A Noiva Indesejada do Alfa - Capítulo 483
Capítulo 483: Adeus, Caçador
Jasmine tocava as costuras de seu vestido enquanto ela estava sentada em sua cama e olhava pela janela.
Ela havia tentado quebrá-la, mas as janelas estavam fortemente fortificadas.
Mesmo que ela conseguisse, teria que ser capaz de quebrar as barras de ferro.
Não havia escapatória do quarto.
Ela ouviu uma batida na porta e isso a alertou.
Ela presumiu que era a empregada, então murmurou um “entre”.
A porta rangeu ao se abrir.
Jasmine olhou para cima da janela e encontrou Caçador Alfa parado logo dentro.
Ela ficou tensa e de repente cautelosa pelo fato de que eles compartilhavam o mesmo espaço.
Ela não o via desde o dia em que ele havia dito a ela que a queria desde o início.
Felizmente, ele a deixou em paz.
Até agora, isto é.
Seu corpo imponente preenchia o limiar, sua capa esvoaçando levemente com a brisa.
Ele não falou imediatamente.
Em vez disso, ele olhou para ela como se fosse um quebra-cabeça que ele tivesse resolvido tarde demais.
“Posso sentar?” ele perguntou, sua voz estranhamente suave.
Ela franziu a testa.
Ela tinha alguma escolha?
“E se eu não quiser que você sente?” Ela se pegou perguntando.
Ele deu um sorriso atrevido que faria uma jovem gritar.
Mas não ela.
“Então eu respeitaria seu desejo e não faria.” Ele respondeu.
Jasmine não respondeu com palavras.
Ela simplesmente deu um pequeno aceno cauteloso. Seus dedos apertavam a borda de seu xale firmemente.
Caçador se moveu lentamente, abaixando-se na cadeira à sua frente com a graça silenciosa de um homem que sabia ser temido.
“Eu decidi deixar você ir”, ele disse claramente.
Jasmine piscou uma vez. Depois de novo.
“O quê… o que… o que?” Sua voz crocitou.
“Vou te mandar de volta para a alcateia crescent.” Ele disse claramente.
“Você está mentindo,” ela disse, voz rouca. “Você está pregando peças.”
“Eu não estou.”
Silêncio.
Ela riu — seca e vazia. “Espera que eu acredite nisso? Depois de me trancar… quase matar Xaden, matar os homens dele, aterrorizar todos e agora de repente você simplesmente vai me deixar ir?”
Ele não se mexeu. “Eu disse o que eu disse.”
“Por quê?” ela perguntou.
Caçador olhou para longe por um longo momento antes de responder. “Acho que é mais seguro que você não saiba.”
As sobrancelhas de Jasmine se franziram. “O que isso significa?”
“Significa que estou indo contra os desejos de alguém e deixando você ir.” Ele disse. “Eu te disse que te queria. Jasmine, a única razão pela qual ataquei Xaden e seus homens foi por causa de você.”
Jasmine piscou confusa.
“O que você quer dizer com isso?” Ela disse ainda mais confusa.
Ele suspirou pesadamente. “Me disseram para pegar você. Eu ia usar Xaden como influência para você vir. Eu não sabia que você viria aqui por conta própria.”
Os olhos de Jasmine se arregalaram de choque.
“Quem disse para você me pegar?” Ela perguntou.
“Eu devo uma dívida.” Ele afirmou como fato. “E eu tive que pagá-la em você. Eles pediram por você.”
“Quem pediu por mim? Quem é essa pessoa? O que você está dizendo? Quem me gostaria? Eu sou um… um ninguém.” Ela se lamentou em confusão.
Ele balançou a cabeça. “Jasmine, as coisas que você não sabe sobre si mesma. Há muito que você não sabe.”
“Do que você está falando????” Ela perguntou atordoada.
O que ele quis dizer com alguém a queria?
“Você não precisa saber.” Ele afirmou.
“É alguém que eu conheço?” Ela perguntou confusa enquanto sua mente acelerava.
Ele deu uma risada amarga. “A pessoa a quem estou em dívida não entrou em nosso mundo há vinte anos.”
Ela franziu a testa. “O que você quer dizer com não entrou em nosso mundo?”
“Há tanto que você não sabe.” O Caçador afirmou.
Seu maxilar se apertou, mas ele não respondeu. Em vez disso, ele se levantou. “É melhor que você não saiba. Confie em mim.”
O coração dela começou a acelerar. “Conte-me.”
“Eu disse não,” ele rosnou—um tom incisivo infiltrando-se novamente em sua voz. “O que você enfrentaria…..”
“Morte?” Ela perguntou preocupada enquanto suas mãos desciam até a barriga.
“O que você vai enfrentar é pior do que a morte.” Ele afirmou enquanto se levantava de sua cadeira.
Jasmine também se levantou, balançando a cabeça. “Nada disso faz sentido. Você tentou matar o Alfa da minha alcateia. Você me sequestrou. E agora você está só—o quê? Me deixando ir?”
Ele não disse nada. “Você está tentando agir como um bom homem agora? Você matou a família de Marro. E eles? Como vou saber que você não é tão ruim, mas você os assassinou.”
O Caçador a encarou. Seus olhos, escuros e cansados, continham algo triste.
“Eu não sou um bom homem. Nunca afirmei ser um.” Ele disse. “Mas mesmo eu sei quando algo está quebrado além do reparo.”
Ela não disse nada.
Ele se virou, caminhou até a porta e a abriu.
Momentos depois, dois homens entraram—guardas do bando, ambos desconhecidos, mas não ameaçadores.
“Os cavalos estão prontos,” o Caçador disse. “Eles vão te levar perto da fronteira de Crescent. Você estará segura.”
Jasmine ficou parada, congelada.
“E o que dizer de Xaden?” ela perguntou, mal um sussurro.
O Caçador hesitou.
“Ele se foi. Escapou dias atrás.”
A sala girou.
“Foi embora?” ela repetiu. “Então… ele não sabe que eu estive aqui?”
O Caçador balançou a cabeça. “A menos que alguém tenha contado a ele. Ele te deixou para trás.”
A dor a atingiu como uma lâmina.
Ela não disse nada.
Apenas olhou pela janela como se pudesse fazê-lo voltar.
O Caçador caminhou lentamente para frente, e para seu choque, ele beijou sua mão—um gesto estranho, estranhamente formal, que parecia mais antigo do que o tempo.
“Espero que você consiga a vida que estava sonhando,” ele disse.
Jasmine não respondeu. Não conseguia responder.
E então—ela se foi.
Enquanto passava, ela viu o olhar frio para suas costas.
Ela se virou e viu os olhos escuros de Leviathan.
Havia algo em seu comportamento.
Algo mais cruel que o usual.
Algo diabólico.
Ela desviou o rosto.
Pelo menos ela nunca o veria novamente, mesmo que a matassem no caminho.
Ela foi escoltada por corredores de pedra. Levantada em um cavalo.
Levados para fora daquele lugar onde sombras sussurravam e lobos observavam cada uma de suas respirações.
Ela olhou para trás, apenas uma vez, para ver o Caçador parado na enorme varanda observando-a enquanto ela partia.