788: Ingrediente- Parte 2 788: Ingrediente- Parte 2 Em vez de sentar-se ao lado dele, Lucy sentou em seu colo, um sorriso nos lábios e suas mãos entrelaçando-se em seus cabelos castanhos. “Só mais alguns dias antes de o dia chegar,” ela sussurrou para ele, “Ainda parece surreal.”

Ela pousou a cabeça no ombro de Teodoro, deixando-a descansar ali enquanto observava Teodoro segurar sua mão na dele, entrelaçando seus dedos juntos e o sorriso continuava em seus lábios. A última vez que ela estava prestes a se casar, suas emoções tinham sido preenchidas de raiva e dor. Ela não queria se casar com Samuel, mas fez mesmo assim, um pouco para provocar Teodoro.

Mas agora, ela estava de volta com a pessoa com quem estava apaixonada e não conseguia acreditar que se casaria com Teodoro, e todos estavam felizes com isso. Eles estavam ansiosos por isso e, pensando nisso, o coração de Lucy se sentia pleno. Seus olhos estavam ficando pesados, mas ela lutou para ficar acordada enquanto os dedos de Teodoro acalmavam sua alma.

“Eu falei com Calhoun sobre ir à cidade com você. Passamos tempo suficiente aqui e sei como você se sente em relação a este lugar. Se quiser, podemos nos mudar para a mansão e eu posso trabalhar de lá para que você possa se envolver mais com o instituto que deseja criar,” disse Teodoro para Lucy, “O que você acha disso? Lucy?”

Quando ele olhou para o rosto dela, percebeu que seus olhos haviam se fechado e ela adormecera.

Teodoro pegou Lucy em seus braços e a colocou na cama. Puxando as cobertas para cobrir seu corpo antes de se deitar ao lado dela.

Longe do Castelo de Hawthrone, onde a paz finalmente havia prevalecido e abaixo do mundo dos vivos onde o Inferno estava presente, Vladimir sentou-se em seu trono com as pernas cruzadas uma sobre a outra. Odin ficou ao lado enquanto Laurence havia sido trazido para ficar na frente do Diabo.

Laurence havia estado na cela escura onde não sabia se era dia ou noite, sem conhecer a hora e sendo torturado pelos guardas quando foi arrastado para fora de sua cela. As roupas nas quais ele havia morrido estavam rasgadas, e agora ele vestia uma roupa que muitas outras almas usavam no Inferno, os pecadores que haviam pecado.

Ele não ousou olhar para o Diabo que o observava, o que ele havia estado fazendo pelos últimos vinte minutos. Sem saber por que estava ali, ele olhou para o servo demônio, que o encarava de volta. Dois guardas estavam de um lado e do outro de Laurence, esperando que o Diabo desse uma ordem a eles.

“Podem sair,” ordenou o Diabo.

Laurence sentiu a pouca vida que ainda existia nele retornar após ouvir as palavras de Vladimir. Ele estava mais do que feliz em se manter longe do Diabo, que o olhava ameaçadoramente. Virando seu corpo, ele estava pronto para deixar a sala quando ouviu o Diabo falar.

“Aonde você pensa que está indo, Lauri?” veio a voz baixa e ameaçadora do Diabo.

O pecador virou-se, engolindo em nervosismo enquanto suas mãos se seguravam em busca de apoio, “V-você me disse para sair.”

Vladimir ergueu a mão, e Laurence recuou em medo pensando que o Diabo iria fazer algo com ele, mas em vez disso, ele apenas trouxe sua mão à frente para verificar suas unhas enquanto sentia sua nitidez.

“Os guardas podem sair,” e Vladimir estalou os dedos para que os guardas desaparecessem da sala, deixando apenas o Diabo, Odin e Laurence na vasta sala.

Laurence podia sentir o suor escorrer por seu corpo, e ele desejava poder morrer, mas então ele já estava morto.

“Você sabe, Laurence, eu vim a saber de uma notícia maravilhosa hoje. Uma notícia que eu não esperava ouvir, você sabe o que poderia ser?” perguntou Vladimir sem olhar para a pessoa que estava à sua frente enquanto continuava a verificar suas unhas.

