A Noiva Predestinada do Dragão - Capítulo 362
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362: DANÇANDO COM CHAMAS – PARTE 4 362: DANÇANDO COM CHAMAS – PARTE 4 Dahlia já podia sentir a fraqueza dominando seus músculos e ossos. Ela sentia o início de uma febre, e suas articulações doíam e queimavam enquanto ela permanecia nua e escondida na escuridão da floresta.
Enquanto refletia sobre as informações que Rory acabara de explicar, Dahlia tinha voltado à forma humana. Rory estava tão fraca que já não conseguia manter sua forma de lobo.
[Dahlia, você está bem?] Rory perguntou. Ela podia sentir seu medo, solidão e preocupação pelo seu companheiro e a dor que ela estava sentindo.
“Já tive dias melhores,” Dahlia respondeu secamente à pergunta de Rory.
Então Dahlia notou o silêncio ensurdecedor em sua mente. Algo estava seriamente errado. Ela nunca conseguia desligar as vozes da matilha sem a ajuda de Carter.
Curiosa, Dahlia perguntou, “Rory, você consegue se conectar mentalmente com Gideon e descobrir para onde levaram Carter? Preciso encontrá-lo e ter certeza de que ele está bem.”
Sua loba choramingou, [Não… e também não consigo mais ver ou ouvir ele ou Gideon.]
Dahlia fechou os olhos para ver Rory em sua mente. Ela estava exausta e com dor também, assim como ela. Sua pelagem estava opaca e ela parecia doente. Dahlia observou Rory desabar no chão em total desespero, como se estivesse desistindo.
“Tudo bem Rory, não desperdice o pouco de energia que lhe resta. Parece que ambas precisaremos reservar nossos recursos para superar isso.”
Rory se aproximou de Dahlia e a cutucou carinhosamente com o nariz, tentando confortá-la.
“Precisamos nos mover e sair desta floresta,” Dahlia murmurou, acariciando a pelagem de Rory. “A última coisa que Carter me disse antes de tudo isso acontecer foi para encontrar Merrick, e eu sei que ele tinha um motivo. Então vamos sair daqui e encontrá-lo.”
Dahlia revirou uma bolsa que eles haviam roubado dos cavaleiros e encontrou um par de chinelos de couro vários números maiores que seus pés e uma túnica que parecia uma camisola grande demais. Embora o conjunto cobrisse as partes importantes, ainda era inadequado para exibição pública.
Ela revistou mais bolsas e encontrou uma capa de couro desgastada. Cobriu-se com ela e puxou o capuz sobre a cabeça. Seu rosto agora estava oculto enquanto ela começava o que parecia uma longa jornada até os campos de treinamento. Com seu objetivo de encontrar Merrick.
——
O ar na pequena sala suja ficou pesado com o som de um grito angustiado de um homem, persistindo no silêncio.
“GAHHHHH!!!!! AHHHHHHHH!!!!!!!”
Os olhos de Carter rolaram para o topo de sua cabeça enquanto ele os abria. Uma vez que sua visão clareou e ele conseguiu focar, ele se viu em um lugar estranho, deitado em uma cama velha cercado pelos membros da matilha do Alfa Angus.
Ele estava ofegante por ar, congelado até o âmago, e seu corpo todo doía. Exceto pelo peito, que parecia estar em chamas.
Enquanto Carter lutava para se libertar, ele descobriu que estava muito fraco para mover ou levantar os braços. Ele reconheceu o beta e o gama que o seguravam que pertenciam à matilha de Angus.
Enquanto isso, uma jovem mulher se aproximou cautelosamente. Ele podia sentir o cheiro de seu avental, e suas mãos estavam cobertas pelo seu sangue. Ela estava tentando extrair a flecha alojada em seu peito.
“Onde estamos…? Onde está minha companheira?…Dahlia?” ele murmurou fracamente. “Por favor, encontrem minha Dahlia…”
O beta exclamou ansiosamente, vendo que Carter havia aberto os olhos e estava falando.
“Alfa, ele está acordado!”
Angus empurrou seu beta para o lado para segurar Carter. “Sim, eu posso ver isso George, agora vá com os outros e encontre aquela maldita bruxa.”
“Sim, Alfa!”
“Olá Carter,” o velho alfa cumprimentou. Seus olhos não mostravam qualquer malícia como Carter esperava, mas pareciam ter uma expressão ansiosa em vez disso. “Pensei que tínhamos te perdido por um tempo. Que bom ver que você ainda está vivo.”
A jovem mulher trabalhando na ferida de Carter repreendeu Angus.
“Ele não vai durar muito mais se os homens não encontrarem essa bruxa maldita. Não consigo tirar a flecha e toda vez que tento, ele perde mais sangue e seu corpo não está se curando.”
Ela ocupadamente encheu a ferida com mais tecido e aplicou pressão para parar o sangramento. “Essa flecha é igual às que encontramos antes dos cavaleiros reais.”
