A Obsessão da Coroa - Capítulo 159
- Home
- A Obsessão da Coroa
- Capítulo 159 - 159 Configuração com outro - Parte 2 159 Configuração com
159: Configuração com outro – Parte 2 159: Configuração com outro – Parte 2 Quando Madeline chegou ao quarto onde estava o Rei, Teodoro se despediu imediatamente, de modo que apenas Calhoun e Madeline ficaram na sala. Calhoun estava de costas para ela, em pé diante da alta janela que estava adornada com cortinas cor de vinho nas laterais, amarradas de modo a permitir ver o mundo lá fora.
Madeline percebeu que o quarto era grande e os móveis ocupavam menos espaço. Ela nunca havia estado nesse quarto antes. Havia tantos quartos no castelo que ela nem sequer havia visto metade deles.
“Como foi seu dia?” perguntou Calhoun, que ainda estava de costas.
“Foi okay,” ela respondeu, e ele finalmente se virou, seus olhos encontrando os dela.
“Apenas okay? Talvez você estivesse sentindo minha falta e por isso não foi fantástico?” ele perguntou, erguendo uma sobrancelha para ela.
Madeline observou o modo como Calhoun caminhava em sua direção, cada passo dele lento em sua direção, “Como foi seu dia?” ela perguntou, não querendo lhe dar a oportunidade de provocá-la. Calhoun ficou satisfeito com a pergunta dela, porque Madeline nunca lhe perguntava nada exceto pela liberdade dela, mas havia parado de falar sobre isso desde o dia em que haviam visitado a floresta.
“Senti sua falta,” respondeu Calhoun, pegando a mão dela quando parou diante dela. Com seus olhos vermelhos ainda nos dela, ele beijou o dorso de sua mão, seus lábios demorando na pele dela que deixou uma queimadura, enquanto também enviava um choque pelo corpo dela.
Seus lábios não estavam nos dela e ele não tinha provocado com suas palavras, mas Madeline se lembrou do tempo quando esses mesmos lábios estavam nos dela. Beijando-a enquanto se moviam – ela respirou fundo e trouxe seus pensamentos de volta ao presente onde estavam.
“Posso ver que estou ocupando seus pensamentos. Vejo isso em seus olhos,” um sorriso surgiu em seus lábios antes dele soltar a mão dela.
Madeline não comentou sobre isso, e o sorriso nos lábios de Calhoun se alargou, “Tinha algo para me perguntar?” ele a tinha convocado, e ela só conseguia pensar se havia algo sobre o qual ela deveria ficar preocupada.
“Queria perguntar como estão seus delicados tornozelos,” dizendo isso, os olhos de Calhoun desviaram do olhar dela para seu pescoço, que então desceram para seu peito e cintura antes de caírem na barra do vestido dela.
Madeline respondeu rapidamente, “Está ótimo. Bom como de um cavalo.”
“Que bom,” Calhoun tinha um olhar de satisfação no rosto, e quando percebeu sua expressão de contrariedade, ele inclinou a cabeça para o lado, “Você está chateada que não estarei massageando seus tornozelos? Podemos fazer isso mesmo que seus tornozelos não estejam doendo,” ele ofereceu, e ela balançou a cabeça, “Vamos dar uma volta no jardim. Estava pensando em tomar um pouco de ar e com qual melhor pessoa para caminhar no fim da tarde?”
Ela não recusou, em vez disso, entrou na brincadeira. Ela tinha que aprender rápido se estivesse tentando acompanhar o Rei. Quanto mais ela negasse, mais ele ficava encantado por ela. O céu havia tomado uma tonalidade laranja com matizes de tinta, e ela caminhou ao lado de Calhoun em silêncio. Calhoun parecia não querer falar, o que lhe deu mais tempo para conversar consigo mesma em sua mente, que ia em círculos.
“Há quanto tempo você vive sozinho no castelo?” perguntou Madeline.
“Sem a família ou com a família?” Calhoun atirou outra pergunta nela.
“Sem a família,” ela esclareceu. Ela estava curiosa sobre o passado do Rei, especialmente depois que ele tinha inventado uma história apenas para desmenti-la. Isso a fazia questionar se o que ele tinha falado era verdade ou se era algo pior.
“Quase duas décadas,” Calhoun respondeu com um sorriso nos lábios, feliz por ver Madeline perguntando sobre ele.
“Não é solitário?”
Madeline não saberia, como ela teria vivido nesse enorme castelo sem ter ninguém para si, “E você?” ela ouviu Calhoun lhe perguntar.
Ela beliscou os lábios diante de sua pergunta sobre se ela estava se sentindo solitária, “Importaria se eu dissesse que estou me sentindo solitária?” ela perguntou a ele.
“Inicialmente, todo mundo sente solidão, por causa das novas pessoas e do novo lugar. Você se sente estrangeiro no início, mas depois começa a se familiarizar,” ele respondeu, “Eu não acho que já tenha me sentido solitário. Nunca senti que havia necessidade de sentir tal emoção. Sempre fui uma pessoa autossuficiente, Madeline. Eu cresci assim.”
Ele estava falando sobre isso depois que seus pais faleceram?
