A Noiva Predestinada do Dragão - Capítulo 398
- Home
- A Noiva Predestinada do Dragão
- Capítulo 398 - 398 TERCEIRO GRAU - PARTE 6 398 TERCEIRO GRAU - PARTE 6 O rei
398: TERCEIRO GRAU – PARTE 6 398: TERCEIRO GRAU – PARTE 6 “O rei fez isso para nos tornar leais a ele e ao templo, para colocar em nós o temor do criador Iahn. Para que não crescêssemos praticando magia ou usando nossos poderes como nossos pais fizeram.”
Andre continuou, “Eu percebi isso no dia em que vi meus pais serem executados, no momento em que assisti o fogo consumi-los e eles pereceram diante dos meus olhos.”
“No entanto, o Rei Minbury não contava que houvesse traidores dentro do templo. Como o Frei Tillis, que fez o melhor para nos proteger e secretamente nos ensinou a praticar nossos dons.”
Andre estalou os dedos, e uma rosa vermelha perfeita materializou-se diante dos olhos de Mielle.
Ela prendeu a respiração enquanto observava a flor abrir e desabrochar nas pontas dos dedos de Andre. “Você pode usar magia?” ela perguntou, espantada.
Mas seu divertimento não encobria a tristeza que sentia por Andre e a perda de seus pais. Ela sabia muito bem o vazio que isso deixava no coração de alguém quando perdiam aqueles que amavam.
Uma lágrima escorreu do canto do olho de Mielle enquanto Andre lhe entregava a rosa rubi-vermelha.
Ela fechou os olhos e levou as pétalas tenras e perfumadas ao nariz, inspirando profundamente. Era difícil imaginar que ele tinha criado a rosa do nada.
Ela nunca havia suspeitado de Andre ser algo mais do que uma pessoa normal, como ela, sem dons especiais.
Andre enxugou a lágrima com a polpa de seu polegar. “Isso muda o que você sente por mim?” Ele perguntou. “Você ainda deseja ser minha esposa, sabendo o que eu sou?”
Mielle balançou a cabeça, ainda contemplando a bela rosa que ele lhe dera. Girando-a em seus dedos. “Isso não muda absolutamente nada, Andre. Nada mesmo. Eu te amaria de qualquer forma.” Ela respondeu.
Ele perguntou, “Então por que você está chorando?”
Mielle respondeu, “Eu choro pelo menino chamado Andre, que tragicamente viu sua família morrer diante de seus olhos e nada pôde fazer para impedir. O Andre que cresceu sozinho sem o calor do abraço de seus pais ou beijo de mãe quando ele machucava seu joelho no cascalho.”
Ela fungou e enfiou a cabeça em seu peito. Suas próprias palavras a mergulharam na tristeza por ele.
“Calma, agora…” ele disse. “Não há necessidade de pena ou choro por mim. Eu perdi minhas lágrimas por isso há muito tempo, Mielle.”
“M-mas… eles eram seus pais.” Ela soluçava contra a camisa de dormir dele. Molhando a frente com um torrente de lágrimas infindáveis.
Andre inclinou a cabeça dela para olhá-lo e cobriu seu rosto com beijos doces.
“Sim, e eu nunca esqueci o sacrifício deles, para que eu pudesse viver e vingá-los. Minhas lágrimas se transformaram em raiva e eu usarei isso como meu escudo e espada um dia, quando eu tomar vingança ao lado de todos os meus irmãos, os cavaleiros da ordem.”
“Então enxugue essas lágrimas de pena. Elas não são necessárias nem desejadas. Eu só desejo ver seu belo sorriso. Para que ele me carregue através dos tempos difíceis.”
Mielle enxugou o rosto com as mãos, afastando as lágrimas. “Me desculpe, foi muito difícil ouvir isso. Trouxe de volta lembranças da minha própria família e de perdê-los tão de repente. Eu não queria te fazer sentir mal.”
“Andre, eu estou curiosa. Você e o Duque cresceram juntos?”
Andre riu de sua pergunta. “Sim, juntamente com Merrick. O Duque foi a razão de todos nós ficarmos juntos. Ele selecionou os indivíduos mais fortes e talentosos quando formou a cavalaria Roguemont.”
“Os homens que ele levou para ficar ao seu lado tinham que ser ferozmente leais. Todos com a mesma agenda que a dele, para derrubar o império.”
Mielle fez outra pergunta. “Quantos anos você tinha quando foi em sua primeira campanha?”
“Dezesseis…” Ele fez uma pausa, e Mielle podia ver que ele estava contemplando memórias do passado.
“Nenhum de nós era da idade da maioria e éramos descartáveis aos olhos dos cavaleiros das outras casas reais e nobres no campo de batalha.”
“Nenhum deles esperava que um bando de órfãos desgrenhados de um mosteiro sobrevivesse na linha de frente.”
“Rapaz, nós realmente mostramos a eles uma coisa ou duas,” Mielle ouviu ele dizer com jovialidade.
A voz de Mielle subiu uma oitava. “A linha de frente?” ela exclamou.
