A Noiva Indesejada do Alfa - Capítulo 495
Capítulo 495: O Despertar
A luz da manhã escorregava suavemente pelas cortinas semi-abertas, lançando raios dourados pálidos sobre a manta de pele que cobria a forma imóvel de Jasmine.
O quarto estava silencioso agora—silencioso demais. Apenas o suave farfalhar das árvores lá fora e o murmúrio distante da água preenchiam o ar.
Babá Nia sentava-se ao lado da cama, seus dedos apertados com força em torno da mão pálida de Jasmine. Ela não tinha saído do seu lado desde a noite anterior.
Seus olhos estavam delineados de vermelho flag com exaustão, mas ela não podia descansar. Não até ter certeza. Não até Jasmine voltar.
Ela tinha estado acordada a noite toda.
Mal conseguia dormir.
Ela estava preocupada que, se dormisse, de alguma forma algo ruim aconteceria com Jasmine.
Ela respirou fundo e olhou para Jasmine, ainda inconsciente.
Mesmo com a cicatriz e o cabelo vermelho, ela era sempre bonita.
Babá Nia pensou no fato de que o bebê morto ainda estava ali.
Marie tinha pensado em dar um destino a ele, Babá Nia podia se lembrar.
Marie tinha embrulhado tudo em uma toalha arrumada e começou a deixar o quarto quando Babá Nia a interrompeu.
“Para onde você vai?” Ela perguntou com os olhos presos no feto embrulhado. “Com ….isso.”
Seus olhos se fixaram no embrulho de toalha.
“Bem. Vou dar um destino a ele.” Marie disse.
Babá Nia ficou instantaneamente desconfortável. “Eu não acho que você deveria fazer isso.”
“Por que não?” Marie franziu a testa. “Está morto. O que? Você acha que vai ressuscitar?”
“Não…” Babá Nia suspirou estressada. “Claro que não.”
“Então você quer ser a pessoa a fazê-lo?” Marie perguntou.
“Não.” Babá Nia respondeu um pouco rápido demais. Ela esfregou a testa e afastou Marie.
Como se quisesse proteger Jasmine de ouvir, mesmo que ela ainda estivesse inconsciente.
Agora elas estavam ambas à porta.
“Eu não acho que nenhum de nós tem o direito de fazer isso.” Babá Nia expressou.
“Nem mesmo Xaden?” Marie levantou uma sobrancelha.
“Especialmente ele.” O rosto de Babá Nia contraiu-se. “Não depois do que ele fez.”
Babá Nia suspirou pesadamente. “É o filho dela. Deixe-a acordar e decidir o que quer fazer com isso. Não nós.”
Marie olhou para a toalha bem embalada e suspirou. “Ainda não entendo vocês e seus sentimentos. Mas tudo bem. Ela pode dar um destino sozinha.”
“Obrigada.” Babá Nia disse.
“Por enquanto, você fica com isso.” Marie disse, forçando-a a pegar o embrulho nos braços de Babá Nia.
Babá Nia o tinha no colo até agora.
Bem embrulhado em toalhas como um pão escondido.
Um som fraco escapou dos lábios de Jasmine… quase um suspiro, acordando Babá Nia de seu fluxo de pensamentos.
Babá Nia sentou-se imediatamente, logo após pegar delicadamente o embrulho de toalha do seu colo.
Seu coração batia descontroladamente enquanto ela se inclinava mais perto, quase com medo de ter imaginado.
Então aconteceu de novo—um gemido suave, como o fantasma de uma voz despertando de longe.
Os cílios de Jasmine tremularam.
Babá Nia soltou um soluço engasgado, cobrindo a boca. “Jasmine?” ela sussurrou, a voz trêmula.
Babá Nia rapidamente, mas suavemente, colocou a toalha no assento antes de caminhar devagar até a cama de Jasmine. “Querida… você pode me ouvir?”
