A Noiva Predestinada do Dragão - Capítulo 295
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295: UM RETORNO AO COMEÇO – PARTE 5 295: UM RETORNO AO COMEÇO – PARTE 5 Faye manteve a cabeça erguida e caminhou arrogante de volta ao seu quarto. Ela voltaria a ser aquela pessoa vazia e emocionalmente distante mais uma vez e vestiria sua armadura invisível, protegendo seu coração e mente para que ninguém mais pudesse invadir e causar-lhe mais danos.
Kylek ficou ao lado de Kalandra e observou enquanto ela passava por eles com um ar de confiança, mesmo considerando tudo o que haviam testemunhado e ouvido.
“Duquesa,” a voz de Kalandra falhou, e ela se calou, incerta se aquele era o momento certo para falar.
A resposta de Faye foi aguda, enquanto ela afirmava firmemente, “Você tem algo que gostaria de dizer? Algo mais para adicionar ao que Sua Graça já deixou abundantemente claro? E eu também não preciso da sua piedade, então guarde-a para você!”
Kalandra estremeceu com o comentário mordaz de Faye. “Ah… não, nada disso—Eu, Ah; digo, nós apenas queríamos deixar você saber que estamos aqui para o que você precisar.”
“Huh…”
Faye suspirou profundamente e sentiu uma pontada súbita de culpa em seu peito por ter sido tão rude com os magos. Ela entendeu que eles estavam ali como amigos, e sabia que Kalandra estava apenas tentando ajudar.
“Eu sinto muito,” Faye se desculpou. O tom de sua voz havia se tornado mais suave e perdido a aspereza anterior. Ela disse, “Se puderem me dar licença, eu não estou me sentindo bem e desejo descansar. Não serei uma boa companhia no momento.”
A cabeça de Kalandra virou para o som da vozinha de Faye. Embora mantivesse distância, a maga podia sentir a vulnerabilidade crua irradiando de Faye. Ela sabia que se estendesse a mão e a tocasse ou mostrasse qualquer sinal de compaixão, a Duquesa se desmoronaria, expondo sua dor a todos.
O turbilhão dentro dela era palpável, uma raiva latente permeando o ambiente. Era um momento que pedia por contenção, em vez de gentileza. Permitir que as chamas da fúria queimassem e a tempestade de ira ganhasse força era provavelmente melhor para Faye.
——
Por três dias, Sterling aventurou-se profundamente na assombrada profundidade da floresta de Halan, sendo seus passos o único som ecoando pelas sombrias matas.
Com sua mira estável e arco habilidoso, ele caçava sem piedade toda criatura que ousasse cruzar seu caminho.
Todas as noites, ele retornava à fortaleza apenas o tempo necessário para encontrar seu guarda-caça de confiança e entregar suas abundantes caças. Para que ele e o cozinheiro pudessem prepará-las meticulosamente para a festa de Yule.
Depois, eles assistiam ao Duque desaparecer mais uma vez sob a cobertura da floresta.
A fortaleza zumbia com expectativa enquanto o aroma de peru assado, pato suculento, alce macio e veado saboroso se espalhava pelo forte, prometendo um grande banquete para as crianças de Inreus e a comunidade de Everton.
Sterling permanecia imóvel sob uma extensa árvore de bétula, escondido entre a folhagem vibrante da floresta de Halan, seus sentidos sintonizados com o mundo selvagem ao seu redor.
Enquanto ele aguardava pacientemente sua próxima presa, uma cascata de folhas farfalhantes cobriu o chão da floresta enquanto uma brisa carregava o cheiro de mais neve, trazendo-o de volta à realidade de que logo teria que retornar a Everton e encarar Faye.
De repente, um calor sutil formigou em seu bolso, distraindo-o e aguçando sua curiosidade. Com uma mão cautelosa, ele enfiou os dedos na profundidade de seu bolso; as pontas tocando uma corrente metálica.
Um suspiro pesado escapou de seus lábios, misturando-se ao ar fresco da floresta, deixando um nevoeiro no ar. O peso da realização recaiu sobre ele. Ele não conseguia tirar Faye da cabeça. Não importava o quanto ele tivesse tentado nos últimos três dias… a visão do rosto angustiado dela enquanto ele a repreendia o assombrava.
Entretanto, seu coração e mente continuavam dizendo para manter distância, para que ele não se machucasse com a morte inevitável dela.
Sterling cuidadosamente guardou a corrente de volta no bolso, suas mãos tremendo levemente.
Ele havia notado um sussurro sutil na clareira. Lentamente erguendo-se de sua posição escondida entre a vegetação espinhosa da floresta, ele forçou a vista na escuridão para ver um enorme alce se aproximando.
Havia uma calma que se instalava sobre ele enquanto puxava habilmente seu arco, seus dedos encontrando seu aperto familiar na corda esticada. Seu coração batia de maneira uniforme, adrenalina correndo por suas veias, enquanto ele mirava com a precisão de um atirador experiente, determinado a garantir mais um troféu para o jantar de Yule.
