A Noiva Predestinada do Dragão - Capítulo 315

315: MATRIMÔNIO – PARTE 1 315: MATRIMÔNIO – PARTE 1 Nos olhos de Faye, Sterling parecia jovial e despreocupado naquele momento, assim como as crianças com quem ele estava brincando. Isso a deixava feliz em saber que aquele homem — seu marido — iria gostar de segurar seus filhos, alimentá-los e fazer parte do dia a dia deles.

Com um bebê nos braços, o Duque olhou para cima e ofereceu a Faye um sorriso caloroso. O corpo do infante se contorcia, e o bebê começou a reclamar. Ele olhou para o pequenino, que estava chorando e sugando o dorso da própria mão.

“Você deve estar com fome,” ele sussurrou ao infante. Um monge logo percebeu e veio para tomar conta da criança do Duque.

Sterling andava pelo grande salão lotado e suavemente pegou Faye pelo braço. “Desculpe-me por interromper sua intrigante conversa, ele disse.” Afastando-a de Frei Tillis. O Duque acrescentou. “Contudo, temos um compromisso anterior e está na hora de irmos.”

Frei Tillis fez uma reverência e deu um sorriso amigável ao Duque. “Claro, vossa Graça,” disse o Frei. “Não quero impedi-los de cumprir com suas obrigações.” Ele acenou se despedindo de Faye enquanto Sterling a conduzia para ir com ele.

Faye esticou o pescoço e olhou para Sterling, confusa. “Para onde você está me levando?” Ela perguntou.

Conforme caminhavam em direção às escadas e subiam, o Duque explicou, “Como você sabe, na lei feudal, sou responsável pelos meus cavaleiros. Isso se torna ainda mais verdadeiro quando eles não têm família. Eu me torno o guardião deles, o que significa que substituo os pais deles em autoridade e responsabilidade. O mesmo vale para suas esposas e futuras noivas.”

“Dahlia veio para cá sem sua família. Carter me contou sua história. Os pais dela a venderam para um bordel em Grandshope, onde se conheceram. Ela não quer contato com nenhum membro da família exceto sua irmãzinha.”

“Enviei um destacamento de cavaleiros para buscar a irmã dela, e ela chegou tarde na noite passada. Temos um novo membro para dar as boas-vindas à família Everton. Além disso, você e eu vamos acompanhar a noiva para encontrar o noivo assim que o detalhe dos cavaleiros chegar para levá-la à catedral.”

“Ahh!” Faye exclamou. “Agora tudo faz sentido, as roupas combinando, todos os serviçais extras e a atividade. Não era apenas para a celebração do Yule.”

O rosto do Duque se iluminou com um sorriso radiante ao ouvir as observações de Faye. “Correto, mas tem algo mais que eu gostaria de dizer.” Quando chegaram ao patamar da escada, eles pararam e ele girou para encará-la.

“Eu—eu lhe devo uma dívida, Faye,” ele gaguejou, seus olhos tremendo levemente enquanto se fixavam no olhar hipnotizante dela, reminiscente da imensidão de um oceano azul tranquilo.

Estando frente a frente, o espaço entre eles foi preenchido com uma tensão não dita. Os murmúrios sutis e conversas dos convidados do primeiro andar subiam, proporcionando um pano de fundo gentil para a discussão deles.

“Hoje…” Sterling fez uma pausa, entrelaçando os dedos sobre os lábios. “Este dia, era o dia em que deveríamos renovar nossos votos.”

“Mas eu achei prudente esperar diante dos eventos recentes e da iminente chegada do nosso filho. Pensei ser melhor esperar até o calor do verão, depois que os campos de trigo fossem colhidos e o bebê nascesse.”

“Então eu estou pedindo, em sua infinita graça, que me perdoe e se você ainda me aceitará como seu marido mais uma vez, se todas essas considerações forem aceitáveis para você?”

Faye assentiu e se inclinou em direção a Sterling, envolvendo-o com seus frágeis braços e abraçando-o com força. “Eu o aceitarei de qualquer maneira que puder, Sterling Thayer. Obrigada por tudo o que você faz.”

“Então, você não está chateada por adiarmos a renovação dos nossos votos?”

Ele sentiu a cabeça dela balançar que não contra seu peito. “Não estou chateada com isso de maneira alguma. Contudo, estou mais do que impressionada com sua generosidade para com os seus cavaleiros e suas famílias. Não importa o que qualquer um diga — você é um homem bom, Sterling, e eu me orgulho de dizer que sou sua esposa.”

Ele respirou no cabelo dela enquanto a abraçava, “Obrigado, doce borboleta, por ser tão paciente e me aceitar como sua família.”

“Família…” Faye sussurrou.

O som dessas palavras era o mais belo que ela já tinha ouvido. Sterling a havia proclamado como sua família. Algo que ela pensava que nunca ouviria ou faria parte novamente após a morte de sua mãe.

No entanto, ali estava ela, a Duquesa e esposa de um valente cavaleiro renomado por sua habilidade com a espada e benevolência. Ele a havia reivindicado como parte de sua família, incluindo-a incondicionalmente em seu círculo íntimo.

Este era o maior presente de Yule que ele ou qualquer outra pessoa poderia ter dado a ela.

Faye apertou seus braços ao redor de Sterling, inalando seu aroma amadeirado, sem querer se separar do calor do abraço esmagador dele.

O Duque soltou um suspiro relaxado, e Faye podia sentir que ele se sentia da mesma forma que ela, não querendo se separar um do outro. Quando ela levantou o olhar para o rosto dele, ela notou as linhas franzidas em sua testa.

Então ela ouviu a profunda ressonância de sua voz, como o trovão reverberando à distância. “Lamento ter que encurtar isso, doce borboleta,” ele disse, segurando-a à distância de um braço. Suas palavras carregavam um senso de urgência. “Mas o dever nos chama e precisamos seguir nosso caminho. Há muito que ainda temos para fazer hoje.”

——
Dahlia estava de pé em frente ao espelho de corpo inteiro enquanto a Sra. Garvin e Mielle colocavam o círculo dourado na coroa de sua cabeça. Depois, elas cuidadosamente prenderam o véu de renda delicada com pequenas pérolas na borda.

Ela estava deslumbrante, com cabelos castanhos escuros caindo sobre os ombros até o topo de sua cintura. O vestido azul pó detalhado de maneira intrincada complementava sua pele pálida. Suas bochechas estavam tingidas de um leve tom de damasco, e seus lábios eram de um tom profundo de escarlate, ainda mais belos do que uma rosa vermelha em plena floração.

Nos olhos de Faye, Dahlia era a verdadeira definição de uma noiva corada.