Laurence balançou a cabeça. Se ele falasse, seria um problema, se ele não falasse, seria outro problema. Portanto, ele recorreu à linguagem de sinais.

“Como você sequer governou o reino, tudo o que eu pergunto você não tem resposta. Que homem inútil você é,” Vladimir finalmente baixou a mão, e seus olhos vermelhos escuros se moveram para olhar para Laurence. “Hoje decidi ser um homem benevolente, ser bom para você. Não só para você, mas para a sua mãe também,” ele sorriu para o homem antes de voltar a olhar para Odin.

Odin não precisou ser dito novamente, pois ele rapidamente desapareceu da sala para trazer a falecida Rainha de Devon, Morgana, para se juntar ao seu amado filho na sala.

“A notícia é tão boa, que decidi que vou devolver seu corpo e a parte de suas memórias que são tiradas quando você entra no Inferno,” Vladimir se recostou em seu trono, olhando para o homem sem valor, e ele podia ver a confusão nos olhos do bastardo. “Você não quer sentir como foi no mundo dos vivos?”

A última vez que o Diabo os arrastou, ele e sua mãe, para o mundo dos vivos, eles haviam sido humilhados a ponto de a imagem que haviam construído ao longo dos anos ser lavada na terra. Ele não sabia por que, mas sentiu que a oferta do Diabo era boa demais para ser verdade.

“E-Estou b-bem assim,” gaguejou Laurence, e Vladimir acenou com a mão.

“Percebi que deveria tratá-lo melhor,” respondeu Vladimir e, dizendo isso, estalou os dedos para que um choque elétrico escapasse de entre seus dedos e alcançasse onde Laurence estava parado.

De repente, Laurence pôde sentir o ar ao seu redor ficar mais leve, e ele pôde respirar melhor. Ele se sentiu como se estivesse vivo novamente enquanto a carne e as cicatrizes que haviam se formado em seu corpo começaram a diminuir até desaparecerem completamente.

“Como se sente? Bom, não é?” perguntou Vladimir com um sorriso nos lábios, e logo Odin voltou à sala com Morgana atrás dele. “Bem-vinda, mãe Rainha, bem, não Rainha mais. Morgana.”

Os passos da mulher estavam relutantes, pois ela não queria encontrar o Diabo novamente. Suas costas tinham cicatrizes por causa do chicote usado nela no Inferno para torturá-la.

“Você parece tão assustada. Agora, se você tivesse tido a sensibilidade de não tocar na minha filha de forma alguma e deixá-la viver, isso não teria acontecido,” Vladimir clicou a língua em desgosto e decepção. “Eu encontrei sua filha hoje. Rosamund parece que não está se saindo bem na estrada. Aparentemente, vou precisar aumentar a tortura um pouco mais.”

Diferente de Laurence, que era um simplório, Morgana decidiu jogar junto com o Diabo, pois ele governava este lugar. Ela rapidamente se ajoelhou e tocou a testa no chão.

“Por favor, me perdoe, senhor meu! Tenho me arrependido de meus atos, me perdoe pelo que fiz à sua filha! Eu não deveria ter machucado Constance no passado, e deveria ter cuidado dela. Deveria ter tratado meu neto melhor!” Morgana tentou se desculpar e ganhar simpatia do Diabo, mas não recebeu resposta de Vladimir. Ela lentamente ergueu a cabeça para ver Vladimir havia desaparecido da frente. Ele saiu da sala?

Então, de repente, a voz de Vladimir veio de trás dela, “Eu te pedi seu pedido de desculpas patético ou você me ouviu pedir um?”

Os lábios de Morgana tremiam com a pergunta de Vladimir. Ela só queria limpar seu nome para evitar mais punições, mas falou fora de vez.

“Odin, traga o caldeirão. Hoje vamos cozinhar,” declarou Vladimir com um entusiasmo no rosto.

Tanto Laurence quanto Morgana não sabiam o que Vladimir quis dizer com suas palavras, eles trocaram olhares entre si. Odin levantou as mãos e um grande caldeirão apareceu na sala, chamas de baixo fervendo o líquido dentro dele.

“Traga o ingrediente,” ordenou Vladimir.

A mando de seu mestre, Odin caminhou em direção a Laurence e pegou sua mão.