823: Conserto – Parte 1 823: Conserto – Parte 1 Recomendação Musical: Giverny- Remo Anzovino
.

“Vamos, leve você para seu quarto,” disse Madeline, colocando a mão nas costas de Beth.

Beth assentiu com as palavras da irmã, seguindo os guardas que haviam pegado sua bagagem na carruagem e que acabaram de passar por onde elas estavam. “Como você tem estado, Maddie?” ela perguntou à sua irmã.

“Absolutamente maravilhosa,” sorriu sua irmã. “Estamos todos felizes que o bebê logo vai nascer. Me conte, como foi sua viagem?”

“Foi bastante boa. A distância pareceu menor por causa da emoção de querer ver todos vocês. Onde estão mãe e pai?” ela perguntou.

“A última vez que os vi foi com um dos ministros que estava fazendo-lhes companhia. Mãe tem esperado ansiosamente por sua chegada, ela ficará muito feliz em ver você, Beth,” respondeu Madeline, colocando uma mão sobre seu ventre enquanto andava devagar com cuidado.

“Você precisa descansar os pés? Não precisa vir comigo, Maddie,” disse Beth, um pouco preocupada ao ver sua irmã, que parecia cansada.

Madeline acenou com a mão para Beth, “Estou perfeitamente bem. Você não precisa se preocupar comigo, Vlad e mãe disseram que pode ser desconfortável, mas não há nada com que se preocupar.”

“Vlad está aqui?” questionou Beth, e Madeline assentiu com a cabeça.

“Ele está. Ele tem ido e voltado do castelo. Até ficou por perto quando o médico veio verificar minha condição,” ela sorriu com o pensamento. “Cal já está sempre me lembrando para eu não fazer isso ou aquilo, para piorar tenho o Diabo vigiando cada passo meu.”

Beth riu, ouvindo isso, “Fico feliz em saber que você está sendo bem cuidada. Eu não tenho nada com que me preocupar então-”
“Não!” Madeline parou de andar, “Eu queria que você estivesse aqui. Ter pessoas por perto, cada um desempenha um papel diferente, Beth. Calhoun é meu marido, Vladimir é o avô, mas você, você é a irmã com quem eu cresci.” Ela segurou as mãos de Beth, “Você é importante para mim e não se esqueça disso.”

“Eu nunca faria isso,” Beth sorriu com as palavras da irmã.

“Se você não está muito cansada, vamos dar uma caminhada,” sugeriu Madeline, puxando Beth para o jardim.

Chegando ao jardim, elas sentaram em um dos bancos enquanto Beth viu Madeline esticar os pés para frente.

“Onde estão os outros?” perguntou Beth.

“A tia Monique escreveu para Calhoun que ela está voltando para Devon enquanto estava na Terra do Oeste. Lucy e Teodoro estarão aqui em breve,” respondeu Madeline, observando Beth com carinho. Ela estava vendo sua irmã após muitos meses, e era bom tê-la aqui.

“Eu consigo ouvir o coração do bebê crescendo,” afirmou Beth.

“Você não me contou como você tem estado,” lembrou Madeline, e Beth sorriu.

“As pessoas de Warrings são, em geral, um pouco mais rudes comparadas às pessoas das outras terras, por causa de como são tratadas pelos forasteiros e pelo que são. Eu decidi manter minhas habilidades de lobisomem,” disse Beth e Madeline assentiu com a cabeça. “Eu conheci James lá.”

Embora tivessem compartilhado muitas cartas entre si nesses meses, Beth não havia mencionado James uma única vez, e ela duvidava que Calhoun soubesse que ele estava lá.

Ouvindo isso, os olhos de Madeline se arregalaram. Por um segundo, ela ficou quieta antes de perguntar, “Como ele está por lá?”

“Muito melhor. Quando eu o encontrei, ele já estava no controle de seu lado lobisomem, ele foi muito útil,” disse Beth para Madeline.

“Entendo, isso é bom de ouvir,” sussurrou Madeline, sentindo-se um pouco responsável pela maneira como a vida dele havia mudado.

Beth então disse, “Você não precisa se preocupar com ele, Maddie. Já se passaram muitos meses, e pelo que vi, ele deixou tudo no passado. Eu estava com ele, treinando.”

“Definitivamente devemos enviar uma palavra de gratidão então,” sorriu Madeline. “Parece que faz tanto tempo desde que todas essas coisas aconteceram. Todos nós mudamos tanto, não mudamos?”

Beth não poderia concordar mais, “Mudamos. Aliás, havia algo que eu queria te perguntar.”

“O que é?” Madeline pediu para Beth continuar.

“Você ouviu algo dos arcanjos? Quer dizer, além do padre Gabriel.”

Madeline franziu os lábios antes de balançar a cabeça, “Gabriel não compartilha nenhuma informação, e não houve nenhuma palavra de Paschar. Você foi encontrar com Raphael?” Era porque Calhoun tinha sugerido que Beth visitasse o cemitério.

“Mm,” Beth assentiu com a cabeça.

“Parece que eles ainda estão sofrendo a punição por quebrar as regras do Céu. Alguns meses atrás, Vlad me disse que se eu rezasse de todo o coração, meu desejo chegaria ao Céu e eles seriam capazes de ouvir meus pensamentos. E embora eu tenha feito isso, não soube de nada disso de Gabriel porque ele se comporta como se não soubesse de nada.”

“Você tem certeza que vai funcionar?” perguntou Beth, colocando ambos os braços na borda do banco e se inclinando para trás.

“Vlad disse que funcionaria e que é possível que Paschar volte no momento em que o bebê chegar a este mundo. Como ele era um ex-anjo, só podemos confiar em sua informação. Eu mencionei isso para Gabriel, mas ele não faz nada além de sorrir. É difícil saber se funcionou ou não. Mas vale a pena tentar, certo?”

Beth refletiu sobre o que Madeline disse. Um desejo que o Céu poderia conceder se a oração fosse verdadeira, mas não era como se ela não tivesse desejado coisas no passado. Quando se tratava de sorte, a dela era pior que a dos outros, e ela havia aprendido que, se quisesse algo, teria que trabalhar duro para conseguir.

“Tenho certeza de que Paschar estará aqui para conhecer você e o bebê. Eu duvido que os arcanjos negariam um pedido desses,” sorriu Beth.

Depois de conversarem e colocarem os assuntos em dia, coisas que não haviam escrito nas cartas, ambas se levantaram e voltaram para dentro do castelo.