A testa de Jasmine franziu ligeiramente. Seus lábios se entreabriram, rachados e secos, mas lutando para formar algo—qualquer coisa. Então um sussurro rouco, mal audível:
“…Nia?”
As lágrimas de Babá Nia vieram todas de uma vez. Ela se inclinou para frente, tirando os cabelos da testa úmida de Jasmine. “Sim, querida. Sim, estou aqui. Você está segura.”
Jasmine piscou devagar, desorientada. Seus olhos varreram o quarto, vidrados e desfocados, até pousarem no rosto de Babá Nia.
Agora Babá Nia estava ajoelhada ao lado dela no chão, lágrimas escorrendo pelo rosto da velha mulher.
Jasmine tentou falar novamente, mas parou. Sua mão moveu-se, mal, e roçou sobre seu estômago.
Nanny Nia ficou instantaneamente fria com os reflexos agudos de Jasmine e a percepção de que ela saberia.
Foi quando a expressão de Jasmine mudou. Confusão se transformou em pavor enquanto ela passava os olhos sobre uma barriga agora murcha.
Seus lábios tremeram. “Onde…?”
A mão de Nanny Nia apertou a dela. “Não se apresse, querida. Apenas respire.”
Mas a respiração de Jasmine já estava falhando. Seus olhos, antes vidrados, agora estavam aguçados de pânico.
“Onde está meu bebê?” ela perguntou, a voz fraca, mas aterrorizada. “Por que minha barriga está lisa?”
Nanny Nia não pôde falar.
Jasmine olhou para ela, faminta por respostas.
E então ela começou a se sentar na cama muito suavemente.
Ela gemeu de dor enquanto movia seu corpo.
“Não, vá com muita calma.” Nanny Nia disse rapidamente, vindo em seu auxílio enquanto a ajudava gentilmente a se sentar.
Jasmine massageou a têmpora com a mão direita ainda protetora sobre o estômago.
Uma vez que estava acomodada, ela olhou para Nanny Nia.
“Por que minha barriga está lisa?” Jasmine perguntou confusa.
Nanny Nia sentiu-se fria e terrível.
Ela temia o fato de que tinha que ser ela a dar a notícia.
“Você não se lembra do que aconteceu?” Nanny Nia perguntou a ela enquanto gentilmente passava os dedos pelos cachos vermelho fogo.
Jasmine balançou levemente a cabeça e então pausou.
“Não… não realmente.” Jasmine afirmou. “Acho que lembro de ter visto você na noite anterior e então minha barriga começou a doer… E então vi sangue e….
E então Jasmine congelou e olhou entre suas pernas, como se procurasse o sangue.
“Eu já dei à luz?” Jasmine perguntou confusa. “Onde está meu bebê?”
Nanny sentiu seus ossos ficarem ainda mais frios.
Como ela desejava que Jasmine já soubesse.
Ela odiava ter que dar a ela a terrível notícia.
Ela segurou a mão de Jasmine. “Jasmine, eu tenho algo para te contar.”
Jasmine franziu a testa.
“Você teve algumas complicações… e sangrou e….” Nanny pausou.
“E o quê?” Jasmine perguntou angustiada.
Nanny Nia fechou os olhos. “O bebê não sobreviveu.”
Era como se as mãos de Jasmine ficassem instantaneamente frias.
Como se caíssem mortas instantaneamente.
Não havia sentimento em seus ossos.
Nenhum que Nanny Nia pudesse sentir de qualquer maneira.
O rosto de Jasmine agora estava branco e pálido.
Ela não disse nenhuma palavra, apenas olhou para o espaço.
Ela nem mesmo chorou.
Nanny Nia permaneceu de joelhos sem saber o que dizer ou fazer.
“Você está bem, querida?” Nanny Nia perguntou a ela.
Mas Jasmine não disse nada.
E na próxima vez que Nanny Nia encontrou os olhos de Jasmine, eles estavam vazios.
Sem alma.
Mortos.