790: Do outro lado da porta – Parte 1 790: Do outro lado da porta – Parte 1 Recomendação Musical: Rhythm of the breeze – Chapavich Temnitikul
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Lucy olhou para o vestido de casamento pela décima vez em seu quarto, abrindo a porta do armário onde o vestido de casamento havia sido deixado para pendurar para amanhã. Ela tinha esperado ansiosamente pelo dia, e agora parecia que ele tinha se aproximado rapidamente.

Embora ela já tivesse se casado uma vez, olhando para os preparativos e a maneira como as pessoas corriam pelo castelo, parecia que ela iria se casar pela primeira vez. A excitação e o nervosismo permaneciam ao seu redor, envolvendo-a calorosamente.

“Lucy?” Tia Monique apareceu à sua porta, batendo antes de entrar.

“Tia Monique, boa tarde,” Lucy inclinou a cabeça para cumprimentar sua tia. “Havia algo de que precisava? Você deveria ter pedido a um dos servos para me chamar.”

A vampira mais velha deu um passo à frente, aproximando-se de sua sobrinha para olhar melhor o vestido que tinha sido alvo de sussurros e murmúrios dentro do castelo.

“É lindo, não é?” perguntou Lucy, virando novamente para olhar o vestido cuja cor de branco brilhante havia se tornado um pouco pálida por causa da idade.

Embora Madeline tivesse dito que Calhoun estava bem com ela usando isso para seu casamento e Vladimir também estava de acordo, em algum lugar, ela ainda se sentia culpada por usar algo que pertenceu à Lady Constance. Este vestido foi feito especialmente para o casamento da senhora, e ele tinha vindo parar em suas mãos.

“Parece exatamente com ela. Algo que ela usaria,” comentou Tia Monique, observando a parte superior do vestido e as mangas alongadas que eram intricadamente desenhadas.

“Você era próxima da Lady Constance, Tia Monique?” perguntou Lucy, e a mulher apertou os lábios.

“Eu não diria que éramos próximas, considerando que não passamos tempo suficiente juntas, ao contrário de Rosamund que estava aqui com ela quando ela estava no castelo. Mas ela era gentil, assim como você Lucy. Havia algo muito especial sobre ela, não tenho certeza do que era, nunca consegui descobrir, mas a mesma centelha está lá em Calhoun. Não demais, mas o suficiente para saber de quem ele é filho,” respondeu Tia Monique, e ela desviou o olhar do vestido. “Ela era uma mulher bonita. Uma vida própria.”

Lucy sorriu com as palavras de sua tia, “Às vezes eu desejava que você fosse a irmã direta do meu pai, e não a Tia Rosamund. Talvez a vida pudesse ser diferente. Poderia ter sido diferente.”

Mas isso também significaria que ela não existiria neste mundo. Era estranho desejar coisas e descobrir. Isso não funcionaria como ela gostaria.

“Eu penso sobre isso,” murmurou Tia Monique e então disse, “Não devemos nos preocupar com o passado, quando temos um futuro inteiro pela frente. Esperando por nós, especialmente por você, para andar e desfrutá-lo,” a mulher ofereceu um sorriso encorajador.

Lucy acenou com a cabeça e perguntou, “Você sabe quem vai me levar até o altar?” Ela tinha ficado um pouco tímida para perguntar abertamente.

“Sou eu,” Tia Monique sorriu para Lucy, e Lucy retribuiu o sorriso.

“Isso é maravilhoso. Eu não tinha certeza se o irmão Calhoun iria me conduzir porque Madeline é a dama de honra. Eu me pergunto se deveria ter convidado mais pessoas mas depois não as conheço bem o suficiente, tanto quanto conheço vocês,” suas palavras ficaram mais baixas no final da frase.

Lucy havia pedido a Madeline para ser sua dama de honra, e ela era a única a comparecer. Elizabeth estava em algum lugar distante no Norte, pois queria encontrar uma maneira de se curar devido à mordida de lobisomem, para não esquecer, as coisas ainda estavam por se resolver entre ela e Elizabeth. Lucy tinha falado o que pensava no passado com Elizabeth para que a garota corrigisse sua atitude com as pessoas ao seu redor, e Lucy estava feliz em ver a pessoa fazendo um esforço.

“Você sabe, Tia Monique,” começou Lucy e sua tia murmurou em questionamento, “No passado, eu costumava sonhar com meu casamento. Eu sonhava com o belo sino da igreja que soava alto o suficiente para a vila inteira vibrar com seu som, fazendo-me sentir calorosa. Eu, de vestido branco, caminhando pelo corredor carregando flores, andando em direção ao noivo, mas nesse sonho eu costumava caminhar sozinha,” ela confessou. Estranhamente ela nunca teve sua mãe ou seu pai lá, nem sua avó com ela.

“Parece que o seu sonho não se tornou realidade, querida Lucy. Estou feliz em ver que você finalmente encontrou sua felicidade,” sorriu Tia Monique antes de uma das criadas vir interrompê-las.

“Peço desculpas por interrompê-la, minha senhora,” a criada inclinou a cabeça. “Seus sapatos para o casamento chegaram e Lady Madeline pediu para informá-la sobre isso.”

“Isso é bom. Eu estava preocupada se teria que usar os mesmos sapatos,” disse a vampira mais velha. “Onde está Lady Madeline? Eu tinha que discutir algo com ela.”

“Ela está na sala de estar, minha senhora,” respondeu a criada educadamente.

Lucy notou como Tia Monique tinha cortado seu cabelo reto ainda mais curto, e ele estava inclinado de trás para a frente, deixando a frente do cabelo longa. Isso fazia com que sua tia parecesse mais jovem na aparência.

“Voltarei logo, Lucy. Certifique-se de não ir visitar o cemitério ou sair,” Tia Monique lançou um olhar pontiagudo para Lucy, fazendo-a rir. Parecia que todos estavam cientes de seu hábito de sair do castelo desde pequena.

Tia Monique deixou o quarto em que Lucy estava e se dirigiu para a sala de estar para encontrar Madeline, que estava removendo as pinturas da parede.

Madeline estava em frente à parede onde os servos estavam retirando as pinturas da parede.

“Tenham cuidado com isso,” disse Madeline a eles, e como se sentindo a presença da vampira, que estava atrás dela, ela se virou. “Lady Monique! Você encontrou seus sapatos novos no quarto?” perguntou ela.