Os olhos de Calhoun se moveram para o canto para dar uma olhada em Madeline, que parecia estar em um pensamento profundo. Ontem, ele havia pedido paciência a ela, pois ela estava bêbada, mas ela parecia estar de volta ao normal, “Sabe…” ele se alongou, captando sua atenção antes de dizer, “Tenho uma sala de bebidas. Se você algum dia sentir vontade de beber, podemos sempre fazer uma viagem até lá.”
“Não quero beber vinho,” respondeu Madeline, suas mãos torcendo a longa corrente de contas que passava pelo peito dela.
“Aww, vou sentir falta da pessoa desajeitada,” ele a provocou, “Que pena. Pensei que poderíamos beber e desabafar um com o outro.” Madeline não sabia como reverter o que aconteceu, mas seu instinto disse para deixar pra lá sem mencionar na frente dele. Ela sentiu os olhos de Calhoun sobre ela, mas não virou para encontrar seu olhar. O sangue começou a subir pelo seu pescoço, fazendo caminho até seu rosto por causa do olhar incessante da pessoa ao lado dela.
Quando Madeline não virou para olhar para ele, ele não pôde deixar de decidir enganar a garota.
Com um pequeno estalo dos dedos, algo apareceu perto dos pés de Madeline para fazê-la tropeçar, e Calhoun a pegou em seus braços. Ele duvidava que conseguiria continuar se segurando porque parecia que um relógio estava contando o tempo para o seu fim, que estava próximo. Madeline parecia ainda mais linda sob o luar.
“Obrigada,” murmurou Madeline, franzindo as sobrancelhas e se virando para ver o que ela tinha perdido, mas não havia nada.
“Tropeçando no ar,” riu Calhoun e assim que Madeline se endireitou, ele moveu a mão gentilmente para longe da cintura dela, “Estou encantado esta noite.”
“Por quê?” vieram as cautelosas palavras de Madeline.
Calhoun inclinou a cabeça para o lado, “Você está dizendo que eu não deveria?”
“Não! Não foi isso que eu quis dizer,” respondeu Madeline, que passou a duvidar se havia algo bom para outras pessoas quando o Rei estava feliz. Era algo preocupante.
Ela o ouviu cantarolar e depois falar, “Alguém que conheço vai se casar. Um casamento por amor com a aprovação dos pais. Não acha que é uma notícia fantástica? Raramente os pais aprovam essas coisas.”
Madeline assentiu com a cabeça, sem ter ideia de quem Calhoun estava falando, “É uma boa notícia,” ela concordou, “Nem todos os amores são aceitos.” Madeline e Calhoun haviam começado a caminhar novamente pelo jardim do castelo.
“De quem você está falando?” perguntou Calhoun com um toque de curiosidade.
“Havia uma garota que se apaixonou por um rapaz, mas ela foi casada com outro homem que vinha de uma cidade. Eu me lembro de vê-la chorar.”
“Você chorou com a ideia de ser arrancada de sua paixonite?” ela não esperava que ele lhe fizesse essa pergunta. Isso a fez refletir, e ela apenas o encarou. Ela chorou, mas foi principalmente com a ideia de ser forçada a algo para o qual não estava preparada, “Devo tomar seu silêncio como um não?” perguntou Calhoun, querendo uma resposta clara.
“Acho que minha condição era diferente em comparação com a garota da minha vila. Eles estavam apaixonados, e eu era uma das poucas pessoas que sabiam disso,” e ela desviou o olhar dele, “Sim, é uma paixonite, um caminho inicial,” disse ela falando de si mesma.
“Pensei que nunca iria ouvir isso,” riu Calhoun, e Madeline desejou poder esfaquear esse vampiro ao perceber as palavras que soavam como se ele estivesse zombando dela.
“Como você transformou o garfo em pétalas?” mais do que curiosa, Madeline estava fascinada por algo assim ser possível. A vila costumava ter uma feira anual que ocorria perto do mercado, e as cidades também realizavam. Ela testemunhou pessoas tentando fazer mágica que não passava de truques, mas nada se comparava ao que Calhoun tinha lhe mostrado até agora.
Ela notou como Calhoun se afastou dela, pegando a rosa que ainda estava por desabrochar.
“O que você realmente quer saber?” ele perguntou, voltando para ela.
Madeline respondeu, “A verdade. Apenas a verdade.”
“Você não conseguirá digerir algumas coisas,” respondeu Calhoun, “Você é como esta rosa, macia e fechada, que não conhece a feiura deste mundo.”
“Por que você me trouxe aqui, então? Se você acha que é feio?” ela exigiu sem elevar a voz.
O sorriso de Calhoun se alargou enquanto ele olhava para o botão da rosa que ainda estava para florescer, “Porque eu fui atraído por você e eu estava intrigado. Você vai discordar de que não ficou intrigada comigo no dia em que me conheceu no baile?”
“Eu estava intrigada por um motivo diferente do seu.”
“Mas você estava,” ele disse, e os olhos dela desceram para olhar a mão de Calhoun que brincava com a rosa, que lentamente começou a desabrochar em sua mão. Ele moveu a mão em direção ao cabelo dela e encaixou a flor, “Eu pensei que você seria minha salvação.”