772: Coisas Simples – Parte 1 772: Coisas Simples – Parte 1 Recomendação Musical: Much loved – Rachel Portman
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Lucy olhou para Teodoro, seu corpo dormente e as emoções congeladas enquanto tentava absorver as palavras que ele lhe dissera. Não era difícil entender o que ele lhe disse, mas a maneira como ele fez e as palavras que escolheu foram o que ela precisava ouvir. Ela não sabia como reagir, ficando completamente sem palavras.

Teodoro a amava. Mesmo após todos esses anos em que ela não lhe deu nada além de frieza e palavras afiadas como facas, ele continuou a amá-la.

Seus olhos começaram a embaçar enquanto olhava para ele, e ela finalmente olhou para baixo para esconder suas lágrimas de Teodoro. Uma rápida ruga surgiu na testa de Teodoro, e ele se desculpou,
“Me desculpe. Deve ter sido muito rápido.”

Lucy balançou a cabeça, “Não,” ela sussurrou, sua voz embargada enquanto respirava fundo e olhava de volta para Teodoro.

Teodoro levou a mão ao lado do rosto dela, acariciando suavemente a pele com o polegar, “O que é? Pode me dizer qualquer coisa, Lucy. Eu nunca te julgarei por isso. Você não precisa esconder nada de mim, mesmo que isso me machuque.”

Uma lágrima escorreu do olho de Lucy, seus lábios tremendo suavemente com a imagem de Teodoro se tornando turva em sua visão.

“Por que você me ama após tudo?” ela o questionou.

As ações e palavras de Teodoro aqueceram seu coração, e ela duvidou que alguém mais fizesse isso por outra pessoa. Enquanto vivia em um mundo de alta sociedade na companhia dos Duques e Duquesas e muitas outras pessoas de alto escalão social no reino de Devon. Ela viu como as pessoas reagiam em relação às mulheres e homens que foram abandonados pelos seus parceiros ou se tornaram viúvos. Enquanto a situação com os homens era mais suportável, não era o mesmo para as mulheres, que eram duramente julgadas pela sociedade.

Lucy não passou tempo suficiente com as outras pessoas, mas com o pouco que passou fora para socializar e manter a imagem de ser a esposa do Duque Grivelle, ela aprendeu como as pessoas tratavam umas às outras.

Uma mulher em sua posição jamais seria pedida em casamento de novo, e tanto o homem quanto a mulher seriam excluídos, o que era a razão pela qual a mulher muitas vezes era deixada sozinha.

Os olhos de Teodoro se suavizaram ainda mais ao ver Lucy, que tinha lágrimas nos olhos.

“Perguntas tão simples para as quais você já tem respostas,” respondeu Teodoro, trazendo-a para perto de si e lhe deu tapinhas nas costas enquanto a abraçava. “No passado, eu te enviei para alguém e isso me doeu. Eu não quero te entregar para outra pessoa de novo. Não vejo sentido em esperar quando sabemos a coisa inevitável.”

Lucy fechou os olhos para não chorar mais, mas as lágrimas escaparam do canto dos olhos, escorrendo pela bochecha antes de cair na pele de Teodoro.

“Você tem certeza?” perguntou Lucy, sua voz pequena, e ela sentiu um nó se formar em sua garganta que dificultava a fala.

“Eu não faço coisas se não estou certo,” respondeu Teodoro, um sorriso em seus lábios enquanto continuava a abraçá-la. Ele então se afastou para poder olhá-la melhor. Ele enxugou as marcas de lágrimas de suas bochechas. “Você será minha esposa, Lucy Hawthrone. Apenas minha, enquanto eu serei apenas seu.”

Lucy assentiu com a cabeça, “Sim. Eu ficaria feliz em te ter como meu marido,” e fungou antes de chorar ainda mais.

“Vem aqui,” disse Teodoro, trazendo-a de volta para seus braços para consolá-la para que ela não chorasse mais.

Teodoro tinha esperanças de que Lucy aceitasse, e agora que ela tinha, ele não conseguia expressar quão feliz estava naquele momento. Parecia que o ar fresco tinha começado a circular ao seu redor e sua respiração ficou mais leve a cada inspiração. Ele não queria nada mais do que ter Lucy ao seu lado, viver a vida com ela, ao lado dela e criar uma família que ela não teve a sorte de ter antes.

Ele a amava com tudo que tinha, e daria a ela tudo que ela merecia. Essa era a mulher que era a pessoa mais importante em sua vida.

Já fazia muito tempo desde que um de seus propósitos foi cumprido, quando ele esteve ao lado de Calhoun, e ele fez até agora. Mas agora era hora de ter Lucy e nunca mais deixá-la ir.

“Me diga como você queria se casar da primeira vez e eu farei com que aconteça desta forma desta vez,” disse Teodoro enquanto gentilmente acariciava a parte de trás da cabeça dela.

Lucy finalmente se acalmou após seu colapso emocional, e ela balançou a cabeça.

“Não me importo com nada. Qualquer coisa com você seria perfeita,” ela respondeu. Coisas como celebrações extravagantes convidando outras pessoas de alto status, decorações caras ou comida luxuosa não importavam para ela. A única coisa que importava seria ele, e era por isso que ela não se importava com os detalhes que ele escolhesse. “O que você achar que está bom.”

“Que futura esposa adorável eu vou ter,” elogiou Teodoro e Lucy sentiu seu coração palpitar com suas palavras.

Esposa.

Futura esposa, mas ainda continha a palavra esposa, pensou Lucy em sua mente. Um rubor tomou conta de suas bochechas com a ideia de ser a esposa de Teodoro. Ela se lembrou de como nos dias antigos queria ser sua esposa, e finalmente, ela teve a oportunidade de ser.

Houve dias em que ela escreveu o nome dele várias vezes no pergaminho, mas, incapaz de deixá-lo exposto, teve que tristemente queimá-lo na lareira para que sua mãe ou sua governanta não descobrissem seus sentimentos pelo guarda que trabalhava para seu irmão.

“Qualquer coisa que eu queira?” repetiu Teodoro, entoando no final, e disse, “Estava pensando, que tal termos uma celebração seguida de uma soirée depois do casamento. Nunca tive uma celebração que foi mantida só para mim, na minha conta. Bebidas requintadas e comida que todos elogiarão o quão deliciosa é. Eu com minhas roupas de noivo e você com seu vestido branco para que as pessoas saibam o quão bela noiva você é. Podemos possivelmente escolher uma mansão emprestada de Calhoun. O que você acha disso? Uma grande celebração de casamento para nós.”

Lucy sorriu para ele, assentindo com a cabeça, “Isso soa bem.”

Os olhos de Teodoro se estreitaram sutilmente nela, e ele puxou sua bochecha, “É isso que você realmente quer?” ele perguntou. Ele se inclinou para morder um lado de sua bochecha, fazendo-a soltar um gritinho.

“O que eu fiz?” ela perguntou, seus olhos arregalados e a borda de seus olhos que ainda estavam ligeiramente vermelhos. “Você disse que queria.”

“Sua idiota,” repreendeu Teodoro, suas palavras não sendo duras com ela. Ele disse, “Eu sei que você não quer essas coisas. Há quanto tempo você acha que eu te conheço?”

“Você não deveria ter listado essas coisas se não queria,” ela respondeu, voltando ao seu humor habitual. “Eu só queria ver você feliz.”