“Elas são de prata, mergulhadas em matagente. Ele morrerá em breve se eu não conseguir tirá-la. Ele está sendo lentamente envenenado até a morte.”
“Cala a boca mulher!!” Alfa Angus rosnou, “Alfa Carter e seu lobo são duros na queda e nenhuma flecha frágil vai matar o homem.”
Angus olhou para Carter e perguntou, com seu sotaque irlandês. “Certo, rapaz? Todos sabemos que você tem uma mulher que precisa que você seja forte agora.”
O rosto de Carter se contorceu de dor enquanto ele tentava sorrir e concordar com Angus, mas em vez de um sorriso, ele soltou um grito de dor agonizante. A sensação de queimação dentro de seu peito estava se tornando insuportável.
“Finola, acalme nosso amigo aqui.” A mão de Angus tremia enquanto ele chamava uma garota pequena e magra que se parecia com uma fada. “Ele precisa de suas habilidades especiais, minha querida menina. Venha aqui e cante para ele dormir, faça-o esquecer a dor.”
A jovem obedientemente fez como Alfa Angus ordenou e veio sentar onde Carter podia confortavelmente repousar a cabeça no colo dela. Ela deu-lhe um sorriso doce, e ele viu seus olhos dourados brilharem à luz que vinha da lareira.
Mas havia algo mais nesta garota. Ela não era só um lobo, mas algo mais. Ela era uma híbrida de algum tipo. Então ele ouviu a delicada melodia que flutuava até seus ouvidos vindos de seus lábios.
Sua voz era a coisa mais requintada que ele já tinha ouvido.
Os dentes de Carter batiam devido aos calafrios que ele estava experienciando enquanto falava, “Sereia…você—é—uma; si-sereia…”
Ele havia descoberto o que Finola era. Ela era parte lobo e parte sereia—uma combinação rara. Até onde Carter podia lembrar, o Rei Minbury tinha ordenado a exterminação de todas as sereias anos atrás.
Finola assentiu e continuou a cantar sua melodia doce. Ele sentiu suas mãos acariciarem suavemente a pele pálida de suas bochechas como sua companheira faria. O rosto de Finola se transformou diante de seus olhos, mudando para a imagem de Dahlia, que estava cantarolando uma doce canção de ninar para acalmar seu sofrimento.
“Dahlia,” ele respirou. “Graças à Deusa, você está aqui.”
Logo, Carter sentiu seu corpo ficar mais leve que o ar, como se estivesse sendo levado para flutuar sobre o topo tranquilo das nuvens no céu.
Suas pálpebras ficaram pesadas e caíram. Ele não conseguia mais mantê-las abertas. Ele finalmente parou de lutar para ficar acordado e se entregou, esquecendo sua dor e caindo em um doce sonho de estar com Dahlia, sua companheira.
Finola parou de cantar, e todos na cabana permaneceram em silêncio enquanto a observavam voltar a si mesma.
Ela afastou os cabelos manchados de sangue de Carter do rosto, mergulhando um pano na tigela de água gelada pela neve e limpando sua pele do sangue e detritos.
Nos olhos dela, Carter era tão jovem e bonito. Ela pensava em como a companheira dele era sortuda por ter alguém como ele. Finola podia sentir o amor que ele sentia por sua companheira ao olhar em seus olhos assustados.
Ele estava mais preocupado com sua preciosa Dahlia do que com sua própria vida. Isso era um testemunho do verdadeiro amor de Carter por sua companheira. Finola mal podia esperar pelo dia em que seu companheiro a encontraria e a amaria da mesma forma.
Angus estava na janela da cabana, olhando para a floresta exuberante coberta de branco. Ele murmurou, “George está certo… estamos ficando sem tempo.”
Seus olhos examinaram os rostos preocupados dos outros, e eles carregavam a mesma expressão angustiada que a dele. A matilha podia sentir que Carter e seu lobo estavam lentamente desaparecendo.
Enquanto Alfa Angus estava à beira de se entregar ao desespero, a bruxa materializou-se, sua figura exausta caminhando pela neve ao longo do caminho estreito e desgastado que levava à cabana.
O som da neve sendo esmagada sob as botas ecoava pelo ar invernal enquanto Angus notava seus homens seguindo fielmente atrás dela.
O Alfa sentiu um alívio imenso tomar conta dele. Quando viu seus homens e a bruxa todos seguros e vivos, ele soltou um suspiro pesado.
Angus abriu a porta e apressou a bruxa até o leito de Carter. Ela deu uma rápida olhada no corpo ferido dele e foi direto ao trabalho.
“Você não pode puxar a flecha do corpo dele.” Ela disse, examinando a ferida no peito de Carter. “Ela tem que ser empurrada para fora para removê-la. Puxar só vai causar mais mal do que bem.”
Angus perguntou, “Mas eu pensaria que o que você está recomendando seria pior e causaria ainda mais danos ao corpo dele, tornando mais difícil para ele se curar?”
“Não,” resmungou a velha bruxa. “Puxar as farpas da flecha para trás do corpo está causando mais danos e vazando veneno no sangue dele.”