A Noiva Indesejada do Alfa - Capítulo 463
Capítulo 463: O RETORNO DE ERIK
A lua pairava baixa no céu, envolta em véus finos de névoa que faziam tudo abaixo brilhar e borrar.
A floresta estava quieta, quieta demais. Mesmo as folhas não ousavam sussurrar enquanto o grupo de busca se movia cautelosamente pela vegetação rasteira.
Erik e seu grupo de homens ainda estavam na floresta, agora
Erik parou, agachando-se perto da base de uma árvore inclinada, dedos pressionados contra a terra úmida. Kire andava ao lado dele, seu pelo cinza-prateado eriçado de inquietação, seu nariz se contorcendo.
Nada.
Nenhum som. Nenhum rastro. Apenas o mesmo silêncio enlouquecedor que os perseguiu no último dia.
Erik se levantou lentamente, passando a mão pelo cabelo, mandíbula tensa.
Atrás dele, o grupo de lobos — sete no total — estava em um semicírculo solto. Olhos cansados. Botas enlameadas. Todos eles desgastados ao extremo, e isso se via.
“Revistamos cada centímetro do desfiladeiro,” Marro disse, aproximando-se ao lado dele. Seu rosto estava pálido, mas sua voz era determinada. “Nenhum sinal. Nem mesmo sangue. Tem certeza de que é aqui que a batalha terminou?”
“Foi aqui que os perdemos,” Erik murmurou. “Havia sangue, marcas de arrasto, sinais de lobos… depois nada. Quem os levou sabia como encobrir um rastro.”
“Acho que devemos nos separar novamente,” murmurou Ronan, um dos guerreiros. “Ir para noroeste e varrer ao longo da crista. Se esperarmos muito—”
“Não,” Erik interrompeu. “Nada de se dividir. É assim que os perdemos novamente. É assim que eles permanecem desaparecidos.”
Kire deu um rosnado baixo, avançando de repente, cabeça se virando para a esquerda. Então—ele congelou.
Erik seguiu seu olhar.
Uma brisa acabava de passar, suave mas clara. E nela—fraca, enterrada sob dias de tempo e floresta—havia um cheiro.
Familiar.
Almiscarado. Quente. Metálico.
Xaden.
Erik inalou bruscamente, virando-se na direção do vento. Seu coração apertou.
Ele não estava sozinho em senti-lo. Um a um, os outros começaram a farejar, suas expressões mudando da exaustão para o foco aguçado.
“Espere,” sussurrou Marro, avançando. “Não é só ele.”
Seus olhos se alargaram.
“É Jasmine.”
Todos ficaram imóveis.
O cheiro era fraco, envelhecido—talvez um dia antigo—mas era inconfundível. O subtom floral de Jasmine entrelaçado com o almíscar mais profundo de Xaden, ambos seguindo na mesma direção.
Erik sentiu um estranho pulsar em seu peito. Não apenas esperança—mas confusão.
“Eles estiveram aqui?” Ronan perguntou. “Então por que não os encontramos?”
Erik estreitou os olhos. “Não. Eles passaram por aqui, mas estavam se movendo. Não ficando.”
Ele caiu de joelhos, examinando o chão novamente. Desta vez, algo mais lhe apareceu. Pegadas—descalças, fracas. Uma mais pesada que a outra. Arrastando.
“Ele estava ferido,” Erik murmurou. “Provavelmente mal andando.”
“E Jasmine?” Marro perguntou em silêncio, sua voz um nó de culpa e medo.
“Não carregada,” disse Erik. “Mas ela estava perto. E também se movendo devagar.”
Kire deu um latido curto e agudo e saiu disparado pelo caminho, com a cauda alta.
“Eles estão voltando,” disse Erik. “Para a alcateia.”
Uma pausa.
Então Erik se virou para sua equipe, olhos afiados. “Movam-se. Agora.”
Eles não o questionaram. A tensão quebrou em movimento, todos se movendo perfeitamente em formação. Kire liderou o caminho, nariz rente à terra, seu ritmo urgente mas constante. Erik corria logo atrás dele, coração batendo forte.
Enquanto se moviam, os pensamentos de Erik corriam.
Se eles tinham escapado… por que não houve nenhum sinal?
Por que Jasmine não enviou alguém?
E se o cheiro fosse uma armadilha – algum jogo cruel armado por quem quer que os tenha levado?
Mas nada disso importava agora. O cheiro era real. E ele levava para casa.
⸻
A floresta passava borrada por eles enquanto corriam. Os pulmões de Erik queimavam, mas ele não parava. Quanto mais longe iam, mais forte o cheiro se tornava. O de Jasmine era mais antigo – talvez desaparecendo – mas o de Xaden era mais fresco. Havia marcas de sangue nas árvores agora, e Erik sabia.
Ele não estava bem.
“Ele está sangrando,” Marro disse, ofegante ao seu lado. “Estamos perto.”
“Mais rápido,” Erik rosnou. “Não vamos parar até vê-lo.”
As árvores começaram a afinar. O caminho de terra sob eles se transformou em cascalho. Estavam perto da fronteira leste agora – logo além da elevação das colinas do sul que emolduram o fundo dos terrenos da casa da alcateia.
Erik aumentou a velocidade, saltando sobre troncos caídos, olhos vasculhando a distância –
E então ele viu.
Um borrão de sangue.
Depois outro.
E então –
Os portões.
Altas espirais de ferro se erguiam contra o horizonte, e em sua base, a forma distante de um guerreiro da alcateia estava com uma tocha, acenando freneticamente.
“Ele está aqui!” o homem gritou. “Ele está aqui! O Alfa voltou!”
Erik derrapou até parar, peito arfando. O resto do grupo tropeçou até parar atrás dele, ofegando em descrença.
Kire uivou, longo e alto, o som perfurando a noite silenciosa como um chamado para a própria lua.
Erik avançou, piscando forte.
O cheiro estava mais forte agora. Cru. Sangrento. Vivo.
“Ele conseguiu,” Marro sussurrou, caindo de joelhos de exaustão. “Ele realmente conseguiu.”
Eles correram para a casa da alcateia apressados e então Erik foi cercado pelos homens.
“Xaden está de volta?” Erik perguntou. “Rastreámos o sangue dele até aqui.”
Damian atravessou a multidão e então estava de frente para Erik agora.
“Deuses Erik, você parece um inferno. O que aconteceu com você?” Damian perguntou ao olhar para o grupo de Erik.
“Xaden está aqui?” Erik perguntou interrompendo.
“Sim, ele está aqui.” Damian finalmente declarou e então olhou para baixo sobre Marro sentado nas costas de Kire. “Erik, não me lembro de você ter saído com um garotinho.”
“Leve-me até ele.” Erik disse, ignorando a declaração de Erik e subindo as escadas.
Damian o seguiu e o levou para o quarto dele.
Enquanto estavam a poucos centímetros da porta, alguém a fechou atrás dele enquanto saía em meio à pequena multidão de pessoas.
Era Loren.
“Erik.” Loren disse erguendo uma sobrancelha. “Parece que todos estão de volta em casa.”
“Como ele está?” Erik perguntou espiando por cima do ombro de Loren para tentar entrar nos quartos
“Cansado e dormindo. Ninguém entra nesse quarto até ele estar melhor.” Loren disse.
Erik suspirou.
Loren olhou ao redor. “Onde está Jasmine?
Erik franziu a testa. “Jasmine? Ela não está com você? Ela não veio com Xaden.”
“Não, ela não veio.” Damian disse com os braços cruzados e houve um silêncio frio.
Jasmine estava desaparecida.