“Eles enviaram crianças para a linha de frente para lutar contra monstros?” Ele de repente ouviu a fúria e indignação em sua voz.
Andre assentiu enquanto olhava para o teto de seu quarto, lembrando-se de como estava assustado da primeira vez que foi para a batalha.
Ele achou que ia se urinar de medo quando os Girox irromperam pela linha das árvores, guinchando e balançando seus instrumentos de combate rudimentares.
“Do que é tão engraçado?” Mielle perguntou, indignada por um menino de dezesseis anos estar em um campo de batalha, muito menos ser enviado para lutar na linha de frente como se fosse bucha de canhão.
“Você… É isso que é tão engraçado. Você está brava por mim,” ele explicou. “Por algo que aconteceu comigo que nenhum de nós tinha controle e você nem mesmo me conhecia naquela época. Mostra o quanto você realmente se importa.”
“Alguém deveria ter cuidado de todos vocês!!” ela disse com um bufar. O modo como ela expressou sua opinião era um pouco assustador. Andre a comparou com uma mamãe ursalha protegendo seu filhote.
“Certo, eu entendi o ponto. Mas deveríamos nos acalmar e não ficar muito exaltados antes de dormir.” Andre disse. Ele estava surpreso por ela ter tanta energia depois da sessão de amor.
Andre bocejou, e seus olhos piscaram. Ele podia sentir o sono chamando.
——
Tudo doía enquanto o som do galo cantando forçava Mielle a abrir as pálpebras. Seus braços, costas e pernas pareciam pesos de chumbo. E suas partes íntimas… Elas latejavam com uma dor excruciante.
Ela gemeu, ouvindo o galo pela segunda vez, e perguntou-se como iria passar o dia. Mielle virou-se na cama e esticou a mão sobre os lençóis frios, procurando pelo calor de Andre.
Ela levantou a cabeça; seu olhar caindo no lugar onde ele deveria estar dormindo, mas estava vazio.
O galo crocitou um terceiro chamado, e Mielle gemeu. Enfiando a cabeça embaixo do travesseiro, ela afastou o som do barulhento criatura, desejando por mais alguns minutos de sono de beleza.
Mas não foi isso que aconteceu, “Bang…Bang…Bang!!!” Houve uma pancada pesada na porta de Andre como se um aríete estivesse tentando derrubá-la. “Mielle!! Sei que você está aí… Estou com fome. Venha, faça meu café da manhã.”
Ao ouvir Tobias na porta, Mielle saltou da cama. No entanto, isso foi um erro. Seus joelhos trêmulos a fizeram cair no chão. Ela usou a cadeira ao lado da cama para recuperar o equilíbrio.
Ela abriu as cortinas esfarrapadas da janela do quarto, dando uma olhada no pasto atrás do chalé e nos estábulos.
Mielle notou que Josephus, o cavalo de guerra de Andre, estava faltando. Ele já havia saído para seus deveres na fortaleza sem uma refeição adequada, fazendo Mielle franzir a testa com o pensamento.
“Ele deveria ter me acordado!” ela murmurou irritada enquanto se acomodava com seu traseiro na cadeira.
A dor irradiou pelo seu núcleo quando seu corpo colidiu com o assento da cadeira. Memórias da noite anterior inundaram sua mente. As mãos ternas, porém necessitadas de Andre a acariciando por todo o lado, e todas as coisas travessas que ele fez ao corpo dela na noite passada estavam a fazendo doer com o pensamento.
“Deus, o que eu fiz…?” ela pensou. Então, as palavras de Andre soaram como um sino em sua cabeça sobre arrependimento. Ela não se arrependia do que tinha feito, apenas da dor que continuava a lembrá-la de onde Andre tinha estado.
Tobias gritou do topo de seus pulmões na porta.
“MIELLE!!! ACORDA!”
Ela olhou para a cama e pegou seu travesseiro, atirando-o na porta com toda sua força, e ouviu ele bater na madeira. “EU—ESTOU—ACORDADA!” ela rosnou de volta para Tobias.
Ela ouviu ele murmurar, “Okay, você não tem que gritar…”
Mielle amassou as mãos na frente de si mesma em frustração, como se estivesse torcendo o pescoço de uma pessoa invisível.
A voz de Tobias lamuriou do outro lado da porta mais uma vez. “Você vai sair daí e me alimentar alguma hora?”
“Meu Deus, essa criança vai testar minha paciência.” Ela murmurou para si mesma.
“Segure suas calcinhas… eu estarei lá em um minuto.” Ela respondeu gritando de volta para ele.
Mielle ouviu enquanto os passos de Tobias se afastavam, indo em direção à cozinha. “Minhas calcinhas estão dando!” ele zombou com uma voz fina. “E as suas?”
“GRR!!!” Mielle rosnou. Pronta para abrir a porta e arrancar Tobias uma nova. Ele era inteligente demais para o próprio bem. Viver ao redor dos cavaleiros estava o influenciando de uma maneira ruim.
Ela teria que conversar com Tobias e fazê-lo manter a boca fechada sobre o que sabia antes que Andre pudesse estrangulá-lo por dizer alguma coisa.