A Noiva Indesejada do Alfa - Capítulo 467
Capítulo 467: A FÚRIA DE XADEN
Xaden olhou fixamente para Anna.
E então… para cada um deles.
Seus olhos passaram por Nanny Nia, que não encontrou seu olhar.
Ela simplesmente ficou de pé com os punhos cerrados ao lado e olhando para Anna como se fosse estrangulá-la a qualquer momento.
Fiona, cujos lábios estavam entreabertos como se quisesse dizer algo, mas não conseguia.
Erik, cujos punhos estavam cerrados demais ao lado.
E Loren, cuja habitual ironia tinha ficado estranhamente silenciosa.
As palavras de Anna ainda ecoavam como um pós-choque em seu peito.
Ela escapuliu da floresta.
Ela nem sequer pensou no bebê.
Ela fugiu da alcateia.
Jasmine… foi embora?
Isso não fazia sentido. Isso não era ela.
Não a Jasmine que ele havia conhecido.
Nada disso fazia sentido.
Nem aquela que o olhava com tanto medo e fogo.
Nem a mulher que chorou em seus braços como se o mundo fosse pesado demais para seus ombros, mas ainda assim se recusou a desistir.
“Não,” ele disse baixinho, sua voz frágil. “Ela não faria isso.”
Anna se virou para ele, sua expressão já pintada de dor, preocupação, e a quantidade certa de indignação trêmula.
“Xaden,” ela sussurrou, sua voz agora suave, envolvendo o nome dele como seda. “Eu não queria ser a pessoa a te contar, mas… é a verdade. Todos vimos os sinais. Ela saiu no meio da noite. Ninguém nem sabia que ela tinha ido embora até
Ele a encarou, confuso.
Sem raiva ainda. Apenas uma descrença fria e entorpecente.
“Mas por quê?” ele murmurou. “Por que ela iria embora?”
Anna se aproximou, estendendo a mão para pegar a dele.
“Eu não sei. Talvez ela estivesse assustada. Talvez ela não quisesse a responsabilidade. Talvez…” ela abaixou a voz, os olhos saltando para os outros como se certificando de que ninguém interrompesse, “Talvez ela nunca realmente quisesse ficar.”
Xaden puxou sua mão de volta — não de forma brusca, mas o suficiente.
Seu peito apertou.
Algo não estava certo. Ele não sabia o que. Mas seu instinto estava revirando, e seus instintos—ainda machucados e cansados—começaram a despertar.
“Ela não disse nada?” ele perguntou, os olhos se movendo para Nanny Nia. “Nenhuma palavra a ninguém?”
Nanny Nia abriu a boca. Fechou-a. Olhou para Erik. E isso foi tudo que Xaden precisava.
Ele se virou bruscamente. “Erik.”
Erik se sobressaltou como se tivesse sido golpeado.
“Você estava lá fora. Você encontrou Kire. Você trouxe Marro. Mas de alguma forma Jasmine estava desaparecida e você convenientemente a deixou. Me diga exatamente o que aconteceu.”
O maxilar de Erik tensionou.
“Xaden…” ele começou.
“Não me venha com ‘Xaden’,” ele retrucou. “Me diga.”
Outro silêncio se passou — este mais curto, mais pesado.
“Como diabos isso aconteceu?” Xaden perguntou furioso olhando para todos.
Ele estava tão furioso que mal conseguia sentir sua dor agora.
“Uma mulher grávida que não conhece nada ao nosso redor. Que nunca saiu desta alcateia ou mesmo de sua alcateia de origem. Vocês deixaram ela sair sozinha?! Na maldita noite?! E vocês deixaram isso acontecer?!”
Havia um silêncio imóvel na sala.
“Alguém vai me contar que diabos aconteceu?”
O silêncio continuou.
Então finalmente, Erik suspirou. “Ela não fugiu.”
A cabeça de Anna virou-se para ele. “Erik—”
“Ela não nos deixou,” Erik a interrompeu, sua voz subindo com firmeza. “Ela saiu porque estava preocupada com você.”
O mundo de Xaden desacelerou.
Havia desaprovação completa escrita em todo o rosto de Anna.
“O quê?” ele sussurrou.
“Ela soube que você e seus homens foram atacados. Jasmine não deixou ninguém descansar. Ela estava procurando por você em todos os lugares e todos os dias. A noite em que soubemos do seu ataque, ela ouviu.” Erik respirou fundo. “Ela queria ir atrás. Eu tentei dissuadi-la, mas ela persistiu. Eu sabia que se não concordasse, ela tentaria sair por conta própria. E o estresse e a ansiedade não eram bons para o bebê.”
“Então o quê?” Xaden exigiu enraivecido. “Você simplesmente a deixou ir?”
“Deusa não.” Erik balançou a cabeça. “Eu disse a ela que poderia vir junto. Meus planos eram que ela fosse colocada sob prisão domiciliar e quando ela acordasse, eu já teria ido. Mas Jasmine de alguma forma soube e saiu no meio da noite. Já era tarde demais quando descobrimos.”
Xaden ficou pálido.
“Assim que soubemos, partimos em busca de vocês dois” Erik continuou, olhando para o chão como se as palavras doíam. “E foi quando vimos Kire e Marro. Ela tinha ordenado que Kire levasse Marro se ela não voltasse.”
O sangue drenou do rosto de Xaden. “Onde ela está?”
Erik finalmente olhou para cima. “Homens do Caçador Alfa.”
O nome o atingiu como um machado na espinha.
Xaden cambaleou para trás um passo, uma mão segurando o estômago como se pudesse impedir que suas entranhas caíssem.
“Não,” ele murmurou. “Não, não—ela estava aqui. Ela estava segura.”
“Ela estava,” Erik disse suavemente. “Até ela sair.”
Nanny Nia deu um passo à frente agora, seus olhos brilhando. “Nós não contamos a você porque você estava quase morto. Você não conseguia nem respirar por conta própria. Se tivéssemos contado, só a deusa sabe o que poderia ter acontecido.”
“Ainda assim, vocês deveriam ter me contado.” A voz de Xaden se quebrou — não de raiva, mas de como sua alma inteira parecia que estava desmoronando.
“Ela está desaparecida… há quanto tempo?” ele perguntou.
Ninguém falou.
“HÁ QUANTO TEMPO?” ele rugiu, e o quarto pulou.
“Dez dias,” Fiona disse calmamente. “Quase onze.”
A boca de Xaden se abriu, mas nenhum som saiu.
Onze dias.
Ela tinha desaparecido, possivelmente sendo torturada, por onze dias.
E ele estava inconsciente. Curando. Descansando.
Enquanto ela esteve sozinha.
Enquanto ela carregava seu filho.
Ele deu um passo para trás, pressionando a mão na parede para se equilibrar.
Seu peito arfava, cada parte dele tremendo.
Anna tentou novamente alcançá-lo.
“Xaden… eu te disse que nunca deveríamos ter confiado nela.”
Xaden se virou e levantou-se rapidamente.
Seus olhos estavam vermelhos de sangue.
Ele estava em busca de sangue.
“