamente mais de uma vez, seu grande interesse nessa patética garota humana que agora estava no topo de sua lista de pessoas detestadas, “Coitado homem, você deveria ter dado tempo para a Senhorita Madeline e o homem falarem, irmão Calhoun. Eles parecem amantes separados.”
“Saia.”
Sophie piscou com a palavra, e encarou Calhoun, “Claro, eu vou parar de falar sobre isso—”
“Eu disse para nos deixar,” o olhar de Calhoun caiu sobre Sophie. O sorriso em seus lábios havia desaparecido e ele não estava de bom humor, não quando a mulher que ele desejava reivindicar para si estava preocupada com o bem-estar de outro homem, “Não me faça repetir, Sophie.”
Sophie apertou os lábios um contra o outro, querendo falar, mas lhe ordenaram que saísse do cômodo. Ela olhou furiosamente para o humano que estava ao lado de Calhoun, e fez uma reverência. Toda vez que algo acontecia, Sophie tinha que se lembrar que o único caminho para alcançar seus objetivos era ter paciência. Com o tempo, tudo lhe pertenceria e então ela tomaria sua vingança contra os seres inferiores que ousaram desafiá-la.
Madeline ouviu os passos de Sophie enquanto ela deixava o tribunal, deixando somente Calhoun e ela sozinhos. Ela tentou se afastar dele, mas Calhoun era mais rápido e mais astuto do que ela. Ele a puxou para si, suas mãos segurando os braços dela de cada lado.
“Como ele acabou com aquela carta,” ele rosnou, e Madeline não ousou olhar para ele, “Porque eu tinha certeza de que suas cartas não iriam sair deste castelo.”
“Eu te disse, não fui eu,” ela negou as alegações porque verdadeiramente não tinha nada a ver com isso.
“Então quem foi? Talvez você fale com ele telepaticamente e foi isso que o trouxe aqui ontem?” perguntou Calhoun e Madeline estremeceu.
As palavras do Rei eram sarcásticas, e ela teria dado risada da piada, mas não ousou fazer isso, “Por que você não acredita em mim que eu não fiz isso?” Desta vez, seus olhos se fixaram nele, e ela o encarou de volta, “Você nem mesmo confia em mim, mas afirma me amar. Que tipo de amor é esse?!” ela rebateu.
“O tipo de amor que te deixa insano,” foi a resposta que veio dos lábios de Calhoun e por um momento Madeline sentiu como se um fio de seu coração se rompesse, “Você não esteve com o homem, nem uma única vez tanto quanto esteve comigo e prefere escolher ele em vez de mim.”
“Isso é porque ele não me aprisionaria ou forçaria. O que eu disse sobre o amor ser libertador?” perguntou Madeline, e ela finalmente deu um passo atrás dele, “Mesmo quando você segura a areia mais firme, ela escapa pelos seus dedos.”
“Você não é areia, Madeline,” ele revirou os olhos, “São um monte de palavras tolas que as pessoas acham que usam para que possam se safar em situações como estas. Ele era um completo idiota. O que te fez gostar dele?” perguntou Calhoun e Madeline não ficou feliz em ouvir Calhoun chamando James de idiota.
“Ele não é um idiota.”
“Não? Eu estava me perguntando quem estava cavando a própria cova enquanto falava. Ele ou você?” Calhoun levantou as sobrancelhas para ela, e Madeline não pôde negar. Porque era verdade que James havia falado bravamente na frente do Rei como se tivesse suas vantagens quando na verdade, tudo o que ele era, era um alfaiate, “Você concorda,” riu Calhoun.
Madeline franziu a testa, “Eu não disse nada para concordar.”
“Seu silêncio disse tudo o que eu não precisava esperar pelas suas palavras,” Calhoun disse, seus olhos captando a expressão da garota que parecia chateada naquele momento, “O que mais vocês fizeram ontem sem eu saber?” ele perguntou, e os olhos de Madeline se arregalaram.
“Nós apenas conversamos!”
“Sobre o que vocês falaram?” veio a pergunta de Calhoun, “Ele mencionou a carta para você, mas você não se deu ao trabalho de o corrigir? Que conveniente,” ele murmurou, seus olhos vermelhos escuros continuaram a encarar ela.
