A Noiva Indesejada do Alfa - Capítulo 512
Capítulo 512: Amara
O sol da manhã filtrava-se pelas janelas altas e arqueadas do castelo, dourando os pisos de mármore em um suave ouro.
Coral sentava-se rigidamente à mesa do café da manhã, colher suspensa sobre seu queijo intocado, olhos fixos em sua tia.
Cereja estava radiante como sempre, seu vestido de um profundo carmesim que reluzia à medida que ela se movia.
Ela falou suavemente, suas palavras pingando com doce convicção. “Veja, irmã,” disse a Rosa, “estava pensando, eu deveria visitar os pobres vilarejos à beira do rio. Apenas por alguns dias. A caridade nunca deve ser negligenciada, e como nossos pais nos ensinaram, compaixão é a coroa da nobreza.”
Rosa sorriu de leve, tocada. “Sim, Cereja. É bondade sua. Mas alguns dias?”
“Não levará mais de três.” Ela assegurou.
Rosa suspirou. “Certo. Leve Coral junto. Será bom para ela ver as pessoas. Eu informarei a seu pai quando ele voltar.”
Coral aliviou-se de que seu pai não estava presente, poderia ter sido muito difícil.
Cereja inclinou a cabeça graciosamente, embora seus olhos piscassem para Coral com uma faísca secreta. “Claro, Rosa. Ela irá comigo.”
Coral forçou um sorriso, seu estômago revirando. Ela sabia que isso não era uma simples visita de caridade.
Uma hora depois, as duas mulheres desciam os degraus do castelo, mantos apertados ao redor delas, e entraram na carruagem que as aguardava.
Os guardas acreditavam que estavam a caminho dos vilarejos do rio, mas uma vez que os portões fecharam atrás delas, Cereja inclinou-se para frente e bateu com força na madeira.
“Para a cidade de Greystone,” ela ordenou.
O motorista não pareceu hesitar, Greystone era conhecida por sua reputação desagradável, ele partiu
Com um solavanco, a carruagem desviou da estrada principal.
Coral apertou seu manto mais firmemente. “Tia… Greystone? Por que lá, de todos os lugares?”
Cereja sorriu, acomodando-se contra as almofadas como se estivesse apenas indo a um festival. “Porque, querida, quando você busca sombras, não procura sob a luz do sol. Você procura onde a escuridão prospera. E em Greystone, a escuridão prospera esplendidamente.”
“Mas o motorista não iria relatar?” Coral perguntou preocupada.
“Você se preocupa demais, criança. Ele é meu motorista pessoal e é leal apenas a mim.” Cereja disse, reclinando-se no assento de veludo macio.
A jornada foi longa, a paisagem mudando de florestas exuberantes para campos áridos, até finalmente a carruagem chocalhar nas ruas tortuosas de Greystone.
O ar cheirava a fumaça e cerveja velha, os edifícios se inclinando como velhos cansados, suas janelas meio quebradas.
Risos e gritos ecoavam suavemente dos becos, dando à cidade uma energia inquieta e assombrada.
A carruagem parou diante de uma mansão decadente e espalhada. Suas janelas brilhavam fracamente, e uma música suave flutuava de dentro. O portão de ferro estava aberto, como se ousasse os visitantes a entrar.
Coral franziu o nariz. “Este lugar…”
Cereja desceu graciosamente, seu manto rodopiando. “Ah, lar longe de casa.” Seu sorriso era afiado, seus olhos brilhando. “Venha, Coral. Deixe-me apresentá-la a uma velha amiga.”
As pesadas portas de madeira rangiam enquanto entravam.
O ar estava espesso com perfume e fumaça. Mulheres em vestidos de seda e homens com olhares famintos perambulavam pelos corredores, suas risadas misturando-se com sussurros.
No final do salão, uma mulher apareceu, alta e marcante. Seus cabelos negros brilhavam sob a luz da lanterna, seus lábios pintados de um vermelho escandaloso. Ela usava um vestido de cetim verde-esmeralda que se ajustava às suas curvas, sua presença dominando todo o espaço.
