A Noiva Indesejada do Alfa - Capítulo 494
Capítulo 494: Realização
Erik avançou pelo corredor, a mandíbula cerrada, a visão entupida de fúria. A raiva ainda fervilhava sob sua pele, seu lobo uivando dentro dele.
Tudo isso era culpa de Xaden e Anna.
Se ao menos Anna tivesse fechado sua boca enganadora.
Ele sabia que não havia como nos sete infernos que Jasmine tivesse feito o que Anna a acusou.
Ele também sabia que Anna era uma mentirosa de sangue frio.
Uma qualidade dela que seu querido irmão desconhecia.
Xaden estava cego por Anna e sua culpa por não tê-la criado como sua irmã.
E por isso ele acreditava em tudo que ela lhe contava.
Enquanto isso, Xaden, por outro lado, tinha sido enganado pelas falsas evidências.
Erik tentou o seu melhor para fazer Xaden relaxar e ver as coisas através.
Mas Xaden insistiu que ela deveria ser punida.
E agora veja.
Jasmine deve odiá-lo também porque, assim como Marie disse, ele havia feito o papel de advogado do diabo.
Ele era tão culpado quanto Xaden.
Ele estava fervendo de raiva intensa.
E então, como a ofensa final, Anna apareceu na esquina.
Ela estava andando rápido, seu cabelo loiro balançando para cima e para baixo sobre a cabeça, seu vestido esvoaçando dramaticamente a cada passo, lábios franzidos e olhos convencidos.
Até quase colidir com ele.
“Veja por onde você anda—”
Mas antes que suas habituais palavras desagradáveis saíssem, Erik a agarrou pelo braço e a puxou com força para as sombras de uma alcova próxima.
“Que diabos!” ela ofegou, atordoada pela força dele. “Você está me machucando—”
E então, quando percebeu quem era, ela ficou um pouco calma e suas bochechas coraram de vermelho.
“Erik!” Ela disse com um sorriso sarcástico. “O que você está fazendo? As pessoas podem ver.”
Ele a empurrou contra a parede de pedra. “Você acha que eu me importo?”
Ela tinha um sorriso devishadamente coquete, então ocorreu a ele o que ela pensou que ele estava fazendo e ele ficou mais furioso.
Sua voz estava baixa e perigosa, cheia de um veneno que fez Anna arrepiar. Seu aperto era forte o suficiente para machucar, e pela primeira vez, Anna parecia genuinamente assustada.
“Por que você mentiu sobre Jasmine?” ele exigiu direto ao ponto.
Seu sorriso sedutor vacilou.
“Eu— Eu não—” ela gaguejou.
“Não minta para mim, Anna!” ele rosnou, aproximando mais seu rosto. “Você contou a todos tramando. Você nos disse que ela estava trabalhando com inimigos. Você ajudou a colocá-la em uma cela—enquanto ela carregava o filho dele.”
Anna se contraiu. “Você está me machucando,” ela sussurrou novamente, um pouco menos firme desta vez.
Ele a soltou abruptamente, como se tocá-la o queimasse.
Ela tropeçou para frente, esfregando o braço, olhos arregalados com orgulho ferido.
“É disso que se trata? Estúpida Jasmine?” Ela disse, seu peito arfando.
Ela revirou os olhos ao alisar o vestido.
“Eu não menti,” ela disse friamente, tentando recuperar a compostura. “Eu contei o que eu sabia.”
“Você nos contou o que queria que fosse verdade,” Erik retrucou. “Por causa de alguma fantasia idiota de que você e eu estaríamos juntos.”
Ela estremeceu, e riu maliciosamente. “Por que você acha que tudo é sobre você. Você é cheio de si.”
Mas Erik não parou.
“Você fez parecer que ela era uma traidora. Você manipulou a alcateia, me manipulou. E para quê?”
“Só quis fazer o bem,” ela disse com firmeza. “E como eu disse se você estivesse ouvindo antes. Eu não me importo com você. Eu me importo com meu irmão. Jasmine é um problema. Você não espera que eu fique assistindo enquanto o inimigo engana as pessoas que eu amo.”
Ele riu amargamente. “Amor? Amor? Você não conhece o significado da palavra.”
Ela tentou tocá-lo, mas Erik se afastou rapidamente—visivelmente encolhendo-se ao toque dela como se fosse algo vil. “Não. Toque. Em. Mim.”
O rosto de Anna caiu.
“Eu não quero nada com você,” disse Erik, sua voz agora mais baixa, fria, final. “O que quer que você tenha fantasiado entre nós? Está morto. Nunca existiu.”
O disfarce de Anna caiu. “Eu amo você—”
“Não, Anna,” ele disse. “Você se obcecou por algo que nunca foi seu.”
O silêncio entre eles era afiado o suficiente para cortar.
“Você fez tantas coisas. Tantas coisas terríveis. Mas isso? Isso foi o fim. Jasmine perder seu bebê. Assassinato? Este foi o precipício que você atravessou. E não há retorno.
Então Erik deu mais um passo à frente, seu rosto aterrorizantemente calmo. “E se eu encontrar provas do que você fez com Jasmine… Se eu encontrar até mesmo uma única prova concreta—” ele se inclinou, sua voz caindo para um sussurro, “Eu queimarei você eu mesmo.”
Ela ofegou.
“Eu ficarei ao lado do seu irmão,” ele sibilou. “E assistirei enquanto ele despedaça você.”
Com isso, ele se virou e marchou pelo salão, deixando Anna tremendo no canto, respirando pesado, seus braços envoltos ao redor de si mesma enquanto ela sussurrava—
“Ela merecia…”
~~~~~~~~~
Anna não ficou atordoada por muito tempo.