Ela desejou poder voltar no tempo, só para nunca ter ido ao baile. Se pudesse, mentiria para sua família sobre estar doente e ficaria em casa. Assim, o Rei nunca a teria visto, mas a triste verdade era que isso não era possível agora, e ela estava presa ali. O homem lhe dava calafrios.
“Você merece algo muito melhor, minha doce menina. Ser mais do que a esposa de um alfaiate,” afirmou Calhoun, andando em sua direção, mas ele não parou na sua frente. Em vez disso, caminhou mais além para ficar atrás dela e então se virar, “Você merecia ser coberta com as coisas mais finas deste mundo. Ele nem sequer conseguiu se manter firme, mas então eu teria gostado de vê-lo morrer se ele me acusasse de algo mais.”
“Você estava ameaçando ele…” Madeline sussurrou.
“Eu estava?” vieram as palavras pensativas de Calhoun, “Eu não acho que disse alguma coisa que lhe causaria algum mal. Se tivesse causado, os guardas o teriam arrastado para fora do tribunal. Você deveria ser grata por isso.”
“Você sabe, o que vai acontecer agora?” perguntou Calhoun que se inclinou em direção ao lado de sua cabeça para falar, “James vai pensar que você de fato gosta de mim e é por isso que você disse não. Se ele for tão inteligente quanto você pensa, ele saberá que as ligas que eu ordenei que ele fizesse não eram para Sophie, mas para você. Para suas lindas coxas brancas como leite.” As palavras sussurradas em seu ouvido a fizeram estremecer.
“Você é um homem cruel.”
Os lábios de Calhoun se torceram num sorriso quando ele ouviu Madeline dizer essas palavras, “Eu nunca disse que não era.”
A admissão do Rei só fez Madeline se preocupar mais e ser cautelosa com ele. Alguém que era ousado o suficiente para aceitar uma qualidade negativa onde ele não se importava com o que os outros pensassem. Era exatamente o tipo de pessoa que Madeline deveria ter cautela.
Ela sabia desde o momento em que descobriu que Calhoun havia convidado James para vir tirar as medidas de seus homens, que era apenas uma artimanha para que ele pudesse instigar o homem. Ela estava irritada com Calhoun por mencionar as ligas, e Deus só sabia o que James havia interpretado ou mal interpretado a partir disso. Cada palavra que Calhoun proferiu a respeito disso só tinha tornado tudo escandaloso o suficiente que ela sentia vergonha até de pensar sobre.
Ao mesmo tempo, Madeline estava grata que Calhoun não tivesse arrastado James para mostrar outra hora escandalosa que tiveram entre ele e ela – para mostrar a pintura que ele fez.
“Ele parece fraco. Encontre alguém digno de você. Alguém que te cobrirá com a atenção necessária.”
Madeline, que não conseguia manter a língua dentro da boca, disse, “Como você?”
Isso ampliou o sorriso nos lábios de Calhoun, “Bem, eu não ia dizer isso mas se você está admitindo que eu sou a melhor pessoa, como posso negar tal oportunidade?”
Madeline sabia que tinha muito a aprender, e não importava o quanto tentasse ser esperta na frente do Rei, o homem sempre a superaria em astúcia. Ele era o Rei, afinal de contas, e ela disse a si mesma para nunca subestimar o homem que carregava a coroa.
“Você não está errada com sua escolha,” ele se afastou dela e Madeline virou a cabeça na direção onde podia vê-lo, “Imagine se você se tornasse a esposa do alfaiate. Você o veria apenas durante suas horas livres enquanto ele teria que fazer malabarismos para sobreviver. Eu ouvi falar como lojas podem ser roubadas ou saqueadas até a destruição.” Havia um aviso sutil em sua voz, “Seria muito difícil para você, sozinha em casa, esperando por ele.”
“Eu trabalharia com ele então,” disse Madeline e Calhoun sorriu, sabendo bem que isso viria. Por mais quieta que a garota parecesse ser, ela não era exatamente a tranquila.