A Obsessão da Coroa - Capítulo 60
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60: Jaula e algemas – Parte 2 60: Jaula e algemas – Parte 2 A masmorra do castelo foi construída subterrânea, longe dos principais aposentos do Rei. Havia muitas celas que eram usadas para prender homens, mulheres e crianças, independentemente de suas idades. Era feita de rochas e pedras negras, tornando todo o lugar escuro se não fosse pelas lanternas que eram ocasionalmente acesas quando os guardas ou os outros homens que trabalhavam para o Rei apareciam por seu comando.
Agora um homem estava preso na jaula. O mesmo servo que havia sido pego com o pequeno frasco que foi encontrado e chegou ao conhecimento de Teodoro. A jaula não era grande, mas pequena, tendo hastes de metal voltadas para dentro onde ele havia sido empurrado antes de ser trancado. O outro lado da jaula estava enferrujado com o tempo e a quantidade de cativos que mantiveram ali, e as hastes finas se forçavam contra suas pernas, mãos e rosto, rasgando a pele que inicialmente deixou o homem gritando, que agora não ousava se mexer.
Passos ao longe ecoavam na masmorra, sombras apareciam na parede, mas o homem preso não tinha energia para olhar quem estava ali. Ele era um humano que havia perdido muito sangue com as hastes finas perfurando sua pele. As lanternas agora queimavam por si mesmas para iluminar a masmorra.
“Ele parece estar em melhor condição do que eu esperava,” disse o Rei Calhoun, caminhando em direção à jaula que pendia com correntes de ferro do teto. Seus calmos olhos vermelhos avaliavam a condição do homem.
“Foi uma das criadas da cozinha que o pegou com o frasco. Ela veio me informar sobre isso imediatamente, e os guardas o trouxeram até aqui,” respondeu Teodoro, “Eu o interroguei, mas ele não fez nada além de negar.”
Calhoun deu um passo à frente para que pudesse olhar de perto o rosto ensanguentado do homem. Ele notou o servo abrindo os olhos, olhando para ele antes de baixá-los, “Se você não falar por quem está trabalhando, você vai acabar na ponte de Blair como muitos outros homens e mulheres que causaram traição ao Rei.”
O servo tentou mexer a boca, mas uma das hastes de ferro havia se enroscado em sua bochecha, o que dificultava sua fala. Vendo isso, Calhoun olhou para Teodoro, que baixou a cabeça, e ao se aproximar, começou a girar os parafusos de fora da jaula, que começaram a sair dos lados do rosto do homem, fazendo-o gritar de dor. O sangue cobriu o metal que foi retirado do rosto do servo.
“Eu-Eu não fiz isso. Eu nunca trairia meu Rei, você é o o-único homem a quem sirvo,” falou o servo, reunindo energia suficiente para falar com o Rei.
“Não minta quando ainda está sendo tratado bem aqui dentro,” afirmou Calhoun, do lugar onde estava, “Quem ordenou que você me envenenasse?”
“Eu juro pelos c-ceús. Não foi m-mim,” o homem respondeu.
Calhoun exalou e perguntou, “Qual é o seu nome?”
“O-Oswyn Hanson,” respondeu o servo sem demora à pergunta do Rei.
“Oswyn, há dois caminhos a seguir. Um, você me diz por quem está trabalhando e se foi você quem tomou a iniciativa de me envenenar. Dois, continua a negar e apodrecerá aqui nessa masmorra por alguns dias antes de ser executado na frente da sua família, se tiver uma,” Calhoun inclinou a cabeça para o lado e perguntou, “Então o que você decide?”
Os olhos do homem se arregalaram de medo, “Eu não sei como aquele frasco veio parar comigo-”
“Parece que o frasco tem pernas próprias, que o fizeram chegar ao seu bolso. Não é?” perguntou Calhoun ao ver o homem negar com a cabeça enquanto se contorcia de dor, “Você chegou a adicionar o conteúdo na comida.”
“Eu-Eu não fiz isso, meu senhor! Eu nunca pensaria em te machucar,” o servo o implorou.
“Por quê não?” perguntou Calhoun, e isso chamou a atenção tanto do homem quanto de Teodoro. O servo parecia confuso, e Calhoun continuou, “Por que você não pensou em me matar? É difícil acreditar que todos amem o Rei, que é uma criatura noturna, que deixou corpos pelo chão. Tenho certeza que houve momentos em que até meu próprio braço direito, Teodoro, teve pensamentos a respeito,” brincou Calhoun.
Os olhos de Teodoro se voltaram para Calhoun com as palavras pronunciadas, mas ele não falou nada a respeito.
“Eu estava trabalhando na cozinha como qualquer outro dia, ontem. Fazendo meu próprio trabalho e quando entrei na cozinha, senti algo pesado no meu bolso. Foi então que o encontrei. Eu não fiz isso! Por favor, acredite em mim, meu senhor!” o homem servo continuou a implorar.
Calhoun encarou o homem, olhando nos olhos dele enquanto avaliava a dilatação de suas pupilas e o batimento cardíaco no peito, “Teodoro,” chamou Calhoun e por um momento o servo pensou que ia ser solto, mas em vez disso, o Rei disse, “Faça a ordem circular entre os outros ministros e prepare a execução para Oswyn. O decreto da punição deve ser por cometer traição contra o Rei ao tentar envenenar a comida. Certifique-se de que ele seja colocado no cadafalso no centro da vila de onde ele vem, para que as pessoas saibam para não criar outra traição contra seu amado Rei.”
“N-não!” o homem gritou em desespero, “Eu trabalhei durante anos no castelo. Por favor, não faça isso comigo. Eu não fiz isso!”
Calhoun não o escutou e, em vez disso, virou-se para Teodoro e disse, “Mude-o para a cela solitária. Você pode então preparar os papéis para os ministros.”
Teodoro tinha uma expressão de surpresa com a menção da sala solitária, mas ele atendeu, “Sim, meu senhor,” ele baixou a cabeça.
O homem servo continuou a gritar e chorar, mas Calhoun já havia deixado o local.