A Noiva Predestinada do Dragão - Capítulo 307
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307: ONDAS DE CINZA – PARTE 3 307: ONDAS DE CINZA – PARTE 3 Quando Sterling entrou na câmara, ele notou Faye sentada na beira da cama, a testa franzida e os lábios virados para baixo em um semblante carrancudo, como se estivesse descontente com algo, enquanto encarava seu tornozelo nu.
Ele percebeu num instante o motivo da infelicidade de Faye. Era a tornozeleira que faltava; ele a tinha removido quando perdeu o senso depois de voltar de Easthaven.
De certa forma, vê-la tão preocupada com a corrente faltando em sua perna fez Sterling entender que Faye estava mais investida em seu casamento do que ele tinha previamente compreendido.
Para ela, isso não era apenas algum contrato que estava cumprindo.
Suas palavras anteriores e todas as suas ações nos últimos meses provaram a ele que ela estava séria sobre o amor que sentia por ele.
Embora ela não tivesse escolha, ela pegou o que lhe foi dado e fez o melhor disso. Em vez de lutar e contestar. Ela o abraçou e a esse casamento e fez dele dela.
Ele sabia que quando ela dizia as palavras eu te amo, ela realmente as sentia.
Sterling enfiou a mão no bolso, seus dedos mexendo com a corrente da tornozeleira. Ele se aproximou casualmente da cama, observando Faye enquanto ela se virava para olhá-lo.
Ele perguntou, “Como você está se sentindo? Acha que está pronta para receber nossos convidados?”
Ela inclinou a cabeça para encontrar o olhar dele e assentiu. “Sim, estou bastante ansiosa para ver todas as crianças. Senti falta delas, e do Frei Tillis também.”
Sterling agora estava parado diretamente na frente de Faye. Ele se ajoelhou em um joelho diante dela e retirou a corrente de ouro do bolso. Sua mão poderosa envolveu a perna delicada dela, e o Duque olhou para cima para ver sua reação.
No início, suas sobrancelhas arquearam com confusão sobre o que ele estava fazendo.
“Se estiver tudo bem, eu gostaria de devolver isto a você,” ele disse, parecendo esperançoso.
No entanto, Faye não disse nada, e sua expressão estava vazia. Um silêncio tenso preencheu o espaço entre eles. Sterling prendeu a respiração, esperando por sua resposta. Ele observou enquanto as mãos dela tremiam ligeiramente, e ela as fechou em punhos tão apertados que seus nós dos dedos ficaram brancos.
Seus olhos azul bebê, normalmente cheios de calor e brilho, agora continham uma mistura de dor e vulnerabilidade. Seu lábio inferior tremeu, tentando formar palavras, mas falhando em encontrar o caminho para fora. Era como se todo o seu ser estivesse consumido pela enormidade de suas emoções não ditas.
O coração de Sterling afundou enquanto ele a observava lutando para manter a compostura. Ele de repente percebeu a profundidade da dor que tinha causado a Faye ao tirar a corrente de sua perna.
O ar no quarto parecia ter sido sugado, tornando-se pesado e sufocante. Cada segundo que passava ampliava a gravidade da situação, fazendo-o desejar poder voltar no tempo e nunca ter removido seu amado amuleto.
Enquanto ele continuava a prender a respiração, a própria inquietação de Sterling crescia. Ele se preocupava. ‘Será que ela estava finalmente cansada dele e o afastaria?’
Ele não sabia o que faria se Faye o rejeitasse e dissesse que não queria usar a tornozeleira. Se ela a rejeitasse, também significaria que estava rejeitando ele e seu casamento. Parecia que seu mundo estava prestes a desabar.
Seu peito se apertou, restringindo seus pulmões enquanto a ansiedade corria por suas veias. Ele quase podia ouvir o bater de seu coração contra sua caixa torácica, combinando com o ritmo de seus pensamentos acelerados.
O silêncio entre eles parecia se estender infinitamente, como uma corda tensa pronta para estalar. O quarto parecia estar encolhendo e fechando sobre eles.
Naquele momento, Sterling percebeu a magnitude do que o amuleto ausente significava para Faye. Não era apenas uma bijuteria ou accessory; Tinha um valor maior aos olhos dela, uma peça que a conectava a uma pessoa que ela amava, essa pessoa sendo ele.
No meio do silêncio avassalador, a mente de Sterling relembrava a vívida memória das lágrimas de Faye escorrendo pelo rosto quando Helena tentou remover o amuleto amado para tratar sua perna.
A memória serviu como um lembrete doloroso do imenso sofrimento que ela deve ter experienciado ao descobrir que estava gone e sabendo que ele tinha sido o responsável por pegá-lo. A dor de sua ausência deve ter cortado Faye profundamente, deixando uma ferida aberta em seu coração.
Conforme os segundos se tornavam minutos, Sterling ansiava por estender a mão e confortar Faye. Ele desejava oferecer-lhe consolo, para consertar os pedaços quebrados de seu coração que ele tinha tão descuidadamente destroçado.
Ele queria aliviar sua angústia, dizer que estava arrependido novamente por agir como um tolo ignorante, desejando poder voltar atrás e consertar todas as coisas terríveis que tinha feito.
Mas também temia que dizer algo errado a perturbasse ainda mais ou adicionasse mais dor à mistura. O fardo dessa culpa agora pesava pesadamente sobre seus ombros.
Sterling silenciosamente implorava para que Faye quebrasse o silêncio, para liberar as emoções que pareciam mantê-la cativa. Mas por enquanto, tudo o que ele podia fazer era segurar a respiração e esperar por sua resposta, esperando que ela o perdoasse.
A vozinha de Faye quebrava com emoção enquanto ela finalmente dava a resposta a Sterling.
“Eu vou aceitar sob uma condição,” ela afirmou firmemente. “Que você nunca mais remova a tornozeleira ou fuja, e que você compartilhe tudo comigo, o bom e o ruim, para que possamos enfrentar juntos.”
“Se você concordar com esses termos, então pode colocar a corrente de volta no meu tornozelo.”
“Obrigado, borboleta,” ele sussurrou em gratidão sincera. “Eu aceito suas condições com prazer.”
Sterling exalou o ar que estava segurando, sentindo uma onda de alívio passar por ele enquanto colocava a corrente ao redor de sua pequena perna e fechava o fecho. Ele se sentou sobre os calcanhares e absorveu a adorável visão dela.
Um sorriso gentil brincou em seus lábios, e ela retribuiu com um sorriso próprio.
Enquanto o Duque se concentrava em Faye, ele percebia que o relacionamento deles não era normal. Não era preto ou branco… Apenas ondas de cinza.