A Noiva Indesejada do Alfa - Capítulo 523
Capítulo 523: O Retorno de Cherry
Assim que Cereja deu suas instruções finais a Auburn, ela estalou os dedos para o motorista e então a carruagem retomou.
Eles ficaram quietos por um tempo e então Coral respirou fundo e virou-se para encarar Cereja.
“Você tem certeza de que isso vai funcionar?” Coral perguntou.
“Vai.” Cereja insistiu. “Não há espaço para falhas.”
“E o que vai acontecer com Belle?” Coral perguntou sensata. “Belle deveria ser Rainha. Agora que essa impostora está aqui, vai contradizer tudo.”
“Não contradiz nada.” Cereja respondeu irritada. “Ainda vai ser a mesma coisa. Você prefere que sua mãe descubra que Jasmine é neta dela e então perceba que você matou sua irmã?”
“Aparentemente eu não a matei.” Coral disse sombriamente.
“E de quem é a culpa disso?” Cereja exigiu saber.
Coral não respondeu e virou-se para encarar a janela aberta.
“Melhor.”
Coral odiava ser lembrada de seus erros.
Ela odiou Scarlett a vida toda e não se arrependeu de matá-la.
A única coisa de que se arrependeu foi o fato de não ter conseguido matá-la.
Agora isso era uma bagunça.
“Você não se pergunta como ela sobreviveu? Scarlett? Sobreviveu tanto tempo que conseguiu acabar como uma escrava na matilha do luar e até teve um filho?!” Coral disse horrorizada.
“Eu me pergunto. Perguntei a todos por informações, mas ninguém tem nada sobre ela. Era como se ela tivesse aparecido um dia e começado a viver lá. A estúpida Jasmine nem sabe como ela chegou lá. As únicas pessoas que poderiam nos contar agora estão mortas.” Cereja respondeu sombriamente.
“Como ela sobreviveu ao afogamento? Por que ela não voltou?” Coral olhou aflita. “Desde que descobri que ela viveu, tenho tido pensamentos terríveis. E se ela voltou para casa e contou a eles que eu a empurrei.”
“Bem, isso não aconteceu, aconteceu? Imaginar coisas que nunca aconteceram não nos faria bem, você não acha?” Cereja ergueu a sobrancelha enquanto pegava um frasco de álcool de sua bolsa.
E por isso Coral estava agradecida.
Agradecida por isso nunca ter acontecido.
Teria sido um desastre.
“Quanto antes soubermos como ela voltou à vida, melhor. Você disse afinal. Uma bruxa disse à mãe que a neta dela estava viva.” Coral fungou. “Essa pessoa poderia voltar.”
Cereja esfregou as sobrancelhas aparentemente irritada com as inúmeras perguntas que Coral tinha para ela.
“Isso também não vai acontecer. Eu coloquei um feitiço de proteção em todo o reino. Antes que qualquer bruxa entre, eu seria informada.” Cereja respondeu bruscamente.
“E quanto a Marie? A bruxa para quem você nos levou?” Coral perguntou.
“Meu Deus! Você está sendo como você mesma, uma criança irritante de novo. Todas essas perguntas que você faz.” Cereja rebateu irritada.
“Não posso evitar.” Coral respondeu. “Desde o momento em que você voltou, as coisas têm vindo à tona.”
Os olhos de Cereja se estreitaram astutamente. “Você está, talvez, colocando a culpa em mim?”
“Não, claro que não.” Coral respondeu apressadamente.
Deusa. Ela esperava que a viagem acabasse logo!
Ficar sobrecarregada com sua tia na carruagem a enlouquecia.
“Estou apenas um pouco preocupada.” Coral admitiu.
“Então encontre uma maneira de parar isso!” Cereja respondeu com desgosto. “Eu voltar para o reino foi a melhor coisa que poderia acontecer. Jasmine ainda teria encontrado um jeito de entrar na família real e você teria que lidar com tudo sozinha. Você é tão ingrata. Depois de tudo que eu sacrifiquei por você?”
Coral começou a se sentir pequena.
“Sinto muito, tia.” Coral pediu desculpas.
Cereja ignorou o pedido de desculpas e continuou. “Quanto a Marie, ela não vai dizer nada. Ela tem limites que não pode ultrapassar. Eu também não posso ir a ela em busca de assistência, porque acredito que ela suspeita que nós matamos a irmã dela.”
Coral suspirou de exaustão e se recostou em seu assento.
Horas depois, começaram a entrar nas muralhas do castelo.
A carruagem deles parou e as portas foram abertas.
Os guardas chegaram para ajudá-los.
“Mãe!”
Era ninguém menos que Belle.
Belle correu e abraçou Coral.
Coral abraçou sua filha.
Ela beijou sua bochecha.
“Como foi a viagem, tia?” Belle perguntou a Cereja.
“Cansativa.” Cereja arrastou as palavras. “Mas ajudar o povo deste reino nunca é uma má ideia.”
“Coral!”
Era ninguém menos que o próprio Rei Rolando.
Ele estava de pé com alguns de seus homens.
“Pai.” Coral engoliu seco enquanto ia cumprimentar seu pai.
“Aonde você foi?” Ele perguntou antes que ela pudesse cumprimentá-lo.
“Tia Cereja e eu fomos ajudar com algum trabalho de caridade.” Coral disse.
“Eu não sou tão ruim, Rolando.” Cereja disse com um sorriso.
“Cobras adultas nunca trocam de pele.” Ele sibilou com um tom de desgosto.
“Estou ofendida, Rolando.” Cereja riu.
Ele se virou para encarar sua filha e tinha uma máscara de trovão. “Você saiu sem minha permissão!”
“Eu não sou uma criança, pai!” Coral chorou. “Eu tenho uma filha de vinte anos, pelo amor da deusa.”
“É esse raciocínio de você não ser uma criança que te colocou nessa situação.” Rolando retrucou.
A boca de Coral caiu em choque com as palavras duras de seu pai.
“Rolando, como você pode dizer uma coisa dessas!” A vozinha de Rosa quase não foi um grito.
Ela correu para onde eles estavam. “Como você pode dizer uma coisa dessas para sua própria filha? E na frente dos servos, pelo amor de Deus.”
“Estou errado ou estou certo?” Ele respondeu de volta a Rosa.
Rosa ficou chocada com sua rispidez.
“Você sempre fica do lado dela.” Ele cuspiu em raiva.
Rosa piscou em choque.
“O que deu em você?” Rosa sussurrou severamente enquanto tocava seu braço.
“Tudo!” Ele gritou tão alto que todas as pessoas que estavam em seus próprios afazeres tiveram que se virar.
Ele estava respirando tão forte, e em um piscar de olhos ele foi embora.
Rosa conseguiu dar um sorriso fraco. “Ignore seu pai, ele está de mau humor.”
Coral foi embora, recusando-se a ouvir o que quer que sua mãe tivesse a dizer.
Belle foi atrás dela
Rosa tentou ir atrás de Coral, mas Cereja segurou sua mão.
“Não. Ela não vai te ouvir. Ela me vê mais como mãe dela. Eu vou acalmá-la.” Cereja disse.
Um lampejo de dor passou pelo rosto de Rosa ao perceber que sua irmã era mais mãe de sua filha do que ela mesma.
Mas Rosa simplesmente deu um passo para trás e assentiu em aprovação enquanto Cereja ia atrás dela.
Deixando a Rainha Rosa negligenciada.