A Noiva Predestinada do Dragão - Capítulo 304
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304: O CURANDEIRO – PARTE 4 304: O CURANDEIRO – PARTE 4 Vozes vinham de todas as direções em direção a Merrick, ressoando pelo quarto como uma sinfonia desorganizada. O aposento do Duque se tornara um antro de desordem.
“FIU!”
O áspero assobio de Merrick fez a turba barulhenta de homens silenciar e se organizar.
Ele lança a todos um olhar fulminante e praguejou, “DROGA!—Está tão alto que nem consigo ouvir meus próprios pensamentos.”
“Esta é a última vez que me repito, senhores!”
Seus lábios se contorceram num rosnado enquanto emitia um aviso aos cavaleiros. “Mantenham suas vozes baixas. Se eu tiver que dizer novamente, eu mesmo os expulsarei daqui. Precisa estar silencioso para que o médico possa trabalhar.”
Um silêncio respeitoso desceu sobre o quarto e a quietude se estabeleceu sobre Merrick enquanto os homens abruptamente cessavam suas conversas.
Ele se virou para onde o comandante jazia na cama e observou o médico escutando seu coração enquanto monitorava atentamente seu estado.
O doutor, um homem de meia-idade simpático, com cabelos grisalhos nas têmporas e rugas nos cantos de seus olhos avelã bondosos, levantou a cabeça do peito do Duque.
Sua mão esfregava a tensão do pescoço enquanto se inclinava para trás na cadeira, contemplando a parede distante.
“Bem…? O que há de errado com ele?” O vice-comandante perguntou, sua testa vincada de preocupação enquanto esperava a resposta do médico.
Merrick o pressionou impacientemente para que desse uma resposta sobre o estado do Duque. “Ele vai ficar bem? Ou há algo com que devamos nos preocupar?”
“…Mmm, sim,” finalmente o médico respondeu, acenando com a cabeça. “O Duque parece gozar de boa saúde além de estar inconsciente.”
A face de Merrick se contraiu em frustração enquanto esfregava a mão com força. “Tudo isso já sabemos.”
“E o comandante não está bem. Conheço-o desde a infância e nunca o vi cair em batalha ou adoecer. Há algo que você possa fazer por ele?”
O médico pegou uma bolsa de couro preta ao lado da cama. Ele vasculhou e encontrou um vidro marrom escuro e um pedaço de algodão.
“Eu posso ter um ou dois truques que podemos tentar,” ele disse, enquanto examinava o vidro na luz, girando-o com os dedos. Em seguida, ele destampou a rolha e colocou uma gota do conteúdo no algodão.
O velho doutor estava prestes a segurá-lo sob o nariz do Duque quando a mão de Merrick disparou para detê-lo.
Ele avaliou suspeitosamente o médico e, com o olhar perspicaz de um guerreiro experiente, questionou, “Explique o que é isso em sua mão e como pretende usá-lo no Duque?”
Surpreendido pela ação descarada de Merricks, o médico ficou completamente imóvel. Ele lembrou educadamente ao vice-comandante, “Foi você quem me pediu ajuda.”
“Jurei como praticante não causar mal nenhum e não tenho intenção de ferir seu soberano. Portanto, deve soltar meu braço para que possa curar o Duque.”
A mão presa do médico doía dolorosamente e tremia sob a pressão do aperto que Merrick apertava. Decidindo não testar mais a paciência do rigoroso cavaleiro. Ele explicou prontamente o que era.
“Isso é um sal de cheiro chamado ‘sal amoníaco’. Deve despertar o Duque e revigorá-lo quando eu segurá-lo sob seu nariz e ele inalar os vapores.”
“Prometo que é seguro. Se não acredita em mim,” ele estendeu o algodão para Merrick. “Pode cheirar você mesmo.”
Merrick lentamente desenrolou os dedos do pulso do médico, soltando-o. Gesticulando discretamente, ele moveu o queixo em direção ao Duque adormecido. “Pode proceder.”
——
Faye soltou um longo e profundo suspiro e caminhou pelo chão de seu quarto, perguntando-se se gastaria o tapete antes que alguém lhe desse respostas sobre Sterling.
Enfurecida, ela borbulhou com raiva por Merrick e Andre tê-la aprisionado em seu próprio quarto.
Com uma expressão determinada, ela encarou a porta e bateu nela incessantemente, “ANDRE!!! ABRA A PORTA… QUERO VER MEU MARIDO!” Ela gritou com todas as forças, sentindo a dor irradiar por sua mão dolorida e machucada à medida que repetidamente golpeava a porta de madeira.
Após não receber resposta, Faye parou de martelar a porta e encostou-se nela, escorregando para sentar-se no chão. Ela puxou as pernas para o peito, encolhendo-se em bola, escondendo a cabeça nas mãos.
“De volta a uma gaiola novamente.” Ela riu cinicamente. Olhando para a cicatriz no seu tornozelo, pensando nos tempos em que Arron a acorrentaria em seu quarto. Isso era tudo muito reminiscente daqueles dias, menos as surras. Não importa as circunstâncias, estar trancada ainda a deixava com um senso de pavor.