Ele estava grato pela distração da fera. Pelo menos quando ele matava Faye não estava mais em sua mente.
Justo quando seus dedos estavam prestes a soltar a corda do arco, uma explosão solitária do chifre da fortaleza estilhaçou a tranquilidade da caça.
O som reverberou pela floresta, perfurando a concentração de Sterling. Com frustração marcada em seu rosto e a testa franzida, ele observou a figura majestosa do alce desaparecer na vegetação impenetrável do matagal. Um suspiro lhe escapou dos lábios, pesado com a decepção.
“Pode se considerar com sorte,” ele murmurou sob a respiração para o alce, com uma voz tingida de resignação. Com um gesto derrotado, ele relaxou a tensão na corda do arco, a flecha encontrando seu devido lugar de volta na aljava.
Sterling arrumou seu equipamento e fez o caminho de volta à fortaleza, relutantemente. Ele precisaria estar lá para receber seus homens e os relatórios. Estava curioso para ver como as coisas haviam terminado depois de sua partida de Easthaven.
——
Nos últimos três dias, Faye havia se imerso em todas as atividades possíveis para ocupar sua mente. Seu papel como Duquesa e responsável pela fortaleza tinha prioridade sobre qualquer tumulto pessoal, e ela encontrava consolo na ocupação das tarefas.
Enquanto Sterling embarcava em sua expedição de caça, ela colocava um semblante alegre no rosto e juntava-se às outras mulheres de Everton em adornar o forte e a fortaleza com decorações para o Yule. As atividades a faziam esquecer momentaneamente de suas aflições, trazendo-lhe um breve consolo.
As cores vibrantes das guirlandas e as luzes cintilantes das velas, acompanhadas pelo suave cheiro de pinho das árvores de Yule, preenchiam o forte com uma espécie de magia do inverno.
As mulheres ao seu redor, com seus sorrisos calorosos e gestos gentis, não mencionavam os rumores que haviam ouvido. Seu silêncio envolvia Faye como um cobertor reconfortante, permitindo que ela escapasse do peso pesado das palavras de Sterling.
Entretanto, era a noite que trazia o manto da dor. A cama fria e solitária e o som das palavras odiosas de Sterling ecoando em seu cérebro e perturbando seus sonhos com pesadelos dolorosos eram absolutamente insuportáveis.
Faye deitava em sua cama imaginando quanto tempo fazia desde que ela teve uma boa noite de sono, quando foi sobressaltada pelo toque solitário do chifre nas ameias.
“BWOOOOOO!!!”
Seu coração batia em antecipação. Isso significava que a Cavalaria Roguement estava retornando de Easthaven. Isso também significava que Merrick e Andre estavam voltando também. Isso fez o coração de Faye palpitante com um vislumbre de esperança.
Ela sabia que Merrick e Andre eram os amigos mais próximos de Sterling e talvez pudessem ajudá-la a conversar com ele e fazê-lo entrar em razão.
Faye rapidamente pegou suas vestes no gancho da porta e correu pela fortaleza, seus pés descalços ignorando o frio dolorido da pedra e da neve enquanto ela olhava sobre a beirada das ameias.
Havia dezenas de cavalos e carroças entrando na fortaleza. As bandeiras de dragão reg do forte eram como um farol de resgate na noite. No entanto, ela franzia a testa e fazia uma careta ao ver muitos cavaleiros feridos sendo retirados das carroças.
Parecia que a batalha em Easthaven havia tido um custo mais pesado do que ela previra.
Faye voltou a si imediatamente e acelerou até a entrada do forte. Não era hora de preocupar-se consigo mesma ou com Sterling. Havia homens que precisariam de cura para seus graves ferimentos. Isso era algo que ela sabia que poderia cuidar.
Assim que ela passou pelas portas do forte. Lá, Faye notou Andre, com Tobias ao seu lado. Ela sentiu uma onda de alívio ao saber que ambos haviam retornado em segurança e sem danos. Andre parecia estar tendo uma conversa pesada com Merrick.
“Duquesa!”
Tobias gritou por cima da confusão e correu de encontro aos seus braços. “Você sentiu nossa falta?” ele perguntou como só uma criança poderia perguntar.
Faye gargalhou com o menino entusiasmado, que a abraçou apertado. Faye deu um beijo no seu rosto sujo e suado. “Senti sua falta, Tobias, e de todos os cavaleiros.” Ela sentiu um calor irradiar por ela enquanto ele a abraçava mais forte. “Estou feliz em ver que você está bem. Acho que você deve ter crescido desde a última vez que te vi.”
“Tobias…!” a voz de Andre chamou seu nome em tom de repreensão. “O que eu disse sobre isso? Você não pode sair por aí se agarrando à duquesa assim.” ele inclinou a cabeça e estreitou os olhos irritado com o jovem escudeiro.
“Vá para os estábulos e solte a égua. Você conhece suas obrigações.”
Faye olhou para Tobias com preocupação. Ele era tão jovem, e Andre parecia duro demais com ele.