“Cereja.”
A voz dela era rouca, carregada de memória e deleite. Ela avançou com os braços abertos, suas pulseiras tilintando.
Antes que Coral pudesse reagir, ela puxou Cereja para um abraço feroz, segurando-a perto.
Quando finalmente se afastou, ela acariciou o rosto de Cereja com as mãos adornadas com anéis de joias. “Quando recebi a sua mensagem, quase desmaiei. Faz tanto tempo. Achei que nunca mais a veria.”
O sorriso de Cereja suavizou, por um momento fugaz quase genuíno. “Candy.”
Antes que Coral pudesse piscar, Candy pressionou seus lábios contra os de Cereja em um beijo que durou tempo demais.
Coral engasgou alto, horrorizada.
Cereja apenas inclinou a cabeça e aceitou o beijo, depois se afastou com uma risada maliciosa. Candy virou-se, pegando a expressão de olhos arregalados de Coral, e explodiu em gargalhadas.
“Oh, olhe para ela! O que é isso? Tão adequada, tão escandalizada. Ela é doce.” Candy disse. “Onde você a encontrou.”
Cereja juntou-se às risadas, embora a dela fosse mais aguda. “Ela é minha sobrinha. Ela vai aprender.”
As bochechas de Coral ardiam em carmesim, suas mãos apertando suas saias. “Isso é loucura.”
“Chega,” Cereja resmungou levemente, embora a diversão brilhasse em seus olhos. “Venha. Negócios antes do prazer.”
Candy sorriu, entrelaçando seu braço com o de Cereja. “Sim, sim. Siga-me.”
Elas caminharam por um corredor escuro cercado por portas, vozes abafadas e risos emanando de dentro.
Coral manteve seu olhar fixo à frente, tentando ignorar os sons pecaminosos ao redor. Sua pele arrepiava, ainda assim Cereja caminhava com a facilidade de quem está perfeitamente em casa.
Sons de homens e mulheres fazendo sexo podiam ser ouvidos por toda parte.
Finalmente, Candy abriu uma porta que levava a uma câmara luxuosa, todas cortinas de veludo e móveis com detalhes dourados.
Além da câmara, portas de vidro se abriam para uma pequena varanda onde a luz do sol se derramava sobre um conjunto de flores em flor.
Uma garota estava lá, de costas para eles, arrumando um vaso de rosas.
Seu cabelo era de um castanho rico, descendo por suas costas em ondas. Ela se movia com uma graça silenciosa, cantarolando suavemente sob sua respiração.
Os lábios de Candy se curvaram enquanto ela gesticulava em direção à varanda. “Lá está ela.”
O fôlego de Coral parou.
Mesmo de costas, a garota emanava uma beleza desarmante, sua figura esbelta, sua postura elegante.
“Amara!” Candy chamou.
A garota virou imediatamente, seus grandes olhos cor de avelã capturando a luz. Seu rosto era delicado, quase angelical, seus lábios suaves e rosa.
Ela não parecia mais velha que Jasmine, porém sua beleza era impressionante de um jeito diferente, polida, quase perfeita demais.
O sorriso de Cereja se espalhou lentamente, seu olhar devorando a visão. Ela deu um passo à frente, sua voz pingando de satisfação. “Oh, Candy… ela é perfeita.”
Amara inclinou a cabeça, um lampejo de curiosidade cruzando seu rosto enquanto ela colocava o vaso no chão. “Você me chamou?” Sua voz era suave, melódica, embora carregasse um leve tom de cansaço.
Os olhos de Candy brilhavam de orgulho. “Amara, conheça Lady Cereja. Uma velha… querida amiga.”
Cereja se aproximou, seu olhar nunca vacilando. “Amara,” ela repetiu suavemente, saboreando o nome. “Sim, você fará maravilhosamente.”