A Noiva Indesejada do Alfa - Capítulo 466
Capítulo 466: A BOCA GRANDE DE ANNA
Havia um silêncio assustador após a pergunta de Xaden ser afiada o suficiente para cortar os ossos.
Onde está Jasmine?
Ninguém falou.
Ninguém se moveu.
O ar mudou, denso com algo não dito.
Erik desviou o olhar. Os dedos de Nanny Nia retorciam-se à sua frente.
Até mesmo Loren, geralmente direto e despreocupado, de repente encontrou algo fascinante nas ervas dentro de sua bolsa.
As sobrancelhas de Xaden se franziram, a confusão se acomodando em uma queima lenta em seu peito.
Que diabos estava acontecendo?
Mas antes que ele pudesse pressionar mais, as portas se abriram com uma rajada de perfume e passos apressados.
“Xaden!”
Era sua irmã, Anna.
E ele sentiu a culpa tomar conta de si por ter completamente esquecido sua própria irmã e só lembrado de Jasmine.
Ela correu até ele, um borrão de cachos dourados e mangas de veludo.
Seus braços se lançaram ao redor do pescoço dele antes que alguém pudesse reagir.
“Deuses, você está vivo,” ela respirou, sua voz falhando. “Achei que tivesse perdido você—”
Xaden hesitou, então permitiu que seus braços a envolvessem lentamente.
Ela tremia em seu abraço, suas mãos se agarrando mais firme do que o necessário.
Ele não esperava sentir alívio ao vê-la—mas sentiu. Só um pouco. A familiaridade dela, a história. Sua irmã.
Ela o lembrava do passado que ele mal sobreviveu.
A família que ele teve apenas por alguns anos antes de ser tirada dele.
Anna era sua irmã e seu sangue.
“Estou feliz que você esteja bem também,” ele disse suavemente, afastando-se ligeiramente para ver seu rosto. “Você estava preocupada.”
“Claro que estava. Você é meu irmão e você é a única coisa que me importa neste mundo. Eu morreria se algo acontecesse com você.”
Seus olhos brilhavam, e ela sorriu com força, o tipo de sorriso que tenta esconder muitas coisas.
Ele trouxe a testa dela em direção aos seus lábios e a deu um beijo.
“Estou aqui, Anna.” Ele prometeu.
A sala os observava. Ainda silenciosa. Ainda rígida.
Então veio uma batida mais leve na porta.
A porta rangeu ao abrir e Fiona entrou, sua expressão gentil mas composta.
Ela se movia cuidadosamente, respeitosamente, mas com um tipo de calor que não precisava de palavras.
“Xaden,” ela disse, sua voz baixinha com preocupação.
Ele olhou para ela, e algo dentro dele suavizou ainda mais.
Ela se aproximou, abrindo os braços levemente, e—
Anna não se moveu. Não soltou.
Seu aperto nele se intensificou apenas o suficiente. Seu corpo permaneceu pressionado contra o dele, ancorando-o. Bloqueando o espaço entre ele e Fiona sem dizer uma palavra.
Fiona hesitou.
Ela hesitou, então baixou os braços, abaixando o olhar como se nem tivesse tentado.
As sobrancelhas de Xaden se franziram ligeiramente, mas ele não comentou.
“É bom ver que você voltou.” disse Fiona gentilmente. “Todos estávamos preocupados com você.”
“É bom estar de volta, Fiona. É bom te ver.” Xaden disse através do abraço, Anna ainda agarrada.
E então—
Outro som. Menor. Mais suave.
Xaden se virou para a porta.
Era Jasmine?
Ele ficou decepcionado, mas ainda assim surpreso ao ver Erik caminhando até a porta.
Entrou com Damian, que estava com Kire e um pequeno garoto de onze anos.
Um menino que Xaden tinha visto apenas uma vez em sua vida.
E por uma fração de segundo Xaden presumiu que estava imaginando ver o pequeno garoto da mesma forma que havia alucinado Jasmine.
“Alfa?” veio uma voz tímida.
Ele sussurrou, “Marro…?”
O garoto assentiu.
E naquele momento, a garganta de Xaden se fechou.
Ele pensou que estava alucinando novamente. Marro o havia alimentado na floresta… então desapareceu.
Ele presumiu o pior. Pensou que o garoto havia morrido.
Xaden olhou para todos para ter certeza de que estavam vendo o que ele estava vendo e não alucinando.
Estavam.
“Você está vivo,” Xaden sussurrou. “Você está… você está bem. Eu estava preocupado. Nunca te vi novamente.”
Marro piscou para ele. “Sim.”
Xaden deu um passo à frente, seu corpo inteiro tremendo. “Eu… eu pensei… Eu sinto muito, Marro. Como você chegou aqui? E sua família? Como você está aqui?”
Ele não pôde evitar dizer isso.
“Eles se foram,” Marro disse simplesmente, voz igual. “Eles não conseguiram.”
Xaden parou.
A culpa o atingiu como uma lâmina no peito. Ele cambaleou um passo para trás, como se as próprias palavras tivessem lhe tirado o ar.
“Eu deveria ter voltado,” ele disse rouco. “Eu deveria ter voltado por você.”
Marro apenas assentiu uma vez. “Você estava machucado. Está tudo bem.”
Mas não estava.
Não para Xaden.
Ele estendeu a mão e tocou levemente o cabelo do pequeno garoto, passando os dedos pelos cachos escuros do menino.
Ele então se virou—para Kire.
O lobo.
Sempre com Jasmine.
Por que… por que ele estava aqui?
A expressão de Xaden mudou de ternura para cautela. “Por que Kire está com você?” ele perguntou lentamente.
Erik deu um passo à frente rapidamente demais. “Nós os encontramos. Na floresta. Marro e Kire.”
Os olhos de Xaden se estreitaram. “Você os encontrou? O que você quer dizer com eles? Por que Kire estava na floresta? Ele não está sempre com Jasmine?”
Ele olhou para Erik, para a Babá Nia, para Loren… para Fiona.
E ninguém… disse uma palavra.
Todos permaneciam parados como pedras, evitando seu olhar novamente.
Ele sentiu.
Aquele buraco em seu estômago.
Crescendo mais escuro. Mais pesado.
Algo estava errado.
“Onde está Jasmine?” ele perguntou novamente.
Silêncio.
Mais apertado. Mais insuportável.
“Onde diabos ela está?” Sua voz ficou mais aguda.
Ainda ninguém respondeu.
E então—Anna explodiu.
Ela se levantou das pernas do irmão.
“Ela foi embora!” ela exclamou.
As palavras ressoaram na sala como trovão. Todos se viraram para ela, atônitos.
Os olhos de Anna queimavam agora, seu maxilar travado.
A boca de Xaden se abriu.
“Ela escapuliu da floresta no meio da noite.”
Xaden congelou.
Seu fôlego preso na garganta.
“O que…?” ele sussurrou em choque.
Anna deu um passo à frente, a fúria mascarada sob doce preocupação. “Você pode imaginar? Jasmine não pensou no seu bebê. Ela nem sequer contou a ninguém. Ela simplesmente se levantou e fugiu da alcateia.”
A sala mergulhou em completo silêncio.
Ninguém pronunciou uma única palavra
Xaden a encarou, e então olhou para cada pessoa na sala, seu rosto em branco—mas seu coração inexistente já estava em espiral.