A Noiva Indesejada do Alfa - Capítulo 496
Capítulo 496: Um Bebê Morto
Babá Nia não se moveu. Ela ficou ajoelhada ao lado da cama, sua mão ainda segurando frouxamente a de Jasmine, embora parecesse que estava segurando um fantasma.
O silêncio se estendia entre elas como um nevoeiro espesso.
Jasmine não piscava. Não se mexia. O peito subia e descia tão suavemente, que Babá Nia temia que ela pudesse se afastar novamente, desta vez para sempre.
Mas ela não fez isso.
Ela ficou sentada ali—vazia, imóvel. Como se sua alma tivesse ido para algum lugar muito, muito distante.
“Eu deveria ter protegido você,” Babá Nia sussurrou, mais para si mesma do que para qualquer outra pessoa. “Eu deveria ter feito mais. Eu deveria ter sabido.”
Ainda sem resposta.
Babá Nia estava horrorizada.
Preocupada que Jasmine tivesse perdido todo o seu ser.
Babá Nia gentilmente se levantou de seus joelhos e caminhou até a cadeira onde estava sentada.
Ela pegou a toalha embrulhada e caminhou suavemente até Jasmine.
Talvez se ela trouxesse a criança morta, Jasmine sentiria algo pelo menos.
“Eu não queria fazer nada com ela… com isso,” ela sussurrou. “Eu disse a eles que era sua decisão. Não minha. Nem da Marie. Nem mesmo dele.”
Ela passou a mão pela borda da toalha, suas mãos tremendo. “Ainda está aqui, querida. Se você quiser ver… eu posso—”
“Não.”
A palavra saiu rachada e seca, mas firme.
Instantaneamente atordoando Babá Nia.
Jasmine não olhou para ela. Seu olhar permaneceu fixo em nada além de algum lugar invisível que só ela podia ver.
“Jasmine.” Babá Nia sussurrou.
Mas ela permaneceu imóvel.
E por um bom tempo, nenhuma delas se moveu.
O mundo lá fora continuou, a manhã se desdobrando em um novo dia. Mas dentro do quarto, o tempo ficou parado.
Apenas uma garota quebrada e a mulher que se recusava a sair de seu lado.
Quando Babá Nia percebeu que não haveria muita diferença em relação a Jasmine, ela muito delicadamente colocou a toalha embrulhada em seu colo.
Jasmine se contraiu, mas se retraiu e permaneceu congelada.
Babá Nia esperou por mudança, mas Jasmine não reagiu.
Babá Nia achou que talvez ela precisasse de um tempo sozinha, então se afastou da cama.
“Vou te dar um tempo sozinha.” Babá Nia disse.
Quando estava na porta prestes a sair, pensou ter ouvido uma voz pequena.
“O que?” Babá Nia disse ao se virar.
“Eu disse o que era?” A voz rouca e trêmula de Jasmine perguntou.
“Era uma menina.” Babá Nia respondeu.
Jasmine permaneceu imóvel por um tempo e então Babá Nia observou enquanto ela gentilmente estendeu a mão sobre as dobras da toalha.
E então o que parecia ser uma lágrima caiu.
E então mais vieram e Jasmine gentilmente puxou-a para perto de si e começou a chorar.
Ela gritou e chorou.
Babá Nia, agora aliviada por ela finalmente estar liberando suas emoções, correu para o lado dela. Ela puxou Jasmine para os braços.
As duas, junto com a toalha embrulhada, sendo apertadas contra seu peito.
Jasmine chorou tanto que Babá Nia podia sentir as lágrimas molhando seu vestido.
Mas ela não se importava.
Ela apenas segurou Jasmine enquanto ela chorava.
Depois de um tempo chorando, Jasmine gentilmente soltou Nanny Nia e segurou as ataduras.
Ela ficou quieta enquanto fungava.
E então logo ela quebrou o silêncio.
“Eu sabia que seria uma menina.”
Nanny Nia deu um sorriso fraco.
Nanny Nia penteou seu cabelo e deu um beijo em sua testa.
Jasmine ficou quieta novamente por um instante.
“Posso enterrá-la?” Jasmine perguntou a ela.
“Claro que pode.” Nanny Nia incentivou. “É seu direito.”
Nanny Nia começou a ouvir alguns ruídos na porta e franziu a testa.
“Está tudo bem?” Jasmine perguntou, seu rosto ainda pálido.
“Claro.” Nanny Nia disse descendo da cama. “Só me dê um segundo.”
E com isso Nanny Nia saiu apressada do quarto e assim que fechou a porta atrás de si, virou-se para encarar quem eram os barulhentos.
“Você não tem o direito de estar aqui.” Fiona estalou para Erik.
“O que está acontecendo?” Nanny Nia interrompeu os dois.
Havia tensão no ar.
“Eu só vim ver Jasmine.” Erik declarou voltando-se para Nanny Nia. “E ela não me deixa.”
“Claro que não deixo. O quê? Veio terminar o trabalho?” Fiona retorquiu com as mãos na cintura.
“Você age como se eu fosse machucar Jasmine algum dia.” Ele declarou.
“Bem, você não precisava. Pelo menos não diretamente. Sempre está lá quando as coisas dão errado. Covarde demais para dizer qualquer coisa.” Fiona estalou.
Nanny Nia sentiu que havia algo mais errado ali.
“Ei, ei, ei.” Nanny Nia parou-a. “Vocês dois parem. Chega!”
E então ela agarrou os braços deles e os forçou a descer o corredor, longe do quarto.
Quando teve certeza de que eles estavam fora de alcance dos ouvidos, ela os encarou.
“Qual é o problema de vocês dois?” Ela exigiu. “Agindo como crianças. Jasmine já está passando por um momento difícil e vocês dois só estão piorando as coisas.”
Ela se voltou para Fiona. “Você não tem o direito de afastá-lo de ver Jasmine. Ele não colocou Jasmine na cela.”
Erik sorriu e então Nanny Nia se virou de volta para ele. “Você não a apoiou e isso já mostra de que lado você está.”
Era a vez de Fiona sorrir para Erik.
“Sério, qual é o problema de vocês dois?” Ela exigiu. “Fazendo isso sobre vocês mesmos. Ela acabou de perder o filho, pelo amor da deusa. Ela já está perturbada.”
“Eu só quero saber se ela está bem.” Erik declarou.
“E eu entendo isso.” Nanny Nia respondeu. “Mas não acho que ela gostaria de ver você ou qualquer pessoa agora.”
Erik suspirou.
“Eu entendo. Sinto muito.” Ele se desculpou.
“Eu sei.” Nanny Nia assentiu. “Mas não sou eu que você deveria dizer isso.”
Todos ficaram quietos.
A porta agora se abriu e eles se viraram.
Era Jasmine, vestindo a camisola azul que Nanny Nia havia colocado nela após a cirurgia, com a toalha dobrada em seus braços.