811: O território do lobo – Parte 1 811: O território do lobo – Parte 1 Recomendação Musical: Drive to Parkersburg – Marcelo Zarvos
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Uma jovem carregava uma cesta em seus braços cheia de alguns dos legumes que ela havia trazido do mercado principal da vila. Era para que pudesse ser vendido às pessoas que moravam nos arredores da vila e perto da floresta.

Seu rosto tinha um pouco de sujeira que tonificava seu belo rosto, mas seus marcantes olhos verdes eram suficientes para chamar a atenção de alguém.

Elizabeth Harris seguia pelo caminho silencioso, um caminho que ela estava tentando se familiarizar. Antes que pudesse chegar ao lugar onde havia buscado abrigo recentemente, ela se deparou com dois homens que caminhavam em sua direção do sentido oposto.

“Milady! Por que não nos permite ajudá-la com isso!” veio a voz de um dos homens que Beth não conhecia. Pela aparência, ambos eram humanos. Sendo nova nesta parte da terra, havia apenas duas pessoas que ela conhecia, e ela ainda tinha que conhecer o Rei Warring, pois ele havia estado fora da terra.

Os homens não usavam as roupas habituais da vila, mas roupas que normalmente pertenciam a uma família de alta posição. Beth havia encontrado muitos homens assim antes para saber que tipo esses dois eram — decidindo ignorá-los e passar por eles sem prestar atenção.

“Para onde você pensa que está indo, senhorita?” perguntou o outro homem, segurando o braço de Beth para impedi-la de caminhar mais.

“Solte meu braço!” Beth advertiu o homem, mas a pessoa não a ouviu e, em vez disso, veio ficar bem na frente dela.

Ela pôde sentir suas mãos tremerem, e não era por medo de si mesma, mas pelos outros dois perto dela. Desde que fora mordida por um lobisomem, ela havia notado as mudanças sutis em seus humores, uma delas sendo a raiva que corria pelas suas veias onde ela queria machucar a outra pessoa.

Morando em Devon, ela havia entendido que sua situação não melhoraria a não ser que ela fosse procurar uma solução. Ela precisava de orientação sobre como controlar os impulsos animalescos que vinham dentro dela.

“Você não ouviu o que eu disse?” seus olhos verdes escureceram em ameaça.

Os dois homens riram de suas palavras, “Você deve ser realmente nova neste lugar porque nunca a vimos aqui. Qual é o seu nome?” perguntou o homem que havia falado com ela primeiro.

“Não tenho tempo para sentar e conversar. Se você pudesse soltar minha mão, eu seguiria meu caminho,” Beth tentou puxar sua mão do aperto dele, mas a mão do homem apertou ainda mais.

“Por que você não nos diz seu nome, a não ser que você seja uma lobisomem fugitiva,” o outro homem comentou, se aproximando dela e cheirando o ar ao redor dela. “Ela não cheira como uma loba fugitiva. Você tem tanta sujeira no rosto, deixe-nos ajudá-la a lavar.”

“Eu tenho mãos para limpá-lo,” Beth lançou um olhar fulminante, seus dedos começaram a se encurvar lentamente. “Vocês vão se arrepender muito se não recuarem agora.”

“O que você vai fazer? Só porque viemos aqui para falar com você, você está nos mostrando essa atitude,” e o homem bate a mão em sua cabeça como se a estivesse repreendendo. Ele a empurrou duas vezes. “O que você vai fazer?” e ele riu.

“Ela não parece ser daqui, parece?” riu o outro homem e no momento em que sua mão se aproximou do peito de Beth, ao mesmo tempo, suas unhas cresceram transformando-se em garras, e seus dentes ficaram selvagens em defesa para proteger-se.

Consumida pelos instintos animalescos, Beth não percebeu o que aconteceu até ouvir um dos homens gritar de dor enquanto estava no chão. O homem se afastou com a mão no peito, e não um segundo depois, sangue começou a escorrer enquanto Beth usava suas garras contra ele.

“O que você fez?!” perguntou o outro homem em choque, que veio direto para ela, mas Beth o empurrou contra a árvore fazendo-o bater e cair no chão.

Enquanto seus sentidos retornavam um pouco, Beth olhou para eles horrorizada. Ela não tinha certeza do que fazer com um homem sangrando! Ela tinha machucado alguém!

“Elizabeth?” Ela ouviu alguém chamá-la, mas seus olhos estavam fixados no homem que havia ferido.

“Eu machuquei uma pessoa,” ela sussurrou sob seu fôlego. “Eu matei alguém.”

O vislumbre de sangue desencadeou uma memória dela, a neve cobrindo tudo ao redor do chão e a pessoa em seus braços, que continuava a sangrar até a morte onde ela havia sido incapaz de fazer algo. Quanto mais a memória continuava a se repetir em sua mente, pior ficava com o tempo. Agora, uma mão estava coberta de sangue.

Alguns passos foram ouvidos junto com vozes.

“O que vamos fazer com esses dois?” perguntou alguém.

“Mande alguém cuidar deles e enviá-los de volta para casa,” ordenou o homem encarregado da área. “E quem é essa? Eu pensei que essa área tivesse sido liberada de lobos fugitivos,” a voz era áspera.

“Alpha, esta é Elizabeth Harris. Ela é de Devon,” disse a pessoa que havia identificado Beth.

“Tragam-na para a masmorra imediatamente!”

Até o momento em que Beth recuperou completamente a consciência da situação, ela havia sido arrastada para a masmorra da vila e colocada atrás das grades.

Ela se encontrou na masmorra mal iluminada, e rapidamente se moveu em direção às grades, “Tem alguém aí?!” ela chamou, preocupada.

Ouvindo passos se aproximarem da cela em que ela estava presa, seus olhos se arregalaram ao ver a pessoa, “Sr. Heathcliff?” Vendo um rosto familiar, ela se sentiu aliviada. Era James Heathcliff.

“Boa noite, Lady Elizabeth,” James fez uma reverência com a cabeça em cumprimento enquanto estava do outro lado.