Uma súbita rajada de vento sacudiu a janela do quarto, chamando a atenção para ela. Olhando para a janela, um calafrio antinatural percorreu o corpo de Faye.
Ela viu a mesma figura escura e sombria com a qual se encontrara na floresta de Halan—o mesmo ser que tinha roubado a alma de Aaron.
Faye apertou os olhos fortemente e escondeu o rosto nos joelhos. Sua voz tremia de medo, “VÁ—EMBORA!”
O quarto ficou tão frio que ela podia ver sua respiração a cada exalação. O corpo de Faye tremia tão violentamente que ela pensou que congelaria até a morte onde estava sentada. E o odor fétido da morte enchia suas narinas.
Então a voz acetinada de uma mulher chamou seu nome da cama, “Faye… olhe para mim.” Ela sussurrou.
“Não… Vá embora!” Faye disse, sua voz soando como uma criança petulante. Seu rosto, ainda enterrado nos joelhos.
“Mas eu vim de longe para te encontrar.” A voz disse como uma serpente mesmerizante. Seduzindo-a para olhar para cima e conversar com ela. “Você não se lembra de mim?”
Faye permaneceu em silêncio e inabalável na resolução de não reconhecer o estranho ser no quarto. Algo dentro da consciência de Faye gritou para ficar longe da entidade estrangeira invadindo seu espaço.
“Hmm… Acho que não,” disse a voz. “Terei que te dar um pequeno lembrete de quem eu sou.”
Ela ouviu o suave farfalhar de passos no tapete, e uma mão gelada acariciou o topo da cabeça de Faye, fazendo-a encolher-se.
A voz sedosa da mulher enchia seus ouvidos com o encanto do encantamento, “Reflenta.” A cada momento que passava, o corpo de Faye ia ficando mais fraco, e sua mente gradualmente escorregava para um estado de vazio.
——
“…UAAH!”
O Duque inspirou profundamente e seus olhos inflamados se abriram de repente enquanto seu corpo se erguia abruptamente do colchão.
“…Tosse! Urg…” ele ofegava fracamente, afastando a mão do médico de seu rosto. Afaste esse fedor de mim. Sterling levou o dorso de sua mão e esfregou vigorosamente seu nariz.
“Boa nossa, isso arde! Sinto como se um enxame de abelhas tivesse subido pelo meu nariz e me picado.”
O Médico, junto com a maioria dos homens na sala, riu da descrição de Sterling sobre os efeitos do sal de cheiro.
“Excelente, isso significa que funcionou,” o velho médico falou sem emoção. “Mas devo dizer, você é a primeira pessoa a descrever a sensação de forma tão eloquente.”
A opressiva pesadez na cabeça do Duque aliviou, sua dor de cabeça se dissipou e ele se sentiu surpreendentemente revigorado. Seus olhos percorriam o quarto e notou que Faye não estava entre os presentes ao seu redor.
Andre e Sir Orgulhoso também estavam ausentes, mas para sua surpresa, viu Kylek e sua irmã de pé entre os reunidos com um sorriso presunçoso nos lábios.
Sterling sentiu uma súbita ardência na testa e levantou os dedos para tocar o local em sua cabeça.
Enquanto isso, a mente de Sterling reproduziu os eventos anteriores no campo de treinamento. As visões eram tão vívidas e claras que ele se sentiu como se estivesse lá, assistindo-as ao vivo.
“Onde está Faye?” Sterling perguntou nervosamente, seus olhos girando na direção de Merrick.
O vice-comandante deu um passo à frente com sua resposta. “Ela está sob vigilância em seu quarto. Não temos certeza do que aconteceu com você, ou por quê, mas não quisemos correr mais riscos após ver sua condição. Assim, ordenei que Andre e Sir Orgulhoso cuidassem dela até pudéssemos desvendar o que realmente ocorreu.”
Ao ouvir a informação, a testa de Sterling se franziu e uma onda de emoções intensas o dominou. Ele sabia que Faye enlouqueceria de pavor. Ele sabia que o maior medo dela era ser confinada, e só de pensar nisso a fazia sentir-se aprisionada e impotente.
Merrick sentiu a intensidade do ardente olhar do Duque e ouviu o tom furioso em sua voz enquanto ele exigia, “Solte minha esposa agora mesmo.”
“E você, mago, achei que tinha dito que eu não queria ver você até que tivesse uma solução para o que discutimos anteriormente. Por que você está parado aqui em meus aposentos sorrindo para mim?”
Kylek se desencostou da parede e segurou a mão de sua irmã, conduzindo-a graciosamente através do quarto lotado de homens. Eles pararam ao pé da cama do Duque e ambos fizeram uma reverência respeitosa ao Duque enfurecido.
Kelek dirigiu-se a Sterling em um tom calmo e polido. “Estou aqui, vossa Graça, porque sei o que acontece com sua esposa uma vez que ela consome energia negativa ou magia negra.” Ele inclinou a cabeça em direção a Sterling, seus lábios ainda mantendo o mesmo sorriso sarcástico.
“E estou curioso para ver como você reagirá às notícias que estou prestes a revelar.”