792: Do outro lado da porta – Parte 3 792: Do outro lado da porta – Parte 3 No período da noite, Madeline visitou o quarto da Lucy para ajudar a vampiresa. Agora sentada na cama, ela girava a fita para a esquerda e para a direita de vez em quando no cabelo preto de Lucy.

“Isso vai funcionar?” perguntou Lucy, com surpresa evidente em sua voz. “Eu nunca soube que podia enrolar meu cabelo fazendo isso.”

Madeline assentiu com a cabeça, “Funciona. Beth e eu costumávamos usar esse truque à noite e funcionava maravilhas pela manhã. Nós costumávamos frequentar algumas das soiress locais juntas.”

“Deve ter sido divertido, não é?” disse Lucy, imaginando como era bela a vida de uma família de classe média. “Obrigada por vir aqui me ajudar, Madeline. Eu realmente aprecio sua ajuda. Sou grata.”

“Somos irmãs agora. Coisas assim não precisam ser agradecidas entre nós,” Madeline transmitiu seus pensamentos. “Estou mais do que feliz em ajudar e fazer parte deste momento.”

Lucy sorriu com as palavras gentis de Madeline. Ela ficou lá sem mover a cabeça para que Madeline pudesse amarrar o resto de seu cabelo com fitas. Uma vez feito, Madeline lhe desejou boa noite e bom descanso, pois amanhã seria um dia importante.

Ela se deitou na cama com o cabelo amarrado com fitas de cor pêssego, seus olhos fixos no teto enquanto a excitação borbulhava em seu peito. E embora tentasse dormir, ela não conseguia porque estava ansiosa por este dia há muito tempo.

Os minutos passavam, e Lucy percebeu que não conseguia dormir. Ela saiu da cama, caminhando em direção ao espelho e imaginando-se no vestido de casamento, embora ainda faltasse muito tempo para usá-lo. Ela sorriu para si mesma, o quarto se tornando colorido aos seus olhos e uma peça de piano tocando ao fundo de sua mente, que era tranquila.

O momento atual a fez lembrar do dia que ocorreu duas décadas atrás. Ela tinha ficado no pátio, esperando por ele aparecer, esperando que ele viesse dizer que estava apenas brincando e que a queria. Se alguém tivesse olhado bem para ela no dia seguinte, teriam notado que ela não dormiu a noite inteira porque tinha esperado por Teodoro, que nunca apareceu.

Lembrar do passado a deixou nervosa sobre o presente. Ao ouvir algo no pátio, as sobrancelhas de Lucy se franziram e ela lentamente se aproximou das portas fechadas.

“Teodoro?” ela chamou seu nome. Quando suas mãos tocaram nos puxadores da porta, ela o ouviu falar.

“Não abra.”

Então era ele, pensou Lucy para si mesma. Sua mente se acalmou.

Teodoro então falou do outro lado da porta, “Disseram que não devemos nos ver até nos encontrarmos perto do altar na igreja. Não é isso que os humanos seguem?”

Lucy soltou o puxador, mas se aproximou mais da porta, “Desde quando você começou a acreditar nos costumes dos humanos?” ela perguntou suavemente.

“Desde que me apaixonei por essa garota,” respondeu Teodoro e, ao ouvir o barulho de movimento na parte inferior da porta, Lucy só pôde acreditar que ele tinha tomado assento contra a porta.

“O que mais essa garota fez?” perguntou Lucy, seus olhos fixos na porta, e ela se sentou em frente a ela.

“Noites insones como esta. Eu pensei que você teria dormido,” disse Teodoro.

“Eu não consegui. E você? O que está fazendo aqui?” ela perguntou a ele antes de virar e encostar suas costas na mesma porta onde Teodoro estava sentado do outro lado.

“Pensei que poderia aproveitar um pouco de companhia. A sua sendo a melhor,” respondeu Teodoro, isso trouxe um sorriso aos lábios de Lucy. “Ainda faltam dez horas.”

“Dez horas e nove minutos,” disse Lucy, e ela olhou para suas mãos. “Madeline me ajudou com meu cabelo. Agora tenho fitas no cabelo.”

“Isso me deixa curioso para ver como você está agora. Que garota má você é para me tentar a essa hora,” murmurou Teodoro.

O sorriso nos lábios de Lucy se alargou, e como se lembrasse de algo, ela disse, “Eu convidei Ethan para o casamento.”

“Entendi,” murmurou Teodoro, contente que o homem tivesse encontrado alguém e não estaria em um amor não correspondido por Lucy. “Calhoun convidou Helena e Dimitri.”

Com Teodoro, que estava do outro lado da porta, Lucy se sentiu menos ansiosa sabendo que estavam juntos nisso, e logo ela adormeceu. Quando a manhã chegou, Lucy se encontrou no chão e perto da porta do pátio. Colocando sua cabeça mais perto da porta, ela se perguntou se Teodoro ainda estava lá ou se ele tinha ido embora.

Na hora certa, as portas do seu quarto se abriram, e três criadas apareceram para ajudar Lucy a se arrumar. Ao ver a senhora sentada no chão e um lado de sua cabeça apoiado na porta, uma das criadas perguntou,
“Bom dia, Lady Lucy. Está tudo bem?”

“Ah, sim,” Lucy limpou a garganta e se levantou.

Uma das criadas avançou, em direção ao outro lado do divisor de madeira para preparar um banho, enquanto outra criada trouxe seu café da manhã para comer no quarto.

Tomando duas mordidas e alguns goles de sangue do copo, Lucy entrou na banheira enquanto se certificava de que seu cabelo não entraria em contato com a água. As criadas a ajudaram a se lavar com um perfume floral que era doce de cheirar antes de secá-la e começarem a ajudá-la a vestir o vestido de casamento.

Enquanto se arrumava, Lucy olhava seu reflexo no espelho enquanto as criadas continuavam a ajustar o vestido e as camadas que o acompanhavam. O vestido de casamento podia ser antigo, mas era tudo o que ela poderia ter querido. Era simples e elegante com seu trabalho de bordado no topo, suas mangas que deixavam padrões florais e perto da bainha do vestido.