831: 12 horas cada – Parte 3 831: 12 horas cada – Parte 3 Raphael disse, “No caso de Elizabeth, ela havia sido mal orientada e havia perdido seu caminho. Você também, Calhoun, mas você mudou na presença de Madeline. Seus valores são mais humanos, ou devo dizer que os traços da sua mãe que haviam desaparecido surgiram novamente. Em algum momento, todos nós passamos por provações, e às vezes não importa onde começamos, mas apenas o final importa.”

Ele sempre manteve um olhar atento sobre Calhoun quando ele era um demônio e mesmo depois que voltou ao Céu. Ele havia notado as mudanças sutis em Calhoun enquanto alguns de seus traços continuavam a persistir.

Todos podiam mudar. A maioria dos mortais muitas vezes não investigava a fundo as coisas, ao contrário dos anjos e arcanjos no Céu, que olhavam além do caráter da pessoa.

“Nunca teria adivinhado que você era um arcanjo”, riu Calhoun, e Raphael sorriu.

“Fiquei surpreso quando voltei ao Céu, mas estou feliz que Madeline tenha conseguido voltar”, respondeu Raphael.

“Você vai ficar aqui por mais algum tempo ou terá que voltar em breve?” perguntou Calhoun.

“O equilíbrio no mundo mudou agora. Não é como antes junto com a dinâmica de demônio e anjo”, disse Raphael, “Eu acho que desta vez, vou estar aqui pelo tempo que as pessoas existirem.”

Enquanto Calhoun e Raphael colocavam a conversa em dia, cada um com as coisas que tinham para falar, Vladimir apareceu no corredor e avistou Raphael.

“Olha só quem temos aqui”, comentou Vladimir enquanto era seguido por seu servo Odin.

“Devo dizer, a aura de demônio lhe caía melhor do que esta angélica. Tenho algumas posições extras que estão esperando para ser preenchidas. Você é mais do que bem-vindo a se juntar a mim, irmãozinho.”

Calhoun deu um sorriso irônico diante do esforço do Diabo em tentar recrutar pessoas no Inferno.

“Boa noite, Vladimir. É bom vê-lo novamente”, sorriu Raphael, e Vladimir revirou os olhos. “Você foi encontrar Constance no Céu?”

“Você vai encontrar a mãe?” Os olhos de Calhoun se arregalaram em Vladimir.

“Foi um acordo entre um dos arcanjos e eu, que eles garantiriam que por um dia inteiro eu passasse tempo com ela em troca da ajuda que dei”, vieram as palavras descompromissadas de Vladimir, quando na verdade ele estava empolgado para ver sua filha. Ele havia decidido guardar o dia quando conseguisse um tempo livre de cuidar de seu bisneto, mas o pequeno o mantivera ocupado.

“Troca comigo”, disseram as palavras súbitas de Calhoun e as sobrancelhas de Vladimir se franziram ao ouvir a exigência de seu neto.

A última vez que Calhoun havia ido ao Céu para trazer Madeline de volta, ele não havia tido a chance de sequer dar uma olhada em sua mãe, que lá residia. Ele sabia que o Diabo amava muito sua mãe, mas sendo filho dela, ele também queria vê-la. Haviam muitas coisas que ele desejava fazer, mas não havia sido capaz, pois era incapaz quando ela faleceu.

Calhoun era o neto de Vladimir, mas o Diabo não estava pronto para desistir da rara e preciosa oportunidade de passar seu tempo com sua filha. Não era todo dia que ele era convidado para o Reino Celestial.

Raphael, que estava escutando eles, propôs, “Por que não dividir o dia?”

Um suspiro escapou dos lábios de Vladimir, “Certo. Você pode pegar a primeira metade e eu fico com a segunda metade.”

Os olhos de Calhoun brilharam e um sorriso surgiu em seus lábios.

Raphael tirou um cartão dourado do bolso que tinha doze horas escrito nele, “Este cartão permitirá que você passe quando quiser visitá-la. Vladimir já recebeu permissão para visitá-la uma vez, então acho que você não vai precisar de um.”

“Que empolgante que temos todos aqui. Aliás, Cal, logo você terá uma avó,” afirmou Vladimir.

“Você voltou a construir castelos no ar,” provocou Calhoun.

“Ela concordou em jantar comigo no castelo. É apenas uma questão de tempo até que ela caia pelos encantos deste Diabo,” um dos lados dos lábios de Vladimir se curvou em um sorriso.

Calhoun não tinha certeza de como encarar a árvore genealógica que estava crescendo naquele momento.

Raphael, seu amigo que já foi um demônio, tornou-se um arcanjo, que se referia ao Diabo como seu irmão perdido. Com o interesse de Raphael em Beth e o amor que estava crescendo entre eles, era apenas uma questão de tempo até ele se juntar à sua família. Então havia Helena, Chefe da Alta Casa, considerá-la como sua avó possivelmente seria a coisa mais estranha.

Calhoun havia deixado o lado dos dois homens e estava a caminho de Madeline. Chegando ao quarto, ele notou Paschar segurando a criança em seus braços enquanto estava sentado ao lado de Madeline enquanto Beth estava sentada na cadeira.

“Vocês decidiram um nome para ele?” perguntou Paschar.

“Espero que não seja nenhum dos nomes existentes que nós já conhecemos”, Vladimir apareceu no quarto com um sibilo de fogo para que pudesse ter seu próprio tempo com seu bisneto.

Paschar se levantou antes de entregar o bebê a Madeline, apenas para ser pego por Vladimir em sua ansiedade. O arcanjo se afastou de sua filha, e logo viu Raphael chegar ao quarto. Madeline se virou para olhar para Calhoun, que sorriu para ela antes de vir sentar ao seu lado.

“Se vocês ainda não pensaram em nenhum, que tal Thomas?” disse Paschar.

“Se estamos propondo nomes, então eu gostaria de Beezlebee,” entoou Vladimir.

“Meu neto não vai ter um nome de demônio,” Paschar estreitou os olhos.

Vladimir bufou, “E meu bisneto não vai ter um nome comum.”

Beth, que estava quietamente de pé no quarto, não pôde evitar de rir, disfarçando-o como uma tosse ao ver os dois mais velhos se encarando. Todos estavam divertidos, assistindo Paschar e Vladimir disputarem para fazer parte do bebê.

“Na verdade, Madeline e eu decidimos um nome,” disse Calhoun para que o Arcanjo e o Diabo não briguem pelos nomes. Ele passou o braço ao redor do ombro de Madeline e a fez se recostar nele. “É Morven. Morven Hawthrone.”

“Estranhamente, o nome me lembra de aranhas. Por que será,” murmurou Vladimir. Ele então olhou para baixo para o bebê que segurava em sua mão. “Pequeno Morven.”