Um demônio astuto que era, ela seguiu com sua missão.
Nem Erik nem as palavras de ninguém a desviariam de seu caminho de derrubar Jasmine.
Quando ela entrou furiosa na câmara de guerra do Alfa, sua expressão havia mudado novamente — agora pintada com uma dor cuidadosamente controlada e uma inocência ferida.
Xaden estava sentado à longa mesa de obsidiana, papéis espalhados diante dele, seus ombros rígidos. As palavras de Erik ainda ecoavam em seus ouvidos como martelos no aço. Ele não havia dito uma palavra desde que Marie saiu furiosa.
Não havia tocado na comida. Nem sequer mudado de lugar.
Ele estava se quebrando. E a pior parte? Ele sabia que merecia.
Anna abriu as portas. “Ela está na sua cama,” ela disse bruscamente.
Xaden não levantou o olhar.
“Eu disse que Jasmine está na sua cama, irmão. A mesma traidora que você prendeu. Por que ela está lá?”
“Não quero ouvir isso,” Xaden disse, sua voz baixa, exausta.
“Ela é uma prisioneira!” Anna gritou. “Ela nem deveria estar nesta casa, muito menos deitada na sua cama como uma—”
Xaden levantou-se tão rapidamente que sua cadeira guinchou para trás no chão. Seus olhos — injetados e selvagens — trancaram nos dela.
“Ela perdeu o bebê.”
As palavras cortaram o quarto como uma adaga. O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor.
“E daí?” Anna zombou.
Xaden piscou. Como se um balde de água fria tivesse sido derramado sobre ele.
“E daí?” Ele repetiu, atônito pela falta de coração de sua irmã. “E daí? Meu filho morreu! Jasmine poderia ter MORRIDO!”
Anna percebeu que de alguma forma seu irmão agora sabia que ele era o pai.
Ela rapidamente mudou de tática. “Oh, minha Deusa. Eu… Eu… huh… não tinha ideia que… Eu pensei que o bebê fosse do amante dela.”
Ela deu um passo razoável para trás.
Anna piscou. “O quê…?”
“Você me ouviu,” ele disse lentamente. “Ela perdeu a criança. Ela estava sangrando naquela cama enquanto eu estava aqui não fazendo nada.”
A boca de Anna se abriu. “Eu… Eu não sabia.”
Xaden caminhou ao redor da mesa, passo a passo, até ficar de frente para ela. Seu rosto estava pálido, tenso, mandíbula tão apertada que parecia que ia rachar.
“Ela quase morreu, Anna,” ele disse, a voz trêmula. “E agora eu tenho que viver com o fato de que o filho que ela estava carregando — o filho no qual eu não acreditava — era meu.”
O rosto de Anna se contorceu. “Você não sabe disso.”
“Marie me contou,” ele disse. “Ela jurou. Ela usou magia para tentar salvar Jasmine, e ela me olhou nos olhos e disse que o filho era meu.”
Anna olhou para baixo, fingindo descrença. “Ela poderia ter mentido.”
Xaden inclinou-se, o nariz a centímetros do dela. “Você está dizendo que Marie mentiu para mim? Que ela lançou feitiços para me enganar? Que ela arriscou a vida — arriscou tudo — para salvar Jasmine por nada?”
Anna não respondeu.
“Eu te perguntei uma vez antes, Anna,” ele disse, cada palavra deliberada, “se você tinha certeza de que as coisas que você dizia eram verdadeiras.”
“Eram,” Anna interveio rapidamente.
“Mas se Marie podia dizer que estava com meu próprio filho, não de mais ninguém, então isso significa que você estava errada. Isso significa que você podia estar errada sobre mais coisas.”
“Eu não estava,” ela sussurrou. “Eu só repeti o que os guardas estavam dizendo—”
“Chega,” Xaden cortou.
Anna recuou.
“Não quero ouvir mais uma palavra sua sobre Jasmine,” ele disse. “Você vir aqui novamente com suas acusações, e eu vou te arrastar para fora.”
“Você escolheria ela em vez de mim?” Anna engasgou, aturdida.
“Eu escolheria a verdade em vez do veneno,” ele respondeu friamente. “E agora, tudo o que você diz fede a veneno.”
“Você é meu irmão,” ela disse, lágrimas finalmente se formando. “Eu fiz isso por você—”
“Não,” ele disse, levantando uma mão. “Não me insulte com essa mentira.”
Ele se virou de costas para ela.
“Ela está na minha cama porque eu devo isso a ela. Eu devo mais a ela do que jamais poderei pagar.”
Anna não falou novamente. Nem quando Xaden voltou para a mesa. Nem quando os guardas chegaram e ficaram silenciosos perto da porta, esperando sua saída.
Suas mãos se fecharam ao lado de seu corpo. Seu peito ardia. Pela primeira vez, suas lágrimas eram reais — mas não por culpa.
Por ódio.
Ela deixou a câmara, mas em seu coração, fez uma promessa.
Ela não seria descartada.
Ela não perderia.
E Jasmine… Jasmine não se levantaria disso.
Não de novo.
⸻
Pelo corredor, Xaden estava ao lado da mesa de guerra, braços apoiados contra a pedra fria, respirando pesado. Tudo o que Marie havia dito antes continuava ecoando em sua mente.
Você assassinou seu próprio filho.
Aquela linhagem que você perseguiu por anos? Morreu hoje.
Ele queria gritar.
Mas não merecia.
Ele deixara seu orgulho cegá-lo. Deixou os rumores afundarem em sua pele como veneno. Ele questionou a lealdade dela, seu amor, seu filho.
E agora, tudo o que restava era sangue e silêncio.