A Noiva Indesejada do Alfa - Capítulo 497
Capítulo 497: Thalira
Jasmine estava parada silenciosamente na porta.
Ninguém conseguiu sequer proferir uma única maldita palavra.
Sua figura parecia tão pequena sob a camisola azul suave, suas pernas pálidas mal se mantinham firmes.
A toalha enrolada estava aninhada em seus braços, como se ela estivesse protegendo algo frágil e sagrado.
Os olhos dela não estavam mais vermelhos de chorar—apenas vidrados, cansados. Assombrados.
Sem alma e vazios.
O corredor ficou silencioso.
A boca de Fiona se abriu ligeiramente, os olhos se arregalando enquanto ela dava um passo lento à frente, mas Jasmine não se moveu.
Ela apenas olhou para eles, o olhar passando de Erik para Nanny Nia, e finalmente fixando-se em Fiona.
“Eu ouvi vozes,” ela disse suavemente, a voz ainda rouca, quebrada como algo não usado por muito tempo. “E eu pensei que talvez…”
Suas palavras se desvaneceram. Ninguém ousou terminar a frase.
Nanny Nia correu imediatamente em direção a ela. “Você não deveria estar em pé… venha, deixe-me levá-la-”
“Não.” Jasmine balançou a cabeça levemente, parando Nanny Nia imediatamente no caminho. “Ela é minha. Ela fica comigo.”
Seus braços apertaram levemente a toalha. A mão de Fiona foi à boca, um soluço sufocado escapando.
Ela segurava a toalha ferozmente como se alguém fosse tirar seu bebê dela.
“Eu só queria um pouco de ar,” Jasmine acrescentou. “E… caminhar. Mesmo que só um pouco.”
“Você deveria descansar,” Nanny Nia sussurrou, acariciando cuidadosamente o braço de Jasmine.
“Eu tenho descansado,” Jasmine disse. “Agora eu quero enterrá-la.”
Havia um silêncio muito mais tenso na sala do que na sua chegada.
Um suspiro ficou preso na garganta de Erik.
Ele olhou para o chão, incapaz de encontrar o olhar dela. Os braços de Fiona se envolveram em torno de si mesma.
Nanny Nia assentiu rapidamente, colocando uma mão no ombro de Jasmine. “Claro, então é isso que faremos. Ninguém vai impedir você.”
Um silêncio pesado seguiu novamente. Jasmine se moveu ligeiramente e olhou para Erik, sua voz agora um sussurro.
“Eu sei o que você fez.”
O fôlego de Erik parou. Seus olhos subiram lentamente para encontrar os dela.
“Você não me colocou na cela,” ela continuou, “mas você também não impediu. Você sabia que algo estava errado. Eu vi isso nos seus olhos naquela noite. Mas você se virou.”
Erik abriu a boca, mas nenhum som saiu.
“Eu não estou com raiva,” disse Jasmine, ainda olhando para ele. “Eu só estou… cansada. Decepcionada. Eu pensei que você, de todas as pessoas, iria defender-me. Como eu estava errada.”
Ele deu um passo à frente, vergonha visível em seu rosto. “Jasmine, eu nunca quis nada disso—”
“Eu sei,” ela interrompeu, a voz firme, mas calma. “Isso é o que torna tudo pior.”
Suas palavras pousaram como um tapa, suave mas devastador.
Fiona exalou lentamente e estendeu a mão para Jasmine.
A última vez que falaram, a última vez que as duas melhores amigas se viram, tiveram uma discussão amarga.
Mas agora nada disso importava.
A tragédia as havia juntado e feito esquecer as diferenças.
Fiona agora endireitava-se. “Estamos com você.”
Jasmine não disse nada e então retoma seu caminho à frente, já caminhando pelos corredores arqueados.
Nem uma única palavra a mais. Apenas o movimento constante de seus pés no chão de pedra.
Quando tinham certeza de que havia uma distância bastante segura dela, mas ainda assim ela estava à vista, eles começaram a caminhar atrás dela.
Erik tentou acompanhar e Fiona o parou imediatamente.
“Ela não quer te ver ou ter você por perto.” Fiona disse. “Você já não fez o suficiente?”
“Eu só quero consertar as coisas.” Ele disse.
“Se você realmente quisesse, você a deixaria.” Ela afirmou.
Erik parecia que tinha mais a dizer, mas o olhar severo de Fiona lhe dizia que ele não era necessário.
Ele suspirou relutantemente e se virou indo na direção oposta.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
O enterro aconteceu em silêncio.
Debaixo da maior árvore de salgueiro no jardim, com o vento sussurrando pelas folhas como canções de ninar.
Jasmine escolheu o local ela mesma. Disse que era o único lugar em toda a alcateia que já pareceu verdadeiramente pacífico.
Elas tinham andado e andado Fiona e Nanny Nia começaram a se preocupar que Jasmine desabaria de fraqueza, ou talvez ela estivesse tão exausta que estivesse alucinando para onde estava levando-as.
Mas quando finalmente chegaram, era um lugar que ninguém sabia que existia.
Um lindo lago e jardim escondidos entre os arbustos feios e quebrados.
A árvore de salgueiro cantando bem acima do lago e proporcionando abrigo enquanto suas folhas caíam uma por uma.
Nenhuma delas disse uma palavra.
Jasmine caminhou à frente sob a árvore de salgueiro.
Nanny Nia e Fiona permaneceram próximas, cabeças curvadas, enquanto Jasmine se ajoelhava e colocava a toalha enrolada suavemente na grama.
“Este era meu lugar feliz.” Jasmine disse em voz alta, embora parecesse mais ao bebê do que às suas companheiras. “Eu tinha um justinho como este na alcateia onde fui criada.”
E então ela usou suas unhas para começar a cavar o solo suavemente.
“Jasmine, você tem certeza de que não deveríamos ajudar v-
Mas Jasmine interrompeu Fiona ao virar as costas para elas e continuar cavando.
Nanny Nia segurou o ombro de Fiona impedindo-a de estender a mão para ajudá-la.
Jasmine retomou a cavar e cavar com as mãos nuas.
Logo ela ficou agressiva e começou a chorar e gritar.
Ainda se recusando a parar enquanto suas unhas cavavam o solo e eram perfuradas por pedras.
Mas ela continuou.
Quando ela ficou satisfeita com a pequena cova.
Ela gentilmente pegou as toalhas enroladas e as segurou em seu peito.
Ela a embalou no peito e começou a cantar bem suavemente.
Uma canção que Urma costumava cantar para ela quando era uma garotinha.
Quando terminou.
Ela beijou a toalha.
“Este mundo cruel não mereceu você. Descanse Thalira.” Jasmine disse enquanto gentilmente colocava a toalha no chão.
“Thalira.” Nanny Nia sussurrou calmamente em compreensão. “Esse era o nome que ela escolheu para o bebê.”
O coração de Fiona se despedaçou. “Thalira significa companheira da lua.”
Nanny Nia lutava contra as lágrimas nos cantos dos olhos.
“Sim. Ela sempre falava como ter esse bebê significava que ela finalmente tinha uma companheira na vida.” Nanny Nia conseguiu. “Sh… Ela…”
Nanny Nia pausou tentando se controlar.
Antes que pudesse continuar, Fiona terminou por ela, as lágrimas sendo sugadas. “Ela é intransferida e nunca sentiu sua conexão com a lua. Então ela nomeou a criança Thalira, que significava companheira da lua. A companheira que nunca teve e sua primeira conexão com a lua como um lobo.”
As mulheres permaneceram em silêncio, seus corações sendo sobrecarregados